sexta-feira, 29 de junho de 2007

Entretenimento 4

Falei aqui nessas mesmas páginas (ontem, inclusive), que gosto muito da indústria de entretenimento, mas acho que é importante deixar claro que não é de toda ela, incondicionalmente.
Mas do que eu não gosto?
Bem, das repetições bobas de formatos de sucesso, dos reality shows e programas que humilham e diminuem as pessoas (o ser humano já é miserável o suficiente sem que a gente precise incentivar isso) e dos golpes de marketing mentirosos (uma dose de capitalismo selvagem normalmente é necessária para garantir o sucesso de alguns empreendimentos, mas existem limites).
Algumas coisas, como o Big Brother, são todas as opções acima.
Mas também não gosto dos bruxos. Não todos, mas os mais famosos: Paulo Coelho e Harry Porter – por uma série de motivos que já expliquei em outras crônicas, mas principalmente o nível de picaretagem envolvido na formação das duas criaturas.
Um amigo meio místico, meio vascaíno, disse que essa birra minha com bruxos é a principal responsável pela uma maré de má sorte que tive uns dias atrás.
Pensei em contra-argumentar dizendo que um personagem de ficção e um escritor performático não tem esse poder todo para influenciar a minha vida, mas pensei melhor e resolvi ficar quieto.
Na verdade, bem quieto, só por via das dúvidas.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Entretenimento 3

Já falei aqui sobre o computador/mesa de centro da Microsoft, que promete interagir com objetos do mundo real. Agora, chamo atenção dos meus leitores (todos três) para a mais nova moda em termos de entretenimento interativo: os ARG, ou Alternate Reality Games.
O mais famoso desses jogos é o Perplex City (sucesso na Europa e nos Estados unidos) e a coisa toda funciona mais ou menos assim: você compra um envelope com algumas cartas, todas elas com quebra-cabeças que você precisa resolver. A diferença é que nem todos os quebra-cabeças estão nas cartas em si e você pode se ver obrigado a interagir com o mundo real para dar continuidade à história do jogo e para resolver os enigmas que as cartas propõem.
Isso inclui visitar sites da Web para encontrar pistas, e mais: assistir a filmes, ouvir músicas, ler jornais e livros e até receber telefonemas no meio da noite de atores contratados que avançarão a trama do jogo ou te darão mais pistas.
Alguns quebras-cabeças só podem ser resolvidos se você encontrar outras pessoas no mundo que tenham a segunda parte da charada e, outros, ainda mais complicados, só podem ser solucionados se várias pessoas se unirem para decifrá-los.
Um dos exemplos mais interessantes: para conseguir a próxima pista do jogo em um determinado momento, era necessário ecessar o banco de dados real de uma editora real – mas o problema é que só autores publicados poderiam ter acesso a esse banco.
Um grupo de jogadores conseguiu contactar um autor e o envolveu no jogo, convencendo-o a acessar o referido banco de dados. Já um outro grupo foi mais além: publicou (pagando por isso) um livro pela editora, escrito em colaboração.
Nem todos os jogos envolvem a compra de cartas, mas todos têm essa interatividade com o mundo real como elemento.
S e quiser saber mais é só digitar Perplex City no seu browser (a segunda temporada está para começar) ou então Alternate Reality Games. Eu poderia colocar os links aqui, mas se você está disposto a encarar esse tipo de jogo, é melhor já ir se acostumando a correr atrás da informação.

