domingo, 20 de novembro de 2011

True Grit

Bravura Indômita é um excelente filme. Como todo bom western, conta uma história que é grandiosa em sua insignificância: fala da determinação de uma menina de 14 anos em levar à justiça o assassino de seu pai e de seu relacionamento com um Marshall e um Texas Ranger.

A história é boa, mas não é nem de longe a atração principal do filme. A fotografia, a edição, a montagem e a composição dos personagens são trabalhos de mestres.

O fato dos personagens serem interessantes não vai ser surpresa para quem acompanha o trabalho dos irmãos Cohen, mas a narrativa mais estruturada e a utilização parcimoniosa de situações surreais são mais inesperadas. Os filmes dos irmãos Cohen costumam propositadamente segurar a evolução da trama para valorizar os personagens e o “clima” da história. Em True Grit, esse talento é usado em doses mais homeopáticas e o resultado é realmente excepcional - o filme acaba ganhando em ritmo e funciona em vários níveis: como um bom western, como um filme de personagens, como filme autoral. É uma lição de cinema.

Diz a lenda que a produção executiva de Spielberg deu ao filme um tom mais comercial e embora isso possa ser visto como sacrilégio pelos intelectuais de plantão, a verdade é que os filmes de Spielberg são comerciais muito mais pelo fato de serem bons do que por seguirem fórmulas prontas (É a diferença entre Caçadores da Arca Perdida e Transformers). O que eu vi no filme foi qualidade e não babaquice de grupo focal. Um filme autoral demais poderia perder o seu caráter de homenagem ao material de referência (tanto o livro quanto o primeiro filme) e poderia descaracterizar a história.

Jeff Bridges está de novo caricato (e funciona! Quantas vezes ele vai conseguir fazer isso?), Matt Damon faz uma versão texana do seu personagem em 11 Homens e um Segredo e a atriz adolescente Hailee Steinfield prova que, apesar dos Crepúsculos da vida, ainda existem papéis interessantes para jovens em Hollywood.

A química do trio funciona, e os personagens adultos crescem com a evolução da trama (a menina é meio que um samba de uma nota só, mas, pelo menos, é um bom samba).

Enfim, gostei das decisões tomadas e da forma como True Grit foi conduzido. O humor do filme é inteligente, as cenas de ação são cruas e a história é deliciosamente previsível. Você sabe que está assistindo a um grande filme quando o que importa não é o que acontece, mas, sim, como acontece.

domingo, 9 de outubro de 2011

Dark, muito, muito Dark

Por força das circunstâncias (se “as circunstâncias” fosse uma pessoa seria o cara mais forte do mundo) fiquei meio de molho e resolvi jogar o tal do Dark Souls.

Eu já tinha ouvido falar que era o jogo mais difícil de todos os tempos e tal, mas pensei: exagero da galera!

Puta que o pariu! O jogo é difícil pra caralho!

O tutorial do jogo é assim: você acorda em uma cela, avança em um corredor de quinze metros com uns sinais no chão que te dizem qual é o botão que você aperta pra atacar e qual o botão pra correr, dá uma pancada em dois monstros manés, chega a um save point, abre uma porta...

E aí um monstro de quatro metros de altura com um tacape de seis metros cai na sua cabeça, tremendo a porra do chão inteiro. Se ele te acertar, você perde metade da sua vida (se der sorte) e fica deitado no chão. Não adianta nem tentar levantar que não dá tempo – ele vai pular em cima de você e te dar mais uma porrada firme. Morri em dois segundos.

Um detalhe: nesse jogo quando você morre, perde todas as suas “almas”, que são, ao mesmo tempo, seu dinheiro e sua experiência. Ou seja, você perde toda a sua evolução (não que eu tivesse muito pra perder porque eu estava jogando há CINCO MINUTOS!).

Vamos tentar novamente, vai ver eu estava distraído.

Não. Morri de novo. E de novo. E de novo. Na quinta vez eu consegui dar uns tapas na bunda do monstro, fazendo o total de dois pontos de dano a cada porrada, o que não significava muita coisa, já que o bicho tinha mais de mil pontos de vida. É isso mesmo: ele tinha mais de mil pontos e o meu melhor ataque fazia DOIS PONTOS DE DANO!

Na sexta vez, com o rabo de olho, enquanto o monstro me jogava para o outro lado da sala, eu consegui enxergar um detalhe em um canto e falei: não acredito!

Não vou estragar a surpresa, mas o fato é que só na sétima tentativa eu entendi o que era preciso ser feito. Isso no tutorial.

