terça-feira, 28 de abril de 2009

Enfático

Se o seu professor de Português foi bom, se você anda estudando pra concurso ou se você é meio esquisito e lê a gramática de vez em quando porque acha legal, deve lembrar-se do que é a função fática da linguagem. Se não lembra, eu explico: é quando a linguagem não serve pra nada, quando não comunica chongas, quando está presente apenas para abrir caminho pra comunicação de verdade. É a ante-sala do discurso, a entrada do banquete lingual, a preliminar da cópula comunicacional, o lubrificante para a introdução da mensagem, a... OK, chega, né? Por que será que minhas metáforas sempre acabam em sexo?

Vou dar até um exemplo que hoje estou de bons humores. O "oi, como vai?". Normalmente não estamos interessados em como a pessoa vai quando falamos isso. A frase serve apenas como introdução ao que queremos realmente dizer. Ninguém são chega falando imediatamente o que quer sem nenhum tipo de intróito. Socialmente, é importante que estabeleçamos contato antes de emitir a mensagem. Já pensou se você encontra um colega na rua que pára na sua frente e diz, simplesmente:

- Estou morando agora na 309 norte, meu telefone é 3325 55 63.

E vai embora sem dizer mais nada. Ninguém faz isso, certo? Bom, conheci um cara que fazia, mas ele também tinha a coleção completa de discos do Menudo. Enfim.

Então o como vai, o até logo, o tá quente hoje, o choveu e o hã-hã é tudo linguagem fática. Ou seja, utilizar a função fática de vez em quando, no começo e no final de sentenças é algo escandalosamente normal. E deixa implícita uma boa educação e um bom senso.

Porém, quando a pessoa te pergunta uma coisa e você responde outra, isso também pode ser considerado linguagem fática porque, afinal, não faz o menor sentido. Também é comum, mas bem menos desejável. Quando o discurso inteiro é fático, a pessoa é louca, distraída ou mal-intencionada.

Mas por que estou falando disso? Simples, porque hoje acordei com a impressão de que vivemos em um país fático, com um presidente fático, repleto de governantes fáticos. Mas deve ser só impressão.

Tchau.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Realidade alternativa

A primeira vez que bati os olhos no Big Brother decidi que era contra qualquer reality show. Depois, com o tempo, vi que eu era somente contra a degradação do ser humano para o divertimento dos outros e que, pelo mesmo motivo, nunca fui muito fã de show de calouros, Cidade Alerta e outros programas do tipo. Essa é a minha opinião atual sobre alguns realities, que pode mudar antes mesmo d'eu terminar de escrever.

Um aviso: tenho muitos amigos que adoram reality shows e isso não é uma crítica pessoal a vocês. Primeiro porque sou completamente idiossincrático e não tenho nada contra quem assiste. Segundo, porque o que escrevo a seguir é só minha opinião, que provavelmente está errada. Mas acho que não custa à gente refletir um pouco sobre o nosso entretenimento de vez em quando.

1. Big Brother – acho terrível. O programa não tem nenhuma contribuição cultural ou social (a não ser para o vencedor – e mesmo assim questionável). É um voyeurismo alugado e, embora as pessoas ali se disponham a isso, o fazem mais por conta do nosso culto ao sucesso que por qualquer outra coisa. Acho triste ter a audiência que tem, embora entenda seu apelo.

2. O Aprendiz – pra mim, é ainda pior que o Big Brother, porque usa a desculpa de um pseudo-profissionalismo para humilhar ainda mais as pessoas que participam. Sim, no mercado existem chefes babacas, mas não são todos e, nem de longe, os mais perigosos. Quem está ali para satisfazer o ego do Trump e do Justus não vai aprender nenhuma lição profissional importante – a não ser agüentar calado tudo o que seu superior te diz. Tá, essa é uma lição importante, mas você entendeu o que eu quis dizer. A versão com celebridades é um pouco melhor, já que elas estão, ao menos, acostumadas com a exposição na mídia (e os caras são mais engraçados), mas não vou bloquear minha agenda pra assistir, não.

3. Extreme make-over – a série começou com mudanças radicais na aparência de pessoas o que, a princípio (e em princípio), sou a favor, mas o sensacionalismo barato e a insistência em um modelo de beleza padrão, diminuía o valor social da produção em 20 (numa escala de zero a dez). Aí alguém teve a sensacional idéia de fazer um make-over em residências de pessoas necessitadas. Botaram um produtor de primeira, uma equipe envolvida, competente e engraçada e o programa é emocionante, interessante e tem como produto final uma benesse inacreditável para uma família. O Luciano Huck copiou e eu nunca vi a cópia, que me parece um pouco mais apelativa, mas ainda assim vale. O benefício final compensa. Gosto muito, já assisti e me emocionei.

