quinta-feira, 29 de julho de 2010

Biscoitinho

Casado há oito anos com a Claudete, a quem ele chamava de Biscoitinho, o Pascoal achou estranho quando o garçom perguntou para a sua esposa:

— O de sempre?

— Ué, Biscoitinho, que intimidade é essa com o garçom? É a primeira vez que a gente vem a esse restaurante!

— Iiih, Piscuxo – a Claudete chamava o Pascoal de Piscuxo – Venho aqui direto com o pessoal do trabalho.

No caminho pro motel (coisa que eles não faziam há uns dois anos), o Pascoal se perdeu, mas a Claudete socorreu-o a tempo:

— Vira aqui!

Na suíte, Pascoal ficou admirado com a desenvoltura da esposa. Sabia onde ficava tudo: do chinelinho ao bar embutido no armário. Sabia até qual o canal do filminho de sacanagem! Na cama, mais surpresas: sua esposa mostrou uma elasticidade e disposição só equiparáveis à época de namoro, exigindo o máximo do pobre do Pascoal, que sentiu até câimbras e deu um jeito no ombro.

Pascoal não falou nada, mas, por via das dúvidas, parou de chamar a Claudete de Biscoitinho. E ela nem reparou!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Cueca cheia

A seleção da Holanda tem a vantagem de ser regular e sem nenhum perna-de-pau. Além disso, são frios, não sentem muito a pressão do jogo e tem dois excelentes jogadores: o Roben e o Snider (esse último um craque). Além disso, o goleiro é bem acima da média e já salvou o time diversas vezes.

Mas a melhor qualidade do time nessa Copa é ser cagão. No fim do jogo, as cuecas laranjinhas voltam cheinhas pro vestiário. Desse jeito, vão acabar sendo campeões do mundo, embora eu prefira a competência da Alemanha.

sábado, 3 de julho de 2010

A Copa do Mundo é nossa!

Primeiro sobre o Dunga.

O maior erro é achar que alguém que nunca foi técnico de futebol pode ser técnico da Seleção Brasileira. Experiência é importante e não tem nada a ver com competência, pois o Dunga foi até competente, com muitas vitórias no caminho, mas na hora de mostrar liderança, foi o primeiro a perder a cabeça.

Ele estava nervosíssimo na estréia contra a Coréia, catatônico, encostado ao banco de reservas. Depois arrumou confusão com a imprensa, falhou em ver o que acontecia no jogo enquanto esperneava e não conseguiu ter flexibilidade, malícia ou inteligência. O Brasil cair na catimba da Argentina ainda vai (os caras são profissionais), mas perder a cabeça com a catimba da Holanda é muito destempero. Manter o Felipe Melo no time depois do show dele contra Portugal Também não foi prudente, mas a teimosia é também recurso do líder inexperiente, que administra tudo de forma personalista e não profissional. Claro que a união é um elemento importante em uma equipe vencedora, mas não pode ser o único elemento.

O Brasil teve futebol, teve o Kaká até dando pro gasto, teve o Gilberto Silva surpreendendo, teve um primeiro tempo espetacular, teve raça, teve determinação, mas não teve nem o equilíbrio emocional da seleção de Gana, por exemplo, que não desmoronou em campo depois que o Uruguai empatou o jogo – esse assim um jogão da Copa.

Merecemos voltar para casa e espero que tenhamos aprendido uma lição: experiência é fundamental (E até os argentinos, que escolheram o técnico mais improvável para a sua seleção, sabem disso. Não é à toa que na comissão técnica da Argentina está o técnico que foi campeão em 86).

Agora, sobre o Felipe Melo.

Não dá pra esconder, o jogo seria outro sem a presença dele. O Brasil poderia perder, claro, mas acho que teríamos feito um papel melhor. Marcamos nosso primeiro gol contra em copas – e o Felipe conseguiu ser o único jogador na história da competição a fazer gol contra e ser expulso no mesmo jogo. É muito prejuízo. E o depoimento dele ao final do jogo foi ainda mais triste, ao afirmar que a expulsão não foi justa porque ele não quebrou a perna do Roben...

Sobre a seleção.

Não conseguiu empolgar nessa copa, fazendo uma campanha pior que em 2006 (menos pontos e menos futebol). As vitórias foram contra times fracos (embora tenha até jogado razoavelmente especialmente contra o Chile e a Costa do Marfim) e, nas duas oportunidades que teve, contra Portugal e Holanda, empatou e perdeu. Se juntou às decepções da Copa, guardadas as devidas proporções, já que França e Itália bateram o recorde, sendo eliminadas na primeira fase.

Pra quem defende o Dunga, o Lula e todos os marinheiros de primeira viagem que escalam degraus por motivos políticos ou pessoais (e não por qualificação): não é porque dá certo de vez em quando que é certo. Pode ter certeza – se algo deu certo com a pessoa errada, teria sido muito melhor com a pessoa certa. Claro, claro, toda regra tem exceção, etc. Mas me diga uma coisa: se você estivesse escolhendo uma babá para o seu filho você preferiria alguém com boas referências ou uma pessoa muito simpática que está sendo babá pela primeira vez? Pode responder honestamente, não tem ninguém olhando.