E o chão vai se abrir sob os seus pés, pedras gigantes vão rolar sobre sua cabeça, monstros vão se juntar e te cercar em um canto. Qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento. É a experiência eletrônica mais tensa que já vi. Se eu fosse realmente um cara perdido em um mundo infernal entupido de criaturas bizarras, eu me comportaria exatamente como o meu personagem: entraria em cada nova sala bem devagar e com o escudo levantado e correria de volta pro acampamento a qualquer sinal de algo mais suspeito.

Chegou ao ponto de acontecer o seguinte: mais pra frente no jogo entrei em uma sala que tinha um canto meio escondido. Ao me aproximar, ouvi uma respiração esquisita. Em qualquer outro jogo eu iria com tudo pra cima do monstro. Nesse eu não tive dúvidas: me virei e abri o gás, correndo de volta pra um local seguro igual à uma menininha. Nem vi o jeitão do monstro :D

Genial.

O jogo é incrível. É o primeiro jogo dessa nova geração que não te pega pela mão a todo instante. Só existe um arquivo para salvar (e o salvamento é automático), ou seja, tudo o que você faz é definitivo. Não queria gastar aquele item? Que pena, não tem segunda chance – ou você começa o jogo inteiro de novo ou aprende a viver sem o item. Como na vida real, não tem botão de rewind.

E, mesmo com toda essa dificuldade, Dark Souls está sendo considerado um dos melhores jogos de todos os tempos.

Pra mim, o segredo do sucesso do jogo está no fato de que o avanço do jogador não é uma questão de reflexo ou de memorizar combos, é uma questão de inteligência, persistência e foco – qualidades normalmente subvalorizadas nos games de hoje.

Fica a dica aí para os masoquistas de plantão.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

The Third Gathers - Backstroke of the West

E por falar em alterar os filmes do Star Wars (veja post anterior), nada como o bom e velho “engrish” para garantir umas risadas.

Não conheço a história direito. Parece que um cara que morava na coréia comprou uma versão pirata do filme The Revenge of the Sith, que tinha a opção de legenda em inglês. Daí bastou uma postagem na Internet para que o filme virasse o hit cult Backstroke of the West.

Porque alguém ia se dar ao trabalho de fazer uma legenda em inglês para um filme falado em inglês nunca ficou bem explicado, mas isso é detalhe. O importante é que o filme fica dez mil vezes mais divertido com as novas legendas.

Confira. E, se não quiser ver tudo (afinal, é o filme inteiro novamente), assista ao menos a cena final do Darth Vader, a origem do, já famoso nos círculos geeks, “DO NOT WANT!”.

Link:

http://www.youtube.com/user/BackstrokeOfTheWest

A Revolta dos Nerds

Vamos ser honestos: a única coisa realmente boa que George Lucas produziu foi a trilogia original de Star Wars. Tá bom, tá bom, ele também participou da série do Indiana Jones, mas não é segredo que o sucesso da série se deve mesmo ao dedinho de ouro do Spielberg.

Caravana da Coragem e Willow – na Terra da Magia são até filmes simpáticos, mas tremendamente infantis e meio bobos – como a nova trilogia (que em alguns momentos não chega nem a ser simpática).

Os três primeiros Star Wars são bem melhores. Só quem não acha isso é, aparentemente, o próprio George Lucas, que vive remendando os filmes, com resultados duvidosos.

Começou atualizando os efeitos especiais. OK, faz até certo sentido. Depois, cenas digitais extras. OK, quem é que não queria ver o Jaba andando ou a cidade das Nuvens em toda a sua glória? Ou os Ewoks piscando? (ai, ai...).

Mas, logo em seguida, veio a mudança mais estranha: ele mexeu no caráter do Han Solo, mudando a cena da cantina fazendo parecer que Greedo tinha atirado primeiro. Afinal, o herói Han Solo jamais atiraria primeiro!

Que cagada!

A transformação de Solo em verdadeiro herói só acontece no final do filme. O charme do personagem é o fato dele ser um contrabandista malandro e, sim, assassino, disposto a qualquer coisa, que se transforma em um dos líderes rebeldes ao longo da saga.

Os nerds foram de archotes e ancinhos para seus teclados, inundaram a Internet de protestos e, em 2005, saiu uma nova versão com os dois atirando juntos e, finalmente, em 2006, uma outra versão com Solo voltando a atirar primeiro. E todo mundo comprou o mesmo filme umas quinhentas vezes. Lucas pode ser um péssimo diretor, mas é o maior gênio do universo quando se trata de vender a mesma coisa várias vezes.