4. Queer Eye for The Straight Guy – Os gays que ajudam um cara hetero a ficar menos brega e na moda (sair das cavernas) são divertidos e bem reais. O programa elimina preconceitos e diverte. É meio repetitivo, mas assisti de vez em quando e gostei.

5. Miami Ink – Estranho. A idéia é vender que tatuagem é arte e que cara tatuado não é necessariamente um bandido violento. Funciona até certo ponto, porque mostra toda uma cultura de um ponto de vista diferente. Mas, honestamente, é mais uma curiosidade que qualquer outra coisa. Assista uma vez e nunca mais. Mas imagino que possa ter uma identificação com outro público.

6. Os vários de carro e moto – Também montados em função de um nicho de público (maior que os dos tatuados) e também copiados pelo Luciano Huck. As cenas de novela, que mostram as discussões entre os especialistas são dispensáveis em minha humilde opinião, mas sei que tem gente que assiste justamente por isso. Poderiam ser mais focados nos carros pois são interessantes o suficiente pra isso.

7. Nerds e Patricinhas – Foi um dos momentos mais impressionantes da TV em minha opinião. Apelação total e, apesar disso, estranhamente cativante pelo enorme respeito que os participantes mostraram uns pelos outros. O apresentador tentou criar conflito o tempo todo, mas os nerds faziam questão de parabenizar os competidores e elogiar a beleza das meninas e, as meninas, genuinamente impressionadas com a inteligência dos nerds, também eram estranhamente simpáticas. Freak total – só é bom porque deu errado – fiquei com a impressão que os produtores queriam uma dinâmica diferente para o programa, mas a galera era muito tranqüila pra baixaria.

8. American Idol – A parte de seleção, embora eventualmente divertida, é um verdadeiro show de horrores e de humilhação. Não gosto e me incomoda, embora, confesso, ache muito engraçado algumas figuras que aparecem. A parte de exibição é muito legal. Os cantores têm um nível muito alto, os arranjos são muitas vezes bem bolados e os comentários do Randy são excelentes. Até o mau-humor do Simon é engraçado (não tanto quanto ele próprio acha, mas...). Poderia ficar sem a parte da novelinha e o tom sentimentalista ao extremo dos vídeos pessoais. Os vídeos dos ensaios são ótimos. Gosto. As cópias nacionais foram abaixo da média – menos qualidade musical e muito mais drama barato. Achei horríveis.

9. Top Model – Americana ou brasileira, tanto faz. Legal para as meninas – é uma oportunidade. Bem de nicho e um pouco exagerado (como todos os outros), mas me parece até mais profissional que os outros similares. As dicas e as tarefas são bem vinculadas ao universo da moda, mas poderíamos viver sem. Eu, pelo menos, poderia. Se bem que eu assistiria se tirassem a novelinha (as discussões, as fofocas, as cenas na "casa". Inclusive todos esses reality shows seriam melhores se não tivessem "casa" nenhuma, se fosse cada um pro seu canto depois das filmagens. Dentro dessa dinâmica o Big Brother, que só tem a "casa", acabaria. Lucro).

10. Os de cozinha – Poderia dizer que era mais um programa para público específico, mas não serei tão bondoso. O aspecto culinário é completamente secundário e os programas são todos embasados no mau-humor de um mestre-cuca ou de uma banca de jurados. Os prêmios são ótimos para quem participa, mas, assim como O Aprendiz, existem principalmente para inflar o ego de determinadas pessoas. Acho isso de baixo nível e desnecessário. O programa valoriza qualidades como arrogância, agressividade, falta de respeito, oportunismo (que é diferente de senso de oportunidade) e ganância (os mesmos princípios do Aprendiz). Nos de tatuagem e de carro o sonho e a qualidade profissional têm mais evidência. Nesse, os participantes são tratados como um bando de imbecis que estão tendo a honra de beijar os pés de um gostosão da mídia. Escroto.

11. Garota FX – um pretexto absurdo para objetificar as mulheres. As moças gostosas ficam à disposição de três juízes machistas que criam as provas mais humilhantes possíveis. A idéia é exibir o corpo das mulheres e mergulhar em diálogos fúteis e piadas machistas de terceira categoria. É o fundo do poço. Não perco um.

12. Os de encontros e casamentos – Me retifico. O fim do poço é aqui. Tem até um bem específico pra achar uma garota roqueira para o Brent Michaels. Terrível. O da Garota FX é escandalosamente machista e sabe disso. Trata-se de uma piada (infelizmente, as meninas que participam não sabem disso e levam a sério o negócio – o que é a nota deprimente do programa). O do Brent Michaels é machista e doente. Esses outros programas usam a solidão e a angústia humana como combustível. Acho triste e absolutamente aviltante.

