quarta-feira, 25 de julho de 2007

Contemporâneos

Eu e meus amigos nascemos quase ao mesmo tempo e crescemos quase do mesmo jeito, passando mais ou menos pelas mesmas fases, mais ou menos na mesma época.

Primeiro namoro, primeiro beijo, primeira transa, primeiro noivado, primeiro casamento (alguns já no segundo), primeiro filho (ou filha), com um ou outro ano de diferença, pouca coisa.

Provavelmente, envelheceremos e morreremos quase ao mesmo tempo, com um ou outro partindo um pouco mais cedo ou um pouco mais tarde. Mais que amigos, somos contemporâneos - eternamente destinados a dividir nossas alegrias e tristezas.

Chegará o momento, contudo, no qual restará apenas um de nós. É assim mesmo: a vida é tudo o que existe entre o segundo e o penúltimo suspiro, o resto é solidão.

Embaixadinhas

Não dá para esconder que fiquei um pouco decepcionado com o processo de retirada do visto para visitar os Estados Unidos.

Não sou daqueles brasileiros muito nacionalistas, anti-norteamericanos. Ao contrário, gosto muito da cultura pop americana (quadrinhos, filmes, literatura). Tenho lá minhas restrições à promoção do consumo desenfreado e à política externa estadunidense, mas simpatizo com a produção cultural americana e com a eficiência de sua indústria de entretenimento.

Mas a requisição do visto é uma maluquice sem tamanho.

Os questionários são extensos e oscilam entre a chatice e o surreal, com perguntas que vão desde onde estudei no segundo grau até se tenho ou não intenção de cometer genocídio em terras americanas.

As regras sobre a concessão do visto não são muito claras e as pessoas que já passaram pelo processo têm todo o tipo de histórias de terror para contar, criando um climão de suspense escroto pra caralho (desculpem meu francês).

O agendamento da entrevista é complicado, desnecessariamente demorado e, em última instância, inútil. No fim, você ainda tem que enfrentar uma fila imensa e ficar horas em pé e migrando de fila em fila. É preferível pular a etapa do agendamento, acordar às três da manhã e fazer plantão na porta da embaixada. Você perde um dia no processo, mas pode ganhar meses no seu planejamento de viajem.

O local onde você faz a entrevista é meio derrubado. Os banheiros são fedidos, não tem ar-condicionado (só uns ventiladores de teto) e a entrevista é conduzida com você em pé conversando com o entrevistador que fica em um guichê, como o caixa de um banco pós-moderno que, em vez de armazenar dinheiro, armazena dados sobre você.

O lado bom é que eles dão água de graça, foram educados (apesar de metódicos) e liberaram o visto de forma rápida e tranqüila (um anticlímax, já que eu esperava um verdadeiro interrogatório e me foram feitas apenas quatro perguntas). Mas de primeiro mundo mesmo vi só a arrogância.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Torcedor adormecido

Os Jogos Olímpicos e o Panamericano sempre despertam o torcedor em mim. Não o torcedor com o qual estou acostumado, que xinga o técnico da seleção de futebol (independente de quem seja) e lamenta a situação atual do Flamengo (e, por situação atual, refiro-me aos últimos dez anos).

O torcedor que acorda é o patriota, que torce pelo Brasil em qualquer situação, não importa o tipo de esporte. Judô, esgrima, boxe, cuspe à distância, qualquer um. Mesmo sem ter interesse real pelo esporte ou, como é frequentemente o meu caso, sem nem entender as regras.

Na última luta de judô, aquela que a brasileira foi desclassificada por conta de uma decisão meio contestável do juiz (palavras do apresentador), juro que achei que a brasileira tinha perdido a luta porque o kimono dela estava desarrumado.

Frustrante. Mas compensei vendo o handball feminino - e o masculino - levarem a medalha de ouro e morrendo de rir toda vez que o narrador gritava “A Chana não deixa passar nada”!*

Pra frente Brasil.


