O Brasil jogou bem. Nada excepcional, mas foi eficiente, aguerrido e mostrou vontade com o ocasional bom futebol. Animei-me com o jogo. Destaque negativo para o juiz, francês, mostrando que a França não deveria mesmo ter vindo à Copa. Papelão dos jogadores se recusando a treinar, papelão do Domenec boicotado e sem moral e papelão até do juiz francês: frouxo e protagonista de uma cena das mais estranhas, a conversinha com o Luis Fabiano depois do gol, que, em minha opinião, deveria ter sido anulado.
Sim, teria sido um gol espetacular se a matada fosse no peito, mas não foi. Tem gente que adora isso no futebol, o gol de mão do Maradona contra a Inglaterra em 86, a mão na bola do Henry que classificou a França para a Copa. Eu não gosto, pois a incompetência em ver um lance desses é a mesma responsável pela expulsão do Kaká e pela violência desenfreada no final do jogo. Prefiro um juiz exemplar, que tivesse anulado o gol do Luis Fabiano, mas que também tivesse expulsado uns dois jogadores da Costa do Marfim antes que a partida virasse o que virou.
Além disso, o Brasil não precisava de favores do juiz para ganhar o jogo e nem para fazer um golaço, caso do primeiro gol brasileiro.
O Brasil me agradou – quem não agradou, pra variar, foi o Dunga. Destemperado durante o jogo, falhou na leitura do que estava acontecendo, pois deveria ter tirado o Kaká de campo logo depois do primeiro amarelo, e deveria ter tomado atitude para tranqüilizar os jogadores. Continuou destemperado durante a entrevista coletiva, falando palavrões ao vivo e sendo irônico e arrogante. Se o Brasil ganhar a Copa, o cara vai ficar insuportável.
Enfim, encerro o Ninguém Perguntou com o comentário da Bia, minha filha de 7 anos, que está acompanhando a Copa com grande interesse, apesar de afirmar que detesta futebol:
- Pai, essas pessoas são muito loucas. Elas brigam, brigam, brigam e no final se abraçam, ficam sem camisa. É muito maluco isso!
E sobre o lance com o Kaká:
- Se o Kaká encostou no peito dele, porque o moço botou a mão no rosto?
- Ele estava fingindo, filha, pra enganar o juiz.
- Mas então esse juiz é muito bobo, pai.
Fica aí atestado o óbvio, por uma criança de sete anos que detesta futebol.