13. Os de animais – Me retifico. O fim do poço é aqui. Cãobelereiros poderia até dar um documentário divertido, mas reality show não dá. Desespero de quem produz e de quem assiste.

14. E tem mais: os de salão de beleza, de swingers, de estrelas do mundo pornô, de sobrevivência na selva (tem um doido que pula de pára-quedas no meio da África e tem que sair de lá só com uma mochila), o que acompanha um navio do Green Peace (que quer afundar os baleeiros japoneses), um de uma velha (o qual não quis nem saber do que se tratava) , o das babás (também copiado no Brasil e até útil, mas não precisava de formato de reality show), mas esses estão abaixo do fundo do poço.

Mas, só para constar, acho todos eles melhores que o Big Brother, que está em primeiro na lista só por ser o mais famoso e por ser o responsável por todo esse absurdo televisivo. Detalhe: sou a favor do entretenimento de baixo valor cultural, pois, na hora de se divertir, às vezes é legal não pensar em nada mesmo, mas sou contra entretenimento de valor cultural negativo, no qual enquadro o Big Brother, o Teletubies e o Galvão Bueno.

sábado, 18 de abril de 2009

Lista

Tem duas coisas que eu queria fazer tem um tempo. Primeiro, uma lista. Pô, qualquer blog mequetrefe tem uma lista! E, segundo, falar sobre quadrinhos porque me pediram há uma data e eu tô só enrolando. Na hora já me veio a idéia: as dez mulheres mais gostosas dos quadrinhos! É óbvio, é machista, é sexista – é perfeito! Mas minha esposa começou a falar que o blog andava tão bom, tinha até poesia, que isso é coisa de nerd tarado, que o nível ia despencar... Tá bom! Tá bom! Eu, hein!

- Vou fazer então uma lista das dez mulheres mais bem-resolvidas e modernosas dos quadrinhos, pode ser?

- Aí pode.

- Com comentários do Sr. Babaquinha. Pode ser?

- Tudo bem... Hã? O quê? Peraí! Quem é o Sr. Babaquinha?

Tarde demais. Agora já falou que pode! Segue a lista então, moçada, em ordem decrescente. E aos onanistas de plantão: não se preocupem, são todas gostosas. Comentários de bom-gosto cortesia do Sr. Babaquinha (Babaca era o pai dele).

10. Brandy

Ela é inteligente, bonita, competente e de uma inocência hipnotizante. Ela exerce um silencioso domínio sobre todos os personagens masculinos de Liberty Meadows, incluindo os animais. Ela é de certa forma, o estereótipo da mulher perfeita levada ao extremo, com uma pitada de sadismo. Todos a desejam, mas ninguém pode tê-la. Ela nunca é indiferente, mas nunca entende nem aceita as cantadas. Sempre disponível, mas nunca alcançável. A vida é dura, mermão, a vida é dura.

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Eu tomava até banho antes.



9. Mulher-Hulk

Uma das primeiras profissionais liberais do mundo dos quadrinhos (e põe liberal nisso), a Srta. Walters, prima do gigante verde maluco da Marvel ganhou, graças a uma transfusão de sangue, os poderes do Hulk, mas manteve o seu intelecto preservado. Advogada de sucesso, dona de um bom-humor a toda prova e de um apetite sexual compatível com o seu tamanho, a Mulher-Hulk vai, onde quer, se veste como quer, faz o que quer e come quem ela quer (entre eles, o Luke Cage e o Homem-Lobo).

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Ela é um espetáculo, mas eu não namoraria. Uma empolgadinha que ela der e eu posso acabar esquartejado. E a mulherada sempre se empolga comigo.

8. Susan Richards

Casada e superfiel ao marido, alguém poderia dizer que ela faz o modelito dona-de-casa. E esse alguém não poderia estar mais errado. Susan é a pessoa razoável que mantém o Quarteto Fantástico unido, dona de um senso prático que o maridão cientista alienado não tem e de uma personalidade imponente e marcante. Não é à toa que o Namor, príncipe submarino e o personagem mais convencido da história dos quadrinhos, arrasta uma barbatana por ela.

Foi a primeira super-heroína a ter filhos, é supermegahipermilionária, pode ficar invisível, tem um marido que pode deixar qualquer parte do corpo do tamanho que ela quiser e mesmo já tendo virado a curva dos trinta tá podendo usar roupa coladinha sem problema. Tá dando pra sentir a inveja da mulherada daqui de casa.

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Sou doido por essa aí. Madura, segura de si e o marido é um bunda-mole (hahaha! Pegou? Homem-borracha, bunda-mole... Pegou? Cara, eu sou muito engraçado). Ainda tem o fetiche de poder fazer sexo em público com ela deixando os dois invisíveis – eu faria em cima da mesa do Lula!