* Pra quem não sabe, Chana é a goleira do time de handball feminino.

sábado, 21 de julho de 2007

Detalhes

Alguns filmes, apesar de serem bons, não são memoráveis – ou escapam de ser espetaculares por pouco. Uma fotografia comportada demais, diálogos formulaicos, um ator desinteressado ou uma história trivial podem ser fatores decisivos para que o filme troque a glória pela mediocridade. O terceiro capítulo da saga de O Poderoso Chefão é um dos exemplos mais famosos desse tipo de filme. A presença da Sophia Coppola no elenco quebra o ritmo e a credibilidade das cenas, deixando-o bem abaixo do patamar dos dois primeiros capítulos. É um bom filme, concorreu ao Oscar e tudo, mas está longe de ser obrigatório, por causa de muito pouco.

Mas o mais interessante é que o inverso pode muito bem acontecer. Filmes medíocres ou razoáveis que, por causa de uma cena ou diálogo, ou uma música marcante, ou uma brilhante atuação, ganham status muito superior ao que seria normal. Para continuar pegando no pé da Sophia Coppola, cito o exemplo de Lost in Translation. Graças a uma atuação simplesmente brilhante de Bill Murray, o filme chato, lento e sem final de Sophia virou um programa imperdível, a ponto de alçá-la à categoria de diretora respeitável.

Esse assunto me veio à mente porque ontem assisti a Diamante de Sangue, com o Leonardo diCaprio e o Djimon Hounsou (esse tive de conferir a grafia do nome na Internet), um filme legalzinho, mas meio esquizofrênico, mistura de filme de ação com denúncia social. Um bom programa que teve sua qualidade elevada por uns três ou quatro diálogos mais inteligentes que o normal e pelo momento que marca a virada de caráter do personagem de DiCaprio, pontuado pela seguinte frase: "meu coração me diz que as pessoas são inerentemente boas, mas minha experiência sugere o contrário".

Falar mais é estragar o prazer de ver o filme, mas que achei a frase brilhante, achei.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Coisinhas pequenas

Minha filha agora está em uma fase interessante. Na infância, todas as fases são interessantes, parece que é na adolescência que as coisas vão degringolando.
Mas o fato é que, ultimamente, ela anda muito impressionada com o vasto conhecimento que eu e minha esposa temos sobre o mundo e suas milhares de pequenas coisas.
— Quem é aquele moço vestido de laranja com o apito, papai?
— É o guarda de trânsito, filha. Ele tenta organizar as ruas que tem muitos carros, pra ninguém bater em ninguém.
— O que é essa setinha aqui?
— Ela mede a velocidade do carro.
— Por que o Sol é quente?
— Porque ele é uma bola de fogo bem grande.
— Como você sabe disso tudo?
— O papai do papai ensinou para ele. Quando você estiver maior, você também vai ensinar para o seu filhinho.
— Mas papai...
— O quê, filha?
— Até eu ficar grande eu vou esquecer tudo isso.
Fique tranqüila, filha. Estou escrevendo tudo aqui no meu blog, para que nem eu nem você nos esqueçamos desses momentos.

As Maravilhas e eu

A votação pela Internet das novas sete maravilhas do mundo foi uma maluquice sem tamanho. Alguns dos indicados não eram tão maravilhosos assim – e muitos não eram novos, poderiam estar na mesma lista das maravilhas anteriores.

Minha opinião neste assunto (e em muitos outros) é pouco importante e, se vocês não quiserem saber qual é, eu firmemente desaconselho a leitura deste blog, mas, se dependesse de mim, as novas maravilhas seriam coisas realmente modernas, como a Saturn V (aquela lata velha que levou o homem ao espaço e eventualmente à Lua) e a Internet (talvez você já tenha ouvido falar).

Colocaria também a TV a cabo, não fosse por um detalhe: os intervalos comerciais.