Entretenimento 2

Acho que homens e mulheres têm uma diferença fundamental: as mulheres continuam evoluindo (ou, pelo menos, mudando) enquanto que os interesses que os homens têm aos dez anos de idade serão os mesmos que ele terá para o resto da vida.
Os brinquedos ficam mais caros, mas são em sua essência os mesmos e o trabalho nada mais é que uma extensão da escola: às vezes divertido, às vezes um mal necessário, dependendo muito dos professores (chefes) e da turma (colegas de trabalho).
Nossos interesses são simples e descomplicados como o sexo, o futebol, um bate papo com os amigos e sexo (não foi erro, o sexo normalmente entra de duas a cinco vezes em qualquer lista de interesse masculino).
Essa teoria acima provavelmente está errada, mas serve como introdução para um assunto que me assombra e me incomoda: por que as mulheres não gostam muito de jogos?
Claro, existem exceções e, claro, não estou falando de esporte, que é uma coisa mais universal (se bem que ainda acho que as mulheres entram na onda do esporte só para ficar em forma e acabam tomando gosto pela coisa, mas não afirmo nada...).
Estou falando de videogames e jogos de tabuleiro. Você consegue arrancar de um grupo de casais uma noite de diversão com um Desafino ou um Imagem e Ação, mas tente sua convencer sua namorada á encarar uma maratona de 10 horas seguidas de Gears of War ou Winning Eleven. Ora, tente convencê-la a deixar você participar de uma coisa dessas.
Quer ver algo mais raro ainda? Nunca vi uma mulher propor uma tarde ininterrupta de jogos. Banco Imobiliário e Buraco não vale, estou falando de jogos que façam pelo menos cócegas no cérebro (Magic, Battletech e, vá lá, Scrablle).
90% dos jogadores de xadrez no mundo são homens, 85% dos jogadores de videogame são homens e 90% das compras de jogos são realizadas por homens. Não é à toa que tem muita mulher por aí mal-humorada demais para ter vontade de transar.
E com isso concluo meus argumentos, pois essa crônica já incluiu duas das coisas que mais gosto de fazer nos meus textos: inventar estatísticas e perturbar as mulheres.

Entretenimento 1

Eu adoro a indústria do entretenimento. Adoro o fato de que, neste momento, existem milhares de pessoas em todo o mundo pensando em uma maneira de me divertir. Pode ser um jogo, uma música, um filme, um programa de TV ou o que quer que seja.
Não vejo mal algum em pessoas ganharem dinheiro para divertir os outros e, gosto tanto da coisa toda que aqui estou eu, tentando entreter vocês de graça.
O problema da indústria de entretenimento é que os seres humanos, preguiçosos como são, têm preferido deixar todo o seu entretenimento a cargo dos outros. Tem muita gente por aí que já não consegue mais se divertir sozinha e engole qualquer coisa que jogam em sua direção, como um macaco de zoológico. E porque muita gente tem preguiça, ou esqueceu como se faz algo interessante somos obrigados a agüentar o Faustão e sua audiência (só para citar um exemplo já familiar aos leitores do blog).
Sou defensor de uma abordagem universal em relação à diversão: de futebol com bola de meleca (seu adversário faz a trave juntando os dedos da mão) à montanha russa do Incrível Hulk, em Orlando – devemos aproveitar de tudo sem muita fidelidade e, o mais importante, sem muita acomodação.
É preciso deixar claro: o que fazemos por força exclusiva do hábito não é diversão; é distração. É ficar olhando meio desligado pra esquerda enquanto a vida passa pela direita.

Brasil brasileiro

Deu tudo errado para a Seleção Brasileira. Começou com o gol do Diego anulado erradamente e foi daí para pior. O tal Castillo (que é um atacante mais pra menos que pra mais) fez um golaço, daqueles que nunca mais vai fazer e uma falta meio bem-batida, meio mal-defendida resultou no dois a zero para o México.

O azar continuou. No segundo tempo o Brasil fez de tudo, menos o gol. Bola na trave, bola salva pelo zagueiro, goleiro mexicano fazendo milagre – e dois para marcar o Robinho era pouco. Sem contar um pênalti a favor do Brasil que o juiz decidiu ignorar. O Arnaldo César Coelho achou que não foi pênalti, o que significa que provavelmente foi. Mas o juiz não marcou.

Se o Brasil fosse o time da Venezuela, diria que foi injustiça, mas a Seleção Brasileira não pode dar-se ao luxo de ter que depender dos astros para ganhar. A Seleção tem que ir lá, jogar bola e ganhar, principalmente desse timinho do México que é abaixo da crítica.

