sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Respeito e risadas

Um bom comediante não pode respeitar nada. Nem ele mesmo. Pra mim, o Jô Soares deixou de ser engraçado a partir do momento em que ele começou a se levar a sério.

Um bom exemplo do que eu quero dizer é o Rafinha Bastos.

Ele é um representante dessa nova leva de comediantes que vêm tentando reviver o stand-up comedy aqui no Brasil – e vêm alcançando um relativo sucesso na Internet e nos palcos.

O cara é realmente engraçado e algumas idéias dele são ótimas. Lembra muito o Seinfield, guardadas as devidas proporções. Dá uma procurada no youtube que você vai se divertir.

Porém, tem um quadro dele, chamado Papo-Furado, no qual ele critica a gramática dos Nardoni. Entendi a piada, mas achei que passou do limite. Pelo menos, do meu limite. Foi ali que eu vi que eu não daria um bom humorista. Determinadas coisas acabam com o meu bom-humor e, sem dúvida, pais assassinando seus próprios filhos e dando depoimentos emocionados na TV é uma delas.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Cantora preferida

O rock pop americano (mundial, na verdade) tem uma nova bad girl, Katy Perry. Ainda não ouvi nenhuma música dela, mas já sou fã.

Primeiro, por conta do visual pinup, meio anos cinqüenta, com pose de menininha cheia de inocência fingida. Ela diz que Lolita é um dos seus filmes favoritos (e claro que não leu o livro).

Depois, por conta das letras bem-humoradas e que se encaixam perfeitamente dentro do espírito de liberdade de gênero que virou moda: "não sou lésbica, mas beijo umas meninas de vez em quando pra manter os homens em temperatura máxima" e "não sou gay, mas uso camisetinha colada, vou à manicure e falo de forma afetada". Mais do que o amor livre, estamos nos tempos da orientação sexual livre e da diversidade de gênero. A mocinha é moderna.

Mas o que mais me atraiu nela foi sua declaração quando foi criticada por grupos homossexuais por causa da sua música "Ur so gay".

A música tem o seguinte refrão (ou algo parecido):

"Você é tão gay, e nem gosta de meninos!"

E, mais pra frente na letra, ela reclama do fato de ter se apaixonado por um cara que usa mais maquiagem do que ela.

A comunidade homossexual ficou indignada, dizendo que ela está fazendo pouco dos gays.

Katy respondeu: "parece que as pessoas querem ser ofendidas, a música tem só um texto bem-humorado".

A declaração é brilhante. Mesmo que o tom da música fosse preconceituoso (e talvez nem seja), essas reações indignadíssimas, como se todo mundo estivesse conspirando contra as minorias, perderam muito do seu impacto. Fica difícil levar a sério quem se indigna por qualquer coisa e fica, realmente, parecendo que a turma do politicamente correto "quer" se ofender.

Conheço alguns militantes assim, que passam o tempo procurando fio de cabelo em ovo, afastando até os mais bem-intencionados de uma conversa racional, pois qualquer coisa pode ser interpretada como agressão e ofensa.

Mas, enfim, da Katy Perry eu já gostei – agora só falta ouvir a música.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Arrogância sem medalha

O Brasil, apesar de ser comandado por alguém que não tem a menor experiência administrativa, está dando mais ou menos certo, especialmente na área econômica, com as medidas inauguradas pelo presidente anterior. Já imaginou se o presidente fosse bom?

Com a seleção brasileira acontece algo parecido. Temos jogadores tão bons, que às vezes até esquecemos que o nosso técnico não tem credencial nenhuma para estar ali. A culpa da derrota para a Argentina nas Olimpíadas pode até não ser do técnico, mas enquanto não tivermos um bom, não vamos ter como saber - ele será sempre o primeiro suspeito.

Espero que essa moda de privilegiar a conveniência em detrimento da competência passe, pois está virando mania e já vi acontecer também no âmbito profissional.

Além da falta de experiência, essas pessoas só têm em comum uma coisa: a arrogância de achar que merecem estar ali. Tá todo mundo se achando o Michael Phelps.

Esporte espetacular

Após ponderada análise, cheguei á conclusão que o esporte mais erótico que existe é o vôlei (de quadra) feminino. Aquela mulherada toda de shortinho, passando a mão nas bundas umas das outras a cada ponto, é desconcentrante. Isso aí, no treino deve acabar em sacanagem fácil, fácil.
No vôlei de praia, as mulheres têm até menos roupa, mas tem menos mulher e mais areia, o que conta como negativo.
Algumas lutas têm bastante agarração, mas acho a mãozinha de leve na bunda com beijinho no rosto mais legal – pode me chamar de romântico.
Ah, sim, esqueci de dizer que essa é a minha opinião, o que já desqualifica qualquer esporte masculino, a Edinanci e a Rebeca Gusmão e, só pra não deixar nenhuma dúvida, o Rodrigo Hipólito.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Jogos Olímpicos

Olimpíada é um negócio meio exagerado. Juntam um bando de gente que, em tese, é o melhor que a população mundial tem a oferecer, o filé da seleção natural, pessoas que são o exemplo do que pode acontecer se o ser-humano chegar ao limite – em todos os sentidos - e o resultado não poderia ser outro: drama, muito drama.

Começando pela escolha do local, a China. Nada melhor que um ambiente político supercarregado para não falar de outra coisa que não seja paz e união entre os povos. Drama garantido. Quer dizer, se o Galvão Bueno deixar, pois ouvi de soslaio... é possível isso? Bom, se é possível, não sei, mas foi o que eu fiz: ouvi de soslaio ele dizer que esporte não tem nada a ver com política e que os jornalistas estavam lá pra falar só de esporte. Coerente. Quando o Pan-Americano foi no Brasil também fizemos a mesma coisa: fechamos os olhos pra qualquer outra coisa que não fosse esporte.

E tem também a Guerra na Geórgia, com os atletas e jornalistas sem comunicação com suas famílias e a Rússia fazendo ouvidos moucos para os pedidos de cessar fogo. Quer apostar quanto que vai rolar um encontro improvável de um atleta de cada um desses países em alguma modalidade? Mais drama.

Mas esses grandes dramas geopolíticos ganham um destaquezinho e logo somem, eles são bons mesmo é pra virar filme daqui a uns dez anos. O que o povão quer ver mesmo são os dramas pessoais. E esses também não faltam. Tem a da Ketlen, a primeira brasileira a ganhar medalha individual para o Brasil, que precisou vender os móveis da casa pra conseguir ir a Beijing. E, pra permanecer no judô, tem até novela. O português que ganhou do João Derly afirmou que fez questão de humilhar o brasileiro porque o Derly comeu a namorada dele. A medalha que se exploda, o corno português queria era vingança.

E acabou de sair na Internet que a garotinha chinesa que encantou o mundo cantando na abertura era só um dublê. A cantora-mirim real era, de acordo com os organizadores, muito feia para aparecer na televisão. É muito drama.

Pois é, na Olimpíada, o mundo fica concentrado em um lugar só, inclusive com os seus problemas e injustiças. Eventozinho deprimente, hein?