O espírito inicial da TV a cabo era ter uma transmissão temática, sustentada por um formato de assinaturas, diferente do formato comercial das TVs abertas. A idéia durou pouco, pois o marketing, uma espécie de doença infecciosa da comunicação, corrompe tudo que toca.

O que ganhamos foi uma ocasional pérola em um mar de opções medíocres, com um formato comercial misto que provoca uma imensa repetição de comerciais de um mesmo anunciante. Normalmente um grande cliente seduzido pela segmentação e o baixo custo do anúncio (se comparado com o Jornal Nacional ).

Bem, se algum mídia de agência estiver lendo isso aqui, o que eu duvido, aqui vai uma dica: existe uma coisa chamada "overkill". A superexposição de alguns filmes publicitários transforma um bom filme em algo chato e inconveniente. Juro que se ouvir mais uma vez a musiquinha do Mercado Livre (someone is there, waiting for my call...) entro em um surto psicótico.

E por falar no comercial do Mercado Livre (e em surtos), você reparou que o cara vai entregar o beijo sem saber quem comprou? A menina vê a foto dele fazendo beicinho, mas o magrelo do filme sai para entregar o beijo sem saber quem comprou. Poderia ser um lutador de sumô ou uma velha desdentada. E, no entanto, vemos ele no filme com o ar todo sonhador e romântico. E já repararam que a casa da menina no final não tem nenhum móvel dentro? Bem, se eu não tivesse assistido à droga da propaganda umas dez mil vezes, eu jamais teria percebido isso. Maldito Mercado Livre!

Mas do que é que estávamos falando mesmo?

terça-feira, 17 de julho de 2007

Nacionalismo

Não dá para escrever muito sobre a discussão anterior porque senão ninguém lê, mas é claro que muitos argumentos ficaram de fora. Um deles é o de que a vaia ao Lula, no momento da abertura dos Jogos Panamericanos, poderia ser considerada uma atitude antipatriótica, que não era o momento adequado para esse tipo de manifestação, etc.
Bem, se a manifestação teve efeito, o momento foi adequado – se a própria manifestação foi adequada aí é outra discussão.
Mas também não achei falta de respeito com o país, não. O Presidente da República não é nem a Bandeira e nem o Hino Nacional, não é um símbolo do País (no sentido monolítico da coisa). Ele é o representante eleito do povo e acho que o povo irá respeitá-lo na medida em que considerá-lo digno desse respeito.
A Bandeira não planta a estrela do PT no jardim doado pelo Imperador japonês. O Hino não ajuda o filho a conseguir patrocínios de órgãos governamentais. O Presidente erra, o presidente é passível de impeachment, o presidente pode ser criticado – em público, inclusive.
A bandeira é um símbolo nacional. O presidente pode ser motivo de orgulho ou vergonha nacional dependendo de suas atitudes. Fingir que está tudo bem com o país enquanto recebemos a visita de delegações estrangeiras parece muito com um raciocínio do próprio Lula, revelado em pronunciamento na Estação de Tratamento de Óleo Fazenda Alegre, da Petrobrás, em fevereiro de 2005:

“Eu lembro de um momento, logo no início do governo, quando um alto companheiro meu, de uma função muito importante, veio prestar contas de como ele tinha encontrado a instituição em que estava trabalhando. E ele me dizia simplesmente o seguinte: “A nossa instituição está quebrada. Estamos falidos. O processo de corrupção que aconteceu antes de nós foi muito grande. Algumas privatizações que foram feitas em tais lugares levaram a instituição a uma quebradeira”.
— Eu disse ao meu companheiro: “Olha, se tudo isso que você está me dizendo é verdade, você só tem o direito de dizer para mim. Aí para fora você fecha a boca e diga que a nossa instituição está preparada para ajudar no desenvolvimento do país”.

O certo, então, era esperar acabar a abertura, todo mundo pegar um avião na segunda e ir vaiar o Lula lá no Planalto, dentro do gabinete dele – e bem baixinho.