Mesmo com o juiz, bandeirinha, torcida, Deus e o Diabo contra, o que se espera do Brasil é que se jogue futebol. Tá certo, que perca a partida de vez em quando, mas que não perca o brio, a vontade e o espírito de vencedor. O caso é que tudo indica que já perdemos tudo isso há algum tempo, com a exceção de alguns poucos jogadores.

E o Galvão Bueno fica perguntando qual é a receita do México para ganhar do Brasil! Ora, basta ser o México – um time de futebol mediano.

Se o time é muito ruim, não ganha do Brasil porque, mesmo que nosso time não faça nada, ele também não consegue fazer. Se o time é muito bom (como o da Argentina) o orgulho pessoal dos jogadores (nada a ver com patriotismo ou espírito cívico) entra em campo e o time dá um caldo.

Se o time é medíocre, como o do México, é só mandar a bola pra frente.

Dá para melhorar, é claro. Mas depois de tantos jogos desanimadores me pergunto se os jogadores brasileiros querem mesmo que melhore.

Devem querer; não é possível!

Tomara que queiram.

 

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Notícias

Demorei muito para escrever novamente aqui no Ninguém Perguntou por que estive fora do Brasil. Para falar a verdade, estive fora do planeta. Um pouco por necessidade e um pouco por opção, decidi ignorar o mundo por uns tempos.

Mas a saudade de escrever no Blog apertou e resolvi voltar – mas talvez não tenha sido uma boa idéia. Afinal, se as notícias que tenho lido nos jornais são alguma indicação, nem o planeta, nem o Brasil são bons lugares para se estar nesse momento.

No Brasil, Renan Calheiros continua solto e, ao que parece, vai continuar assim. E, no Rio, que só pode ser chamado de cidade maravilhosa por ironia, alguns jovens espancaram uma mulher com a desculpa de terem pensado que era uma prostituta – e o fato deles pensarem que espancar uma prostituta é um ato plenamente justificável é apenas mais um sinal de que o mundo não anda bem.

As pessoas estão doentes. Ansiosas, angustiadas e estressadas, por motivos nem sempre muito claros. Algo a ver com a falta de dinheiro ou com a falta de tempo, talvez com a falta de perspectiva, sei lá. Algo estranho no ar.

O mundo está parecendo um grande elevador onde alguém soltou um pum. Um ambiente desagradável no qual nada podemos fazer para melhorar a situação. A não ser, talvez, achar graça.

Mas o fato é que a cada dia que passa parece que tem menos gente rindo.

 

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Superfície

Se você visita minhas crônicas regularmente deve se lembrar que recentemente reclamei do ano 2000. Afinal, a virada de século foi extremamente decepcionante. A ausência do Apocalipse, muito notada e comentada, foi, até certo ponto, decepcionante.

Mas o que eu senti falta mesmo foi de ver concretizadas as promessas de modernidade e tecnologia além da imaginação (carros voadores, andróides – vá ler a crônica). Bem, não mais.

Ontem um amigo me chamou a atenção para a tecnologia surface da Microsoft e achei tudo muito Minority Report. Futuro total. E o que é melhor: no presente. É uma sensação engraçada essa coisa de viver o futuro, isso de estar em um mundo que alcançou a ficção científica. Bacana.

O surface propriamente dito é uma mesa digital que faz interface com objetos do mundo real como mãos, copos e aparelhos celulares, interligando tudo de vez e criando novas formas de interdependência entre o homem e o mundo virtual. E o mais interessante é que não deixa de ser legal pelo fato de ser assustador.

É claro que, sendo da Microsoft, duvido muito que o tal surface vá funcionar do jeito que aparece no site. Já estou vendo a mesa dar pau e a introdução de um novo hábito no nosso cotidiano: reiniciar os móveis da casa.

Mas dê uma olhada. Vale a pena: http://www.microsoft.com/surface/