Daí pra frente foi tudo pras picas. Tem uma dessas reedições na qual o Anakin novo (o Christensen) aparece como fantasma no final de O Retorno de Jedi. Mas como pode? O cara não morreu velho? Porque o diabo do fantasma é um moleque de tererê?

E teve ainda uma versão de A New Hope com a voz adicional do Obi Wan dando um grito muito doido pra enxotar o Povo da Areia como se fosse um bando de galinhas que, graças aos céus, teve vida curta.

Mas por que eu estou falando tudo isso? É que, claro, vai sair mais uma versão dos filmes originais e dessa vez a mudança é a mais foda de todas. Lembra do filme O Retorno de Jedi? Lembra da cena final? Aquela na qual o Darth Vader silenciosamente resolve seu conflito interno e finalmente se redime matando o Imperador? Lembra que o bacana da cena é justamente o silêncio de Vader, vendo o próprio filho ser torturado?

Pois é, na próxima versão, Vader não vai ficar em silêncio. Ele vai falar... Preparem-se... Lá vai:

— Não... Nããããããão!

É isso aí. Uma reedição do gritinho ridículo do final da trilogia mais recente. Pode?

Bom, poder, pode. O cara é o dono da bodega e se ele quiser reeditar a porra toda com o Jar Jar Binks no lugar do Luke Skywalker ele pode (não dá ideia, não dá ideia...), mas quando vejo uma coisa dessas fico com sérias dúvidas sobre o verdadeiro papel de Lucas na execução da trilogia original. Ou então o cara tá milionário e de saco cheio e resolveu sacanear a própria obra, só pra provar que, mesmo assim, ele ainda consegue vendê-la pra meio mundo mais uma vez.

Agora, que ficou ridículo, ficou. Veja aí:

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Beijundas

Todos sabem que tenho a mente mais suja que pau de galinheiro, mas nessa questão precisamos ser razoáveis e honestos, pra não dizer realistas: esse emoticon que simboliza beijo parece mais dois bracinhos botando a bunda pra fora. É ou não é?

Toda vez que alguém manda isso pra mim eu visualizo a pessoa me pagando um bundalelê, o que não é nada agradável especialmente se é e-mail de algum marmanjo barbado (cujas chances da bunda ser cabeluda também são altas).

Enfim, muitos <3 para todos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Super 8

Super 8 é um filme que tem uma imensa desvantagem: é extremamente previsível. Até mesmo porque a ideia do diretor JJ Abrahams era “homenagear” os filmes de Spielberg dos anos 80, que tinham crianças como protagonistas e foram grandes sucessos, como ET, Goonies, etc.

A homenagem foi um pouco longe demais e ele copiou não só a fórmula como também o roteiro, principalmente no caso de ET.

A vantagem é que o próprio diretor sabe que fez isso, e acabou utilizando-se de um recurso interessante para disfarçar a falta de criatividade (ou o medo de fugir da fórmula e dar errado): criou uma história paralela sobre a produção de um filme amador feito pelas crianças. O estratagema funciona e a história paralela acabou sendo tão boa que deu até título ao filme.

Apesar de despretensioso e formulaico, o filme acerta onde mais conta. Um primeiro ato muito bem montado, que introduz os personagens de forma decente, e um elenco de atores mirins bem calibrado, com ótima sinergia.

O filme acaba sendo nostalgia pura e, se você já passou dos trinta (e ainda não ultrapassou os 50), é quase certo que vai se sentir transportado no tempo e não vai conseguir evitar o sorriso em algumas cenas. É uma pedida interessante para renovar o espírito e também para ir com a namorada ou esposa – o relacionamento entre o casal mirim é bonitinho e vai deixá-la suspirante, sem dúvida. Ou seja, todo mundo sai ganhando e você não precisou assistir a uma comédia romântica.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Livros difíceis

Confesse: você já largou um livro no meio não porque a história era ruim, mas sim por absoluta falta de compreensão ou paciência. Normal. A leitura, assim como todas as outras coisas que dão prazer, tem hora que não emplaca - como rodízio de pizza depois da feijoada ou sexo sem camisinha. Ou... Enfim, antes que eu me perca nas metáforas esdrúxulas aqui vão alguns exemplos dos livros que ganharam de mim:

1. Ulysses, de Joyce: esse, na verdade, nunca nem abri, de medo.

2. As 1001 noites: tem dois anos que este é o meu livro de cabeceira antes de dormir. Todo dia leio um pouco. Acho que, inconscientemente, estou tentando reproduzir a história em tempo real. É um livro até fácil e gostoso de ler, mas não adianta: todo dia leio um pouquinho e abandono para dormir ou ler outra coisa.