7. Ultra (no meio)

Pearl vive em um mundo onde as mulheres são objetificadas, a mídia controla a opinião pública e o sucesso é medido pelo dinheiro que você tem. Ou seja, o nosso. Seu alterego é a super-heroína Ultra, que recebe salário de uma megacorporação para combater o crime e é obrigada por contrato a andar com roupas coladas e minúsculas que ficam entrando na bunda. O sucesso na carreira de super-heroína tem seu preço: sua vida amorosa é uma zona e ela é constantemente vítima dos tablóides. Alternando momentos de depressão com euforia, o maior sonho de Ultra é ser uma pessoa comum. Não consigo imaginar nada mais moderno que o modelo da mulher bem-sucedida deprê.

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: De jeito nenhum! Já viu o filme Minha Super Ex-namorada?

6. Michone

A primeira vez que essa mulher aparece em The Walking Dead, o pensamento que passa pela sua cabeça é: ê sapatão braba (nada contra, mas também não vou mentir). Mas os personagens de Kirkman nunca são o que parecem e Michone prova ser não apenas hetero, mas que é tão quente na cama quanto fria na hora de matar... bem, qualquer um que se meta com ela.

Numa terra invadida pelos zumbis onde todo mundo anda armado até os dentes, ela anda só com uma espada (às vezes duas) e ninguém, eu disse ninguém, é mais escroto que ela. Deixa eu ser bem claro: se tem alguém que pode fazer o Chuck Norris travar o toba é a Michone. Leia The Walking Dead, é um favor que você faz a você mesmo.

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Por mim, eu não encarava, mas se ela vier pra cima de mim não sou nem louco de dizer não.

5. Lucy in the Sky

Karolina é uma adolescente lésbica que, depois de matar os próprios pais (ei, os caras eram mais malvados que a Odete Roitman), descobre que era alienígena e se casa com um príncipe skrull. Sim, aquela raça que pode se transformar em qualquer coisa – e em qualquer um. No caso, qualquer uma. Independente, bem-humorada e com a vida toda ainda pela frente, é uma das personagens mais sedutoras do excelente quadrinho Runaways.

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Di menor nem pensar, né?



4. Red Sonja

Depois de ser violentada e brutalizada, uma deusa vingativa concede a Sonja uma habilidade sobrenatural com a espada. A pegadinha – ela só poderá se deitar com o homem que conseguir vencê-la em um duelo. Pra ela tudo bem, ela não tá nem aí pra machaiada mesmo.

Tá, confesso que ela está muito mais pra peituda homicida que pra exemplo de mulher moderna bem-resolvida. Mas não dá pra deixar uma mulher dessas de fora da lista, dá? Não dá.

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Ia ter que vencer ela em batalha primeiro e o único tipo de espada que eu consigo levantar não ajuda em nada numa briga.

4 (de verdade) Botei a Sonja aí no meio só pra ver se passa batido. Speedy

A tradução do nome para o português foi infeliz: Ricardita, mas Rapidinha também não ia ficar lá essas coisas. Mas pra você ver como essa menina tem personalidade, nem o nome besta e nem a aids (sim, ela tem aids) a impediram de entrar para Os Novos Titãs e de conseguir ser treinada pelo ranzinza Arqueiro Verde. Com um passado complicado (que envolve drogas e prostituição), Mia Dearden (seu verdadeiro nome) não se deixa abater e tem sempre uma resposta na ponta da língua - mesmo quando não perguntam nada a ela!

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Outra di menor? Segue.


3. Francine (à esquerda) e Katchoo (ao centro - o cabeludo da direita chama-se David e é um milionário simpático e bocó)

Uma é cheinha e insegura, a outra é bissexual e foi garota de programa de alto nível. No universo de Strangers in Paradise, os estereótipos caem por terra e diálogos inteligentes são mais comuns que moedas de dez centavos. Os conflitos emocionais das histórias são bem reais e as personagens são cativantes e inspiradoras.


Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Juntas ou separadas?

2. Jessica Jones

Na página cinco da sua HQ de estréia, a Jessica Jones já estava protagonizando a primeira cena de sexo anal do universo Marvel. A ousadia da moça é algo fenomenal. Tirando os quadrinhos especificamente eróticos, nunca vi alusão a sexo anal em qualquer outro quadrinho americano. Eu não precisaria dizer mais nada, mas vamos lá:

Ela tem superpoderes, mas desistiu desse negócio de vestir roupas coloridas porque, cá entre nós, é de uma bichice sem tamanho.Tem sua própria agência de investigação, perde a paciência por qualquer dois centavos, teve uma filha com Luke Cage (sim, o mesmo que pegou a Mulher-Hulk), tem celulite, pinta o cabelo, de vez em quando enche a cara, tem dificuldades de se expressar verbalmente, mas tem uma ótima intuição e é charmosa, mas muito charmosa mesmo. Michael Bendis realmente se superou na criação do personagem.