E, por falar no Brasil bem representado, clique no link abaixo para relembrar pérolas como “O Atlântico é um rio caudaloso” e “A Nigéria e o Brasil são os dois países com o maior número de afro-descendentes do mundo”, dentre outras.
http://www.puggina.org/gafes/index.php?&pageNum=1

Vaias

Provavelmente vou ganhar umas vaias depois de escrever esse post, mas agora é tarde – ainda não escrevi, mas já me decidi a escrever, o que dá na mesma.
O brasileiro andou tendo comportamento de estádio de futebol na abertura do Pan, o que reflete muito bem a nossa falta de educação geral e o momento político brasileiro.
A vaia ao presidente Lula foi surpreendente, humilhando nosso governante diante do mundo e obrigando-o a cometer uma gafe histórica: o presidente ficou com medo de subir ao púlpito e tornou-se o primeiro governante na história dos jogos a não abrir a competição.
A meu ver, essa foi uma manifestação política oportuna e impactante. Algumas pessoas não concordam, achando que é falta de respeito e de civismo. Nada disso. Talvez seja um pouco de falta de civilidade, o que é normal quando a indignação com os governantes de um país chega ao ponto de fervura. Em alguns países vira revolução. Aqui no Brasil vira vaia da classe média (como bem lembrou uma amiga). Ponto para os vaiadores, que aproveitaram muito bem a oportunidade para fazer uma crítica legítima.
Aí, na seqüência, vaiaram a delegação americana. Que o povo tem o direito de vaiar quem quiser, tem. Isso não se discute. Mas aí já me parece mais falta de educação do que consciência política.
Ao contrário do que alguns pensam, os atletas americanos nos jogos Olímpicos e Panamericanos não representam seus governos – eles representam o ideal de união entre os povos. Os atletas não são o Lula, não são embaixadores, não tem visto diplomático. Ou são embaixadores de uma mensagem política outra: de que as diferenças, no momento da competição, precisam ser esquecidas.
E, ainda por cima, vaiaram os atletas não por causa do conjunto de ideais políticos americanos, mas porque um jornalista (que já havia sido punido) escreveu no quadro da sala de imprensa: bem-vindo ao Congo.
Calma, moçada: quem sofre de raiva mal-direcionada é terrorista. É o fundamentalista que não sabe diferenciar nada politicamente. Para ele, civil, atleta, ator, marceneiro, turista, tudo é a mesma coisa.
Resumindo: concordo com a vaia ao Lula e discordo da vaia aos americanos (não porque foi o Lula e não porque foram os americanos). A diferença entre uma vaia e outra é que em uma das situações o vaiado sabia exatamente porque estava sendo hostilizado.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Vaiado, Lula não declara aberto o Pan

O título acima, ambíguo, é a manchete do Globo Esporte Online. Assim, fica até parecendo que o Lula proibiu o Pan de acontecer ou que o Pan está acontecendo à revelia de suas intenções.
Não foi bem assim, foi pior. Pela primeira vez na história dos jogos, o presidente do país não fala na cerimônia de abertura, declarando oficialmente a abertura dos jogos. Para evitar mais vaias, o presidente fingiu que não era com ele o convite do representante da Odepa para subir ao púlpito. A honra ficou para o Nuzman, presidente do COB e os jogos, obviamente, começaram de qualquer maneira.
O Lula ficou lá na arquibancada, como figura decorativa até o final da abertura. Mais ou menos como ele faz com o resto do país, que funciona apesar dele e sua curriola.
Ele fica ali, só olhando. Se tudo der certo, ele colhe os louros. Quando dá errado, ele não sabia de nada. Lula, hein? Acho que o nome do bicho poderia ser outro...

domingo, 15 de julho de 2007

Argentina quem?

BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO

Até que enfim jogamos bem! E, claro, tinha que ser contra a Argentina, que não tinha vacilado ainda na Copa América. O que prova mais uma vez que não falta futebol ao Brasil – às vezes falta motivação e humildade. Mas hoje não faltou nada.

Josué e Mineiro botaram o Riquelme no bolso. O Alex e o Maicon cansaram o Messi e o Juan e o Gilberto cutucaram a canela do Teves até ele não saber mais pra que lado era o Gol. Prova da qualidade do Time da Argentina: para marcar cada jogador da Argentina precisou dois do Brasil. Mas o Brasil soube ser 22 e anular o time que era o franco favorito.

Ainda contamos com Wagner Love e Júlio Batista, que jogaram muito e com o Robinho, que, mesmo sem brilhar, foi útil nos contra-ataques. Enfim, deu tudo certo.

Tivemos sorte na bola na trave do Riquelme quando tudo estava um a zero e na lambança do Ayala no final do primeiro tempo. Dois lances cruciais que poderiam ter mudado a história do jogo. Mas só isso foi sorte – o resto foi competência.

Contudo, a festa preparada para ser campeão (com direito à camiseta promovendo a Copa do Mundo no Brasil) mostra que a imprensa esportiva brasileira tem todo o direito de continuar de orelha em pé em relação à administração mercenária e oportunista da CBF. Agora mais ainda, pois, assim como os políticos brasileiros, os nossos dirigentes de futebol têm a mania de esconder suas vigarices e incompetências embaixo do tapete de um trabalho bem feito (pelos outros).

Mas enquanto isso...

1

2

3

Ganhamos outra vez!!!!!!!

BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO BI-CAMPEÃO

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Vamos supor que o time do Uruguay seja muito bom

Não é preciso muito para me fazer voltar a torcer pela Seleção Brasileira com certa empolgação. Bastou um mínimo de esforço dos jogadores e eu já estou lá roendo as unhas, balançando a bandeira e xingando a mãe do juiz. Quem torce pelo Flamengo, infelizmente, já se acostumou a ver time grande jogar como se fosse pequeno.

É claro que sonho com a volta da hegemonia do futebol brasileiro ou, pelo menos, de apresentações técnicas razoáveis, mas a verdade é que, como torcedor moderno, tenho que me adaptar à nova realidade: o time vai jogar bem de vez em quando e, mesmo assim, não será o tempo todo. Vai faltar concentração, vai faltar gás, vai faltar técnica, vai faltar técnico, enfim, alguma coisa vai avacalhar com o espetáculo. O negócio e se conformar e torcer do mesmo jeito. Só não podemos lembrar que o nosso time é bem melhor que o dos outros e que se tivéssemos mais dedicação, seriedade e uma administração mediana (não precisava nem ser boa) na CBF não teria pra ninguém. Melhor assim, mais emocionante.

Mas, no jogo contra o Uruguay, salvo engano, o Brasil apresentou um mínimo de motivação para a vitória e, para mim, foi o suficiente – fazia tempo que não via o time brasileiro com essa vontade de jogar bola. Tudo bem: o Uruguay estava com mais vontade e mais determinação – e o Brasil contou com a ajuda do juiz na disputa de pênaltis, mas estou tentando ver o lado bom da coisa.

Ai, ai... É, eu sei, tá difícil, tá difícil.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Enquanto isso no mundo do futebol

Não entendi direito. Parece que os jogadores do Chile levaram bronca da comissão técnica e foram expulsos do hotel onde estavam por causa da baixaria? E desde quando jogador de futebol é punido por conta de putaria? Só se for no Chile.

E o Brasil que não tinha nada a ver com isso foi lá e meteu seis gols nos bêbados chilenos. Foi legal, mas ninguém ficou muito satisfeito – nem o Dunga, que estava todo nervosinho na coletiva que deu após o jogo. E o gol do Suasso, hein? Poucas vezes vi um gol de honra tão honorável.