3. Empolgado pela série de videogame Dynasty Warriors, resolvi certa vez encarar o Romance dos Três Reinos, livro clássico Chinês no qual a série de jogos se baseia. Com quase mil páginas, o livro era maior que lista telefônica lá de casa – e tinha mais personagens que a lista telefônica! Pela página duzentos, tinha uns 30 sujeitos cujos nomes eram pequenas variações de Zhang Lu (e mais outros dois mil outros caras). Nem precisa dizer que voltei a acompanhar a história da reunificação da China e da revolta dos turbantes amarelos apenas pelo videogame. O que também não é exatamente compreensível, mas pelo menos dá pra saber que o tal do Lu Bei pulava três metros de altura, comia arroz do chão, brilhava quando tava puto e matou umas 15 bilhões de pessoas, todas com a mesma cara – mas pode ser que o videogame tenha usado alguma licença poética.

4. Grande Sertão Veredas, do Guimarães Rosa: esse eu li, mas não li. Porque eu entendi uma coisa e o texto dizia outra.

5. Qualquer coisa do Paulo Coelho: li O Alquimista e o Diário de um Mago, mas meu pai e minha mãe sempre me orientaram a ficar longe das drogas e, portanto, parei.

6. A Ilíada, de Homero (se é que existiu um Homero e se é que ele escreveu a Ilíada)- em verso e em inglês, quando meu inglês ainda não era lá essas coisas. Outro que cheguei até o final, mas entendi mesmo 30% da coisa toda, com boa vontade. Ainda tenho o livro, que de vez em quando me olha com ar de superioridade da estante.

Curiosamente, nunca tive esse tipo de problema com a Agatha Christie. Já li toda a obra dela umas duas vezes. Ahh, a boa e velha Agatha- em minha adolescência fui diversas vezes para a cama com ela... Pois é, o livro de mistério é a receita perfeita para o cérebro preguiçoso, pois, no finalzinho, o detetive sempre faz um resumão da história antes de revelar o assassino.

domingo, 7 de agosto de 2011

Temperinho caseiro

Se você revirar meus posts passados, vai encontrar um que fala sobre um bando de cientistas que realizaram um experimento que poderia ou não criar um buraco negro no centro da terra. A ideia não era das mais felizes, mas, pelo menos, a coisa toda estava sendo supervisionada pelos governos de três países diferentes.
Entra em cena o sueco Rich Handl, um cientista louco da vida real que decidiu ver se conseguia realizar uma fissão nuclear em casa.
Você leu certo: sabe-se lá como, o cara conseguiu acesso a urânio, rádio e amerício, botou tudo numa panela e acendeu o fogo, na tentativa de criar um reator nuclear caseiro. E o objetivo não era nem economizar na conta de luz. O cara simplesmente queria ver se era possível.
Os relatos da experiência – incluindo fotos do meltdown causado no fogão - você pode acompanhar no blog do rapaz (link abaixo), mas já adianto o final da história: o cara foi preso. Sabe como? Depois do acidente na cozinha, ele próprio resolveu ligar para o órgão que trata de energia nuclear lá na Suécia para trocar experiências e ver o que ele poderia fazer para garantir a segurança da operação.
Dez minutos depois da ligação uma equipe da SWAT sueca, junto com a divisão de controle de danos sueca e o equivalente à Liga da Justiça sueca estavam no apartamento do cara.
Feliz da vida, ele lamenta não poder mais continuar o experimento, mas comemora o fato de ter ficado famoso.
Louco. De. Pedra. E o cara é meu vizinho aqui no blogspot:
E já que tocamos no assunto Suécia, segue uma foto de uma fantástica loura sueca aleatória - pra não desperdiçar nem o tema, nem a oportunidade.

The FP

Eu poderia viver sem os malucos perigosos, mas os malucos inofensivos são indispensáveis. Por exemplo, veja só o filme que brevemente será lançado no link abaixo.

Um aviso: não assista no trabalho a não ser que seu chefe seja bem liberal (ou que você seja o chefe...).

http://www.gameinformer.com/b/news/archive/2011/08/01/west-side-story-meets-dance-dance-revolution-in-this-real-trailer-for-a-movie-that-actually-exists.aspx

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vovô Gengis


Um fato que só é conhecido por 13% da população mundial é que 50% das estatísticas são falsas, mas uma recente descoberta chamou minha atenção pelo fato de provavelmente ser verdade (84,3% de chance): 4% da população mundial é, de alguma forma, descendente de Temujin, o Gengis Khan.