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: Hm... Sexo anal... Hã? Falou comigo? Distraí total!

1. Marzikeen

Sabe os Lilins? Uma raça de demônios tão barra pesada que foram expulsos até do inferno? Pois é, ela é a chefe deles. Ela já entrou em guerra contra as manifestações físicas da psique humana (e ganhou!), beijou Lúcifer na boca e matou um Deus oriental. Ah, sim, e o marido dela era um figura que conseguia ler os pensamentos de Deus! E ela deu um pé na bunda do cara, sem cerimônia. Não tem mulher mais independente, confiante e fodona que ela, que, além de tudo, é supereducada e raramente levanta a voz.

Tá... Ela é um pouquinho assustadora, mas ninguém é perfeito, né?

Índice de degustação do Sr. Babaquinha: ...cê tá maluco? Não me compromete, rapaz, não me compromete.


Vejam vocês que a nossa primeira colocada espantou até o Sr. Babaquinha, que é um adolescente com os hormônios mais destemperados que hambúrguer do McDonalds. Ou seja, está comprovado que mulheres bem-sucedidas, confiantes e bonitas intimidam os homens. Mas só nos quadrinhos, na vida real é bem diferente. Ou não é?

Eu prometeria subir o nível nos próximos posts, mas eu estaria mentindo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Númeno

Estava o nomarca, à noite, no seu nomarcado quando o nômade nomante, sem ser nomeado, abriu sua nômina, de onde tirou uma nominata novinha, novinha.

Deitou o noitibó a enumerar os nomes nobiliários, sem nuance nem norma. Lá pelo noningentésimo, notou o nababo nonarca que nada naquilo era normal. Chamou, naturalmente, o noologista e o nosologista. E, por neurose, o numismata, o necromante, o normando, o noctâmbulo, o nominalista, o nudípede e Nunes, o nudista.

Nutridos do nuto do nonarca, noticiaram os nove ao nóxio nômade que seu destino era o nosotômio.

- Nunca! - E, não sem nocividade, nocauteou os nove notáveis.

E, num nanossegundo, notou uma nau ao norte, num naco nadível do Nilo. E nela navegou. E mais nada.

Veia

O médico, muito culto e antenado com as vicissitudes do português (a língua, não o de bigodes), deixou o bilhete para a enfermeira: não se esqueça da injeção na veia da veia.

Perguntou a enfermeira, via MSN: na veia da veia de quem?

Da veia, respondeu o médico, muito ligado na simbologia moderna, acrescentando dois pontos e a letra d maiúscula após a frase.

A enfermeira, mais simplória, não respondeu nada, mas, em pensamento, mandou o médico tomar bem no meio do cu várias e várias vezes seguidas. E algumas outras mais intermitentes.

E a velha morreu porque não tomou a injeção.

Patos

Temos patos. Todos nós, feliz ou infelizmente. Levamos nossos patos pra cima e para baixo, espremendo seus pescoços nos sovacos e encaixados entre as coxas. Culpa dos gregos. Herdamos deles os patos e, com os patos, a apatia, a simpatia e a empatia, uma pataiada só. Ou então eu não entendi direito a aula de lingüística.

Insistência

Que a noite não se aborreça,

Não durma, não esqueça.

Que a noite não se lamente,

Não perca num repente

Tudo que a define noite


 

Que a noite não tenha sono,

Não se chateie, não durma,

Não pisque, não se disfarce,

Que a noite não se desfaça

Antes que o Sol renasça.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Interpretação

- Que carta é essa aí?

- Hm... Saiu a morte!

- A morte? Como assim, a morte? Tá dizendo aí no baralho que eu vou morrer?

- Que nada! A morte significa morte para uma coisa, renascimento pra outra – é uma carta de transformação.

- Ou eu morro ou viro gay, é isso?

- Deixa de ser besta. Existem milhões de transformações possíveis na vida. Vamos continuar.

- Essa aí, qual é?

- O tolo.

- Tolo? O baralho agora tá me chamando de idiota, é?

- Não, ele está confirmando que você passará por um momento de renovação. Tá vendo essa sacolinha que ele carrega?

- Sei.

- Nela tem tudo o que você precisa para concretizar uma mudança, para realizar um sonho ou cumprir um objetivo.

- Nessa matulinha aí?

- Na matulinha.

- E o cachorro?

- Ah, sim! O cachorro está te alertando para que você pare e se prepare para a sua jornada. Para que você não esqueça de abrir a sacola e usar do seu conteúdo. Caso contrário, você estará sendo realmente um tolo.

- É só isso, então? Abrir a sacola e vida nova? Devo me preparar para uma mudança de vida?