E outra coisa que não entendi: os chilenos bebem e o Dodô que fica tonto? Pegaram o Dodô no anti-dopping, mas ele diz que não tomou nada. E como foi que a substância foi parar no xixi do moço? Mistério, mistério... O futebol tem coisas que ninguém explica como, por exemplo, a Seleção Sub-vinte (ou sub-seleção) tomar um couro dos americanos e ser classificada por conta do futebol dos outros. Não se pode dizer que a CBF não tem coerência: vai mal na principal e vai mal na Seleção Submersa (ou sub-desenvolvida).

E o Kaká e o Ronaldinho só contando dinheiro e dando risada.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Zinho muda de sexo e fica satisfeito com o resultado

Uma das minhas diversões prediletas é ler as manchetes dos jornais. Só as manchetes, raramente leio as notícias inteiras. Prefiro imaginá-las a partir de uma concepção enviesada e sensacionalista de um editor mal-humorado e obrigado a anuir com a agenda política do dono do jornal.
As matérias normalmente estragam a experiência. Quase sempre são mal escritas e me deprimem, porque acabo constatando que os repórteres são tão ruins quanto o editor, mas sem uma desculpa tão boa.
E, quando são bem escritas, acabam revelando que a história toda não era tão interessante quanto parecia.
É bom deixar claro que me agrada muito ler uma matéria coerente, bem pesquisada e com observações instigantes. Mas, ultimamente, só quem faz jornalismo sério nesse país é o kibeloco e a Superinteressante.
Ah, sim, antes que me esqueça: resolvi mudar a operadora de TV a cabo lá de casa. Com isso, mudou também o canal de sacanagem. Gostei muito mais desse novo, que é mais variado e interessante. O sexo no canal anterior era escrachado e grosseiro demais – ainda bem que mudei.
Manchete moderna é assim: meio mentirosa, meio desconctada com o texto e surreal por inteiro.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Serviço

Anote aí para você comprar a próxima vez que for ao exterior (ou para pedir em alguma loja especializada, como a Kingdom Comics ou Devir). Essas são minhas sugestões de quadrinhos diferentes do usual:
- Savage Dragon: Um super-herói verde, com uma barbatana na cabeça, que não usa uniforme, fala palavrão, transa como louco e combate vilões como o supergrupo “Funções Corporais”, que atacam usando os próprios fluidos corporais, como melecas explosivas e cocôs radioativos.
- The Walking Dead: O mundo foi tomado por zumbis e alguns poucos remanescentes fazem de tudo para continuar vivos. Todos os clichês de filme de morto-vivo estão presentes: quem é mordido morre e se transforma e os monstros são lentos e bobões, mas em muito maior numero que os mocinhos. Contudo, a interação entre os sobreviventes é muito mais inteligente que os tradicionais filmes do gênero e a tensão maior nunca é responsabilidade dos zumbis – são os humanos que são capazes das coisas mais imprevisíveis em nome da sobrevivência. Lembra, guardadas as devidas proporções, o Ensaio Sobre a Cegueira, do Saramago.
- Y – O Último Homem: O Y do título é o do cromossomo masculino. Por um motivo não explicado, todos os homens do mundo morrem subitamente, com exceção de um. O Planeta, de uma hora para outra, perde 85% dos seus governantes, 80% da sua força militar e praticamente 100% dos seus líderes religiosos, mantendo cerca de 50% de sua capacidade agrícola. Aviões, submarinos e barcos de grande porte ficam praticamente inúteis, pois quase todos os pilotos desses meios de transporte não mais existem, assim como o processo de carga e descarga de bens e alimentos praticamente pára. Escrito bem antes de The Children of Men, Y é uma forte crítica ao mundo masculinizado de hoje.
- Death Note: Não pode faltar um mangá na lista. O personagem principal de Death Note é um caderno – quem tiver o nome escrito nele morrerá em 24 horas. Contar mais é estragar a história.