Gengis Khan você conhece, claro. É o mongol doidão que conquistou meio mundo em mil duzentos e alguma coisa, com a desculpa de que os cavalos de sua região precisavam de pasto. O argumento era fraco, mas os arqueiros do sujeito matavam todo mundo a 500 metros de distância, o que limitava muito a discussão sobre o assunto.

Fato: brilhante estrategista militar, Gengis conquistou nada menos que a China (que tinha muralha e tudo, mas não adiantou), país mais populoso do mundo.

Fato: Gengis Khan comia todo mundo e acredita-se que teve centenas de filhos.

Fato: uma parte desses filhos se espalhou pelo império do pai e também comiam todo mundo.

Especulação: se você é bom de conta já reparou que centenas de filhos vezes milhares de netos dá gente pra cacete. Alguém com muito tempo livre resolveu botar tudo na ponta do lápis e saiu a conclusão de que 4% da população mundial (incluindo aí mais de 30% da população da Mongólia) tem direito a entrar na justiça para reclamar um pedaço da herança do conquistador mongol.

Já acionei meu advogado e ele acredita que é possível provar que a compulsão que tenho de invadir e conquistar Anápolis é genética. Além disso, é quase certo que uma trisavó minha, em um verão muito louco, teve um caso com um criador de porcos da Xixia, primeira região conquistada por Temujin.

Em todo caso, mesmo com um forte elemento jurídico a meu favor, é pouco provável que o governo Chinês tope devolver o país, mas estou pedindo para todo mundo dar uma checada em sua árvore genealógica, pois se juntarmos gente suficiente, meu advogado acredita que podemos tentar um acordo.

Ou, na pior das hipóteses, invadimos Anápolis. Vovô Gengis ficaria orgulhoso.

Agora, olhe bem a foto e veja se não é a minha cara.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Continuidade não é continuação

O que a Marvel está fazendo com suas produções de filmes de super-heróis é algo impressionante. Não apenas porque muitos dos filmes são genuinamente bons (o primeiro homem-aranha, Homem de Ferro), mas porque eles estão tendo sucesso em trazer algo inerente aos quadrinhos para o cinema: continuidade.

Não estou falando de uma história em sequência ao longo de diversos filmes, coisa relativamente comum, presente nas telas do cinema desde a década de cinquenta com os seriados semanais (conceito que atingiu seu ápice com Harry Porter – uma cacetada de filmes com os atores envelhecendo junto com seus personagens). Estou falando de vários filmes com personagens diferentes ambientados dentro de um mesmo universo.

Isso era exclusividade dos quadrinhos, mas a ousadia da Marvel está trazendo a ideia para o cinema – e com excepcionais resultados.

Primeiro porque, como eu disse, muitos dos filmes são realmente bons. E mesmo os que não são, são bem produzidos, com alguns bons momentos.

Segundo porque eles conseguiram se conter e estão dando vida ao projeto de forma discreta e consistente. A presença de Nick Fury no final dos créditos já é algo esperado pelos fãs, a continuidade dos x-men não atropela a dos vingadores, cada filme funciona perfeitamente bem com um elemento isolado, etc.

Quer um exemplo do funcionamento dessa continuidade? Em Capitão América, o mito dos deuses nórdicos faz parte da trama, mas eles não perdem tempo explicando nada sobre o tema... PORQUE JÁ EXPLICARAM NO FILME DO THOR!

Em que pese o contexto infanto-juvenil de super-heróis e o gosto pessoal de uns e de outros pelo tema, todos têm que reconhecer que essa ferramenta narrativa é simplesmente brilhante. É original, envolvente e está sendo utilizada com absoluta maestria.

Aproveito o assunto para comentar que, ao que tudo indica, o filme do Capitão América vai surpreender e ser excepcional (eu esperava um filme bacaninha, mas os críticos mais ácidos americanos estão tirando o chapéu para o filme dizendo que acertaram em tudo: na caracterização do personagem, na escolha do elenco de apoio, na história e até no tom de patriotismo, que era o coelho mais difícil de tirar dessa cartola).

Enquanto isso, no outro universo, o da DC, só Batman salva. O reboot do Superman a alguns anos atrás foi um dos piores filmes que já vi, o filme do Lanterna Verde é um dos piores filmes já produzidos na história da humanidade, o filme E a série da Mulher Maravilha foram cancelados... Enfim, o melhor filme de heróis da DC dos últimos tempos foi o Watchmen, que afundou nas bilheterias, embora tenha sido esteticamente brilhante e executado dentro do que era possível, dadas as limitações narrativas do cinema (sim, o cinema ainda tem limitações narrativas que os quadrinhos não têm).