- Ou isso ou você é um bobalhão que vai morrer daqui a pouco – disse a falsa cigana, com um sorriso maldoso, enquanto seu cúmplice se aproximava do turista pelas costas, de faca em punho, para concluir o assalto.


 

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O homem eterno

Nas cercanias dos cinquenta anos de idade, pouco mais, pouco menos, por gentileza, distração ou praga, parou de envelhecer.

Isso foi há tanto tempo atrás que, pra se contar nos dedos, precisaríamos de duzentas e cinqüenta pessoas. Ele deixou de adoecer e seus cabelos e suas unhas não cresciam mais. Mas comia e defecava (embora não engordasse nem sofresse mais de câimbras intestinais) e dormia (embora mal) e podia ser machucado (tanto metafórica quanto fisicamente). Por tudo isso, era ainda humano. Um humano que não morria de causas naturais, mas que ainda poderia ser atropelado ou ser vítima de assassínio, que ainda podia amar e ter o coração partido, trair e ser traído.

E tudo isso ele fez: amou, traiu, sofreu, sorriu e chorou. Mais do que qualquer um de nós – mais vezes e mais intensamente! Estava liberto da decadência do corpo, mas não dos vícios da alma. De sobre-humana, apenas a memória, que se adaptou à sua situação ímpar e jamais se cansava de registrar tudo. Cada lágrima, cada abraço, cada gozo, cada coisa.

Fez foi assombrar-se com a pergunta que lhe fiz, certa noite chuvosa e deprimente, na qual de todo o seu corpo parecia emanar tristeza, o peso dos séculos sobre as pálpebras e sobre os ombros:

- Nunca pensou em se matar? – perguntei, repleto de simpatias e boas intenções. Ele já havia passado por tudo, já havia experimentado tudo, já foi considerado gênio e idiota, já havia sido abraçado e repelido, beijado e ignorado, já havia sido rico e sido pobre. Que mais a vida lhe poderia oferecer?

- Não – respondeu o homem com um tímido sorriso. – Afinal, a vida já é curta o suficiente.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

... de Assis

O que eu queria falar sobre o Machado de Assis era o seguinte: esbarrei em um artigo que dizia que o escritor tinha apenas visão parcial e me deu vontade de rir. Explico-me: não sou sádico nem insano, mas é que já ouvi falar tanta coisa de Machado de Assis que essa última me pareceu exagero. O homem era mulato, gago, epilético e agora quase cego? Se continuar nesse ritmo ele vai virar o Stephen Hawkins da literatura. Daqui a pouco ele está paraplégico, banguela e sifilítico.

Pode até ser que fosse mesmo, mas e daí? É como se a genialidade dele precisasse ser justificada de alguma forma, como se, para ser brilhante, o cara tivesse que ser absolutamente diferente dos outros também fisicamente. Como quem dá importância a esse tipo de coisa são os intelectuais, imagino que eles estão procurando isentar-se da responsabilidade de serem, eles mesmos, também geniais. Como posso ser genial se o máximo que eu tenho é sapinho? Se não fui abandonado pela minha esposa e nem tenho credores batendo na minha porta? Cadê o meu câncer e minha hanseníase? Parece brincadeira, mas o que não falta são histórias tristes de pessoas geniais e não sei se concordo que a vida de todo mundo que é inteligente precisa ser miserável.

Primeiro porque todo mundo sofre, inclusive os idiotas. Mas parece que a norma é valorizar o sofrimento de quem se deu bem, para valorizar ainda mais a conquista. Não precisa! Se o cara é multimilionário ou conseguiu dividir o átomo em dois ele não precisa ser ainda mais valorizado. Ele não precisa virar herói, ícone ou exemplo de superação. Exemplo de superação é quem consegue criar sete filhos na Favela do Vidigal sem ter concluído o primário!

Temos a mania de construir heróis sem necessidade. Vejam as histórias dos Santos católicos, por exemplo. Se pra conseguir fazer milagre tem que sofrer desse jeito, não, muito obrigado. Mas isso é outra história e eu divago, divago. E, pra ser honesto, a igreja moderna têm ressaltado o lado amável e mais alto-astral dos santos (mas não esqueçamos que boa parte desse culto ao sofrimento é herança católica).

Mas, voltando à vaca fria*, é bem possível que alguém que pense muito diferente passe por momentos de depressão e isolamento porque, afinal, os outros não compartilham sua visão das coisas, mas precisamos parar com essa história de valorizar o sofrimento, seja para justificar a genialidade, seja para criar novos mitos, seja porque vende revista, seja porque dá audiência. O sofrimento não redime ninguém, ele é só isso: sofrimento. Trazer alegria aos outros, isso sim, é digno de ser valorizado.


*A vaca fria é uma verdadeira instituição dos lugares comuns do vernáculo popular. Está aqui iniciada uma campanha pela volta da vaca fria – essa expressão é ótima!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Machado...