Enfim, a Marvel já me convenceu de que Os Vingadores será o maior (e talvez melhor) filme de super-heróis de todos os tempos, simplesmente porque o filme é só a última parte da série composta por todos os filmes de heróis que eles fizeram nos últimos quinze anos.

Excelsior!*

* Se você não entendeu essa referência, sugiro ler mais sobre a pessoa que podemos considerar responsável por essa porra toda (e quando falo porra toda, quero dizer A PORRA TODA!), Stan Lee.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

De volta com estilo

A montanha russa que chamamos de vida me preparou algumas surpresas e o blog andou parado.

Estava pensando em uma maneira para voltar em grande estilo e nada parecia ser grandioso o suficiente para justificar o tempo parado.

Finalmente lembrei que, na era da internet, tentar ser criativo e original é perda de tempo. Digitei "fucking awesome" no google e, na aba de imagens, encontrei a figura abaixo.

A internet está sempre certa. Nada é mais fucking awesome que um raptor cavalgando um tubarão branco carregando um RPG!



Breve novos posts!!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Obama Vs Osama

Gente, mataram o Osama!

Sei que não é novidade, mas se você lê o Ninguém Perguntou pra saber das novidades, sinto dizer, mas você é uma das pessoas mais desatualizadas da face da terra.
Mas, enfim, mataram o Osama!

Até imagino o diálogo no rádio da equipe de operações especiais:
— Capitão, cabo Johnson aqui, a micro câmera que passamos por baixo da porta indica que Bin Laden está desarmado, acompanhado de mulheres e dois assistentes, todos desarmados.
— Ok, Johnson. Suas ordens são para entrar e capturar Bin Laden com vida.
— Hã? Com vida?
Do outro lado do rádio, risadas. Esse Johnson era demais: caía em todas!
— Claro que não, né Johnson! Kill the Mother Fucker!

E os americanos iam perder essa oportunidade de enterrar (literalmente) o assunto?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Calendário cristão

Fico impressionado de ver como os feriados cristãos são democráticos. O nascimento de Jesus Cristo convive tranquilamente com um velho de barbas brancas vestido de pijama vermelho e o incentivo ao consumo dos presentes. O Carnaval mistura a tradição do jejum e penitência com o povo andando seminu pelas ruas e fazendo sexo com estranhos. Mas nada bate a Páscoa.

A Páscoa, em tese, é a celebração da ressureição de Cristo – o momento máximo da fé cristã. Tudo a ver com coelhos carregando ovos de chocolate, certo? Claro, claro, se você for atrás dos simbolismos, você vai descobrir que o ovo significa vida nova e que o coelho significa fertilidade. Mas não interessa a justificativa, o resultado final é absurdo: ressureição, coelho, chocolate e ovo!

O mais impressionante é que funciona. O que prova que qualquer maluquice é vendável desde que a equipe de marketing tenha o orçamento adequado. Eu podia citar agora alguns exemplos (de presidentes a programas de televisão), que fazem até mais sucesso que a Páscoa e tem ainda menos sentido, mas não quero criar confusão.

Então, sem citar exemplos, eu diria que o Lula, o Big Brother e o Coelhinho da Páscoa dizem muito sobre a nossa credulidade, o poder de convencimento da mídia e a nossa necessidade de construir mitos. O coelhinho, pelo menos, é peludo e fofinho (se bem que tem gente que acha a mesma coisa do Lula).

Enfim, feliz Páscoa.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dicionário

Definição da minha filha de dicionário: é um lugar que explica as palavras que a gente não conhece com uma porção de outras palavras que a gente não conhece.

Achei sensacional!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Relacionamentos virtuais

Vários videogames incluíram relacionamentos em suas narrativas, mas o relacionamento como decisão consciente do jogador é um fenômeno relativamente recente. Alguns exemplos vivenciados pela minha pessoa:

1. Meu primeiro relacionamento gay nos videogames foi no jogo The Sims 2. Tudo começou meio sem querer, eu estava apenas querendo fazer amigos, mas, de repente, apareceu a opção “flertar” no menu radial. Cliquei. Daí para a opção “beijar” foi menos de 5 minutos. Dez minutos depois estávamos na cama, animadamente, em meio a uma nuvem de poeira (sexo no THE SIMS sempre foi uma coisa bem animada, apropriadamente chamada de Uh-Hoo). Dois dias depois, eu e minha parceira (eu estava jogando como mulher) decidimos adotar uma criança e vivemos felizes por alguns minutos. Nosso relacionamento terminou tragicamente quando eu resolvi dar a criança para os vizinhos vampiros, vender todos os banheiros da casa e eliminar todas as portas. Elas ainda conseguiram sobreviver por duas semanas com a comida que ainda havia na geladeira. O próximo passo foi construir uma família bem careta para morar na casa – agora assombrada por um casal lésbico – mas isso é uma outra história.