Li uma coisa engraçada sobre o Machado de Assis. Ah, sim. Se você não sabe quem é Machado de Assis, por favor, retire-se. Afinal, ele é simplesmente o maior escritor brasileiro de todos os tempos. E, aparentemente, mais vivo que nunca, pois, se o escritor vive pela sua palavra, a prosa de Machado continua perfeitamente atual e pertinente.

Claro, o Machado de Assis romântico escreveu livros chatíssimos, coisa do nível de José de Alencar (vocês não podem ver, mas, neste momento estou com o dedo na garganta, tentando induzir o vômito. Iracema=zzzzzz). E tem o Guimarães Rosa, mas o Guimarães Rosa não conta. Rosa é o Garrincha da nossa literatura. Só ele faz o que ele faz e pronto. É incomparável porque não existe parâmetro para comparação. E já que enveredei pelo caminho de citar outros, vale observar que acho os escritores brasileiros, de forma geral, excepcionais. Nossos "bardos" são mestres da forma e do conteúdo e, sim, é um enorme desperdício esse talento descomunal em um país de não-leitores. Lemos a nada invejável média de 4,7 livros ao ano (e compramos apenas 1,1, o que deve dar um livro mais umas vinte páginas avulsas). A média até não seria tão desastrosa se não incluísse livros infantis (que só minha filha lê uns vinte) e fosse menos concentrada (um pouquinho lê quinze e um tantão não lê nada). E a amostra fica ainda mais contaminada se formos contar o tanto de gente que só lê Paulo Coelho! Convenhamos, ler cinco livros do Paulo Coelho em um ano é coisa pra tratamento.

Quer mais? Um livro no Brasil é considerado Best-seller se vender três mil exemplares, o nicho que mais vende é auto-ajuda e um dos principais outlets de venda no país é a Avon.

Ainda bem que nosso presidente incentiva a leitura com frases como "ler é igual a andar de esteira: bem chato no começo, mas depois a gente acostuma". Ai, ai...

Mas eu ia falar de outra coisa. Normal. Quem escreve sabe que, às vezes, o processo de escrever modifica o projeto de escrever. Retomo o tema na próxima crônica.

Como é que é?

Um dia desses... Mais precisamente, dia 6 de abril de 1.988... O quê? Tenho culpa se minha memória é boa? Enfim, um dia desses ouvi um comentário que me chamou a atenção. Era uma aula de história e o tema era escravatura: os índios brasileiros eram preguiçosos e indisciplinados; eles não se adaptaram à escravidão.

Vinte anos depois, não sei se por maturidade cultural ou falta do que fazer, me peguei pensando: mas alguém se adapta à escravidão? Alguém se acostuma a ser sacaneado? Os africanos eram mais aptos à escravidão? Mandavam currículo, por acaso? Faziam psicotécnico?

É claro que alguém que recebe uma paulada na cabeça todo dia pode não revidar, por falta de coragem, oportunidade ou alternativa. Mas isso não significa que a pessoa goste, que esteja adaptada! Provavelmente, quanto menor o revide, maior será o sentimento de vingança, revolta e angústia. Mais: havia um tom meio pejorativo na fala do professor (sim, eu me lembro do tom pejorativo), como se fosse demérito do índio ser mais indolente quanto à escravidão. Pô! Não tá vendo o negão aqui dando um duro danado? Ele também tá na mesma situação que você e não reclama! Não reclamava provavelmente porque não sabia falar português e porque, se fugisse, ia voltar pra casa como? A nado? Sem contar que o que teve de revolta negra não foi bolinho, mostrando que adaptados à situação estavam só mesmo os senhores de engenho e sua curriola agregada.

Em minha opinião, o sacaneado tem direito à revolta, à indisciplina e à inconformidade. Já o sacaneante (ou sacaneador, como queiram, já que as duas palavras não existem) não deve nem fazer bico, nem se sentir injustiçado. E que vá para a Casa do C*%*&ho aquele que resolve julgar o sacaneado, índio ou qualquer outro, pela sua reação e não pelo que foi feito com ele.

Rapaz, foi bom desabafar! Faz vinte anos que eu tava com esse troço por aqui, ó. Por aqui!

Historinha 2

Boas justificativas nem sempre precedem boas atitudes. Não se preocupe que você não vai precisar tirar conclusões sobre essa frase assim num repente. Vou dar um exemplo e, ao final, ainda pretendo concluir meu raciocínio. Aproveite que não é todo dia que me esforço para ser coerente.

Em 1950, os Estados Unidos e a União Soviética ensaiavam os primeiros passos da guerra fria que se estenderia por anos a fio. Os dois países faziam parte do Conselho de Segurança da ONU, mas, como a relação já andava azeda e os objetivos dos EUA já divergiam dos objetivos soviéticos, a União Soviética parou de freqüentar as reuniões do Conselho de Segurança.