2. O meu segundo relacionamento digital foi no jogo The King`s Bounty, no qual consegui arrancar um casamento com uma princesa gótica, depois de cumprir uma missão que envolvia matar o tio dela (essa realeza...). Tivemos uma filha (devidamente vestida com roupinhas de bebê pretas) que me dava um bônus de carisma e ocupava um espaço no meu inventário. Por algum motivo do qual não me lembro, minha esposa foi simplesmente embora e me deixou com o bebê – que demorou anos para crescer! Acabei vendendo a criança para comprar uma espada. Ei! Era uma espada raríssima, que tinha o poder de congelar os inimigos!

3. Depois tive uma fase sem envolvimentos sérios, basicamente só pegando as garotas de programa do GTA e visitando os bordéis de NeverWinter.

4. Parti para o meu segundo relacionamento lésbico em Dragon Age. Eu queria pegar mesmo era a feiticeira, mas só depois de já ter jogado um tantão descobri que ela não curtia mulheres – não ia jogar tudo de novo, né? Fiquei então com a ruivinha arqueira que ouvia vozes. Foi ótimo enquanto durou, mas quase no final do jogo a mulher tirou a calcinha pela cabeça quando eu sabotei a urna com as cinzas de um dos santos da religião dela. Foi o maior rebu, baixaria total, acabei arrancando a espada e cortando a cabeça dela fora. Pô, era ela ou eu!

5. Já minha primeira orgia digital foi na segunda vez que joguei Dragon Age. Dessa vez como homem, fui até um bar de péssima reputação onde encontrei uma capitã pirata chamada Isabella. Eu estava acompanhado da ruivinha tantã (a mesma lá de cima) e de um elfo bi. Puxei conversa, uma coisa leva a outra e, para horror da maga coroa que também me acompanhava fomos parar os 4 na cama – eu, Isabella, a ruiva e o elfo. Empolgado, parti pra cima da feiticeira no dia seguinte e, dessa vez, como eu era um garotão malhado, rolou. Porém, para o meu azar, a mulher engravidou e sumiu com a criança entrando num espelho mágico amaldiçoado, sem dar maiores satisfações. E olha que eu tinha acabado de salvar o mundo – só a porra do mundo todo! O que mais a mulher queria? Outra louca.

6. Meu relacionamento mais gratificante – e romântico – foi com a alienígena azul do Mass Effect. Mais uma vez eu joguei como mulher, mas não vou contar essa vez como lésbica porque se tratava, na verdade, de um relacionamento entre espécies. Não tenho culpa se a raça Asari é só de mulheres gostosas. A ceninha de sexo do jogo era até bem ousada e o relacionamento dessa vez só acabou porque eu morri, ressuscitei dois anos depois como homem e ela se envolveu com o mundo do crime. É... Amor no videogame não é fácil...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Oscarzinho

Agora que já não é novidade, não faz o menor sentido falar sobre o Oscar. Ou seja, é o momento certo para o Ninguém Perguntou dar pitaco.

Esse foi o Oscar mais previsível dos últimos tempos, se eu tivesse entrado em um bolão, teria ganho (ou ganhado, dependendo da forma irregular de sua preferência) praticamente tudo. O Discurso do Rei é um filme com fórmula pronta pra ganhar: bons atores, choque de classes, fotografia correta - e não deu outra.
Ficou provado que a indicação de 10 filmes para o prêmio máximo é apenas mesmo para aquecer a indústria cinematográfica, que anda mal das pernas, e não para premiar a ousadia (Black Swan), a intensidade (127 horas) ou a temáticas modernas (A Rede Social).

Mas a safra de filmes em si é muito boa. Da pegação lésbica da Natalie Portman à gagueira contida de Collin Firth, tudo vale à pena ver – o que é mais do que o que se pode dizer dos filmes indicados no ano passado.

Uma última reclamação: Inception indicado a melhor roteiro? Pessoas, o filme é legal, muito bem montado, super bem dirigido, com efeitos bem criativos, etc. Mas o roteiro é Matrix versão deprê sendo que, dentro do contexto, a desculpa do sonho faz muito menos sentido do que a realidade virtual do Matrix.

Em outras palavras: estou cada vez menos interessado no Oscar. Bom, no dia em que tiver ganhado (ou ganho) um, isso muda.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Teste Nerd (parte 2)

FILMES

1. Qual a pior parte da nova trilogia de Star Wars?
a) Jar Jar Binks.
b) Midi-chlorians.
c) A trama sem sentido.
d) Os diálogos ruins.
e) A história de amor que não decola.
f) NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO.
g) Todas as anteriores.