Ora, todas as decisões do Conselho precisavam ser unânimes e o boicote soviético implicou o congelamento das pautas. Coube aos diplomatas americanos, devidamente assessorados por bons advogados, a missão de reinterpretar o Estatuto da ONU para fazer as coisas andarem novamente. Eles descobriram que, por conta de uma redação vaga, as pautas poderiam, na verdade, ser aprovadas por consenso. Ou seja, a unanimidade dos presentes. Assim, eles não precisariam da União Soviética. Bastava, para isso, uma releitura do estatuto.

O argumento americano foi sólido: não temos condições de esperar a União Soviética. O Conselho de Segurança é um órgão importante das Nações Unidas e não pode se dar ao luxo de simplesmente se congelar no tempo e no espaço. A ação rápida e incisiva sempre foi característica marcante do Conselho e isso é o que diferencia a ONU daquela outra tentativa fracassada de instituição internacional chamada Liga das Nações. E tem mais: não estamos fazendo nada de errado, pois não estamos reescrevendo o estatuto, estamos apenas reinterpretando o que já está lá.

Nobre. Correto. Pró-ativo. Criativo. Praticamente inevitável, dadas as circunstâncias. A Assembléia Geral da ONU deu o sinal verde.

E os Estados Unidos aproveitou-se da situação pra, sem a interferência soviética, aprovar a invasão da Coréia por tropas militares americanas*.

Foi a primeira de muitas situações na qual o governo americano encheu-se de boas justificativas para fazer algo injustificável. Ou, melhor, algo que só se justifica do ponto de vista dos interesses políticos e econômicos norte-americanos. E toda a turma que assina embaixo da justificativa normalmente tem o hábito de continuar assinando embaixo das cagadas subsequentes - agora sem o trema (o subsequente e não as cagadas)!

O que acontece na política internacional é reflexo da natureza humana. Os governantes mentem e são dissimulados porque o ser humano mente e é dissimulado. Os governantes são brilhantes porque o ser humano tem a capacidade de ser brilhante. E os indivíduos também têm interesses políticos e econômicos. Por isso, fica o alerta: cuidado com as pessoas cujas justificativas (ou intenções) são sempre melhores que suas atitudes.


* Essa história tem mais detalhes, que omiti propositadamente, senão o Ninguém Perguntou acaba tendo algum tipo de valor educativo. Se quiser cultura, vá ler um livro.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Historinha

300 anos de escravidão explicam muita coisa. Explicam, por exemplo, porque o brasileiro desvaloriza tanto o trabalho, já que o mesmo foi sinônimo de esforço ininterrupto para o enriquecimento dos outros. Explica porque o brasileiro valoriza tanto a hierarquia pois os senhores de engenho e de terras da época eram soberanos e todos deviam obediência a eles (todos, menos a Coroa portuguesa*, claro. Existe sempre um cachorro maior...). "Você sabe com quem está falando?" é uma frase que quase todo brasileiro já ouviu e, secretamente, adoraria poder dizer.

No resto do mundo, trabalha-se para enriquecer. No Brasil, a gente quer enriquecer pra parar de trabalhar.

Muita coisa mudou, mas o trabalho ainda é largamente desvalorizado. Um adolescente de classe média não considera ainda digno ganhar uns trocados lavando louças em um restaurante ou cuidando dos filhos dos outros, como é comum no Canadá, Austrália e Estados unidos. Além disso, precisamos de leis trabalhistas duras, complexas e em excesso para garantir o bom andamento das coisas e evitar a exploração da mão-de-obra. Mas crianças ainda participam do mercado informal e empresas de médio e pequeno porte têm até medo de contratar por conta dos impostos e obrigações.

Quem trabalha ainda é escravo hoje em dia. Não porque não receba dinheiro, mas pela falta de opções. Ainda é muito raro encontrar alguém recebendo um salário honesto fazendo aquilo que gosta. O funcionalismo público parece ser a única saída para a classe média, que deveria passar a se chamar classe medíocre, pois a cada dia que passa fica menos crítica, menos ousada e menos influente. E mais desejosa de trabalhar no TCU mesmo que tenha feito vestibular para bioquímica.

Eu exagero, claro. E, além disso o atual estado das coisas no Brasil não pode ser completamente explicado pelos 300 anos de escravidão. Eles deixaram sua marca e alguns grilhões sociais parecem ainda estar em pleno funcionamento, mas, no fim, em uma boa parte das prisões, os detentos lá estão por conta de seus próprios atos.


 

* Não consigo usar essa expressão sem imaginar uma velha mal-encarada de bigodes fartos. Com você também é assim?