2.Em que série de filmes você encontra um Xenomorfo?
a) Star Trek
b) Aliens
c) Xena

3. Qual dessas franquias foi assassinada por continuações pobres, mal escritas e feitas às pressas, na tentativa de capitalizar com o inesperado sucesso do original?
a) Darkman
b) Highlander
c) Robocop
d) Sexo Erótico na Ilha do Gavião
e) Todas as anteriores

4. Qual dessas séries já tiveram reboots no cinema?
a) Superman
b) Batman
c) Hulk
d) Homem-Aranha
e) Quarteto Fantástico
f) Punisher
g) Todas as anteriores. Sim, todas as anteriores – depois do cancelamento da parte 4 de um dos filmes aí de cima.

5. O que os filmes O Mundo Selvagem da Mulher-Morcego e Ela era Uma Vampirinha Neurastênica têm em comum?
a) São o mesmo filme. Os produtores tiveram que mudar o nome para não levar um processo (Batwoman, Batman, sacou?).
b) São filmes eróticos.
c) Só o Zinho para saber que esses filmes existem.

Teste Nerd

Se você responder corretamente a mais de 5 dessas questões, a qualquer momento você pode ter uma epifania sobre a humanidade, inventar uma coisa social ou eletrônica e ficar milionário.

Se não tiver a menor idéia do que está sendo perguntado, você pode ser mulher, funcionário público ou contador. Mulheres que têm noção sobre o que eu estou falando favor mandar e-mails com telefone e fotos de corpo inteiro.

HQs

1. Qual o nome real do Wolverine?
a) Logan
b) Miles
c) Hugh Jackman
d) Howlett
e) Paola

2. Na Saga do Clone…
a) Interrompe: Não falamos sobre a saga do clone em minha casa – o Homem-Aranha merece melhor.
b) Interrompe: Clone não é em Star Wars?
c) Interrompe: só comecei a acompanhar a Marvel depois de INVASÃO.

3. Todo mundo sabe que quem quebrou a coluna do Batman foi o Bane (quem não sabe, vai saber com o próximo filme da série). Mas quem curou o Batman?
a) O Robin, com uma massagem relaxante.
b) Ray Palmer, o Elektron, realizando uma microcirurgia dentro do corpo do Batman.
c) A Zatana, falando: Anuloc! Etlov oa lamron, arrop!
d) A Dra. Shondra Kinsolving.
e) House.

4. Citar quem faz parte do Quarteto Fantástico é pamonha. Qual é a formação da Patrulha do Destino? Seja honesto.
a) Até 1968: Comandante (Niles Caulder), Homem-Robô, Homem-negativo, Garota Elástica, Mento e Mutano. Em 1968 morreram todos e, depois, foram sendo reinseridos na cronologia da DC. Outros membros a partir da década de setenta foram: Nudge, Grunt, Abelhinha, Buraco Negro, Inseto Traiçoeiro, Crazy jane, Danny das Ruas, Voz, Faith, Vortex, Metamorfo, Homem-Elástico, Dra. Luz, Aberração, Febre, Garoto Esperto, Velocidade, Falsa Memória, Alice e, obviamente, Charlie, o Boneco. Não citei de propósito os que morreram na segunda formação da equipe.
b) Não sei.

5. De onde saiu a idéia do laço mágico da Mulher-Maravilha?
a) O cara que criou a Mulher-Maravilha foi o mesmo sujeito que criou o polígrafo, o famoso detetor de mentiras.
b) O cara que criou a Mulher-Maravilha era taradão e chegado num bondage.
c) Todas as anteriores.

(continua)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O melhor absorvente do mundo

Há pouco tempo atrás fui assaltado por uma senhora por volta dos seus 60 anos e olhos arregalados. Assaltado no sentido de arremetida súbita, não de roubo. Enfim, a senhora me entregou um folheto e queria porque queria me vender um pacote do absorvente íntimo Anion. De acordo com ela, o melhor absorvente do mundo.

— O melhor do mundo? – perguntei sabe lá Deus por quê.

Ela respondeu que sim e, para provar seu argumento, disse que o absorvente era capaz de acabar completamente com cólicas menstruais, dores de cabeça, TPM, estresse, cistites, ardência, inflamações ou alergias (ou um ou outro... Seria aleatório ou à escolha? Não perguntei...), mau odor, dor nas costas, estado febril, disfunção hormonal, ciclo irregular ou intenso, leucorréia e MUITO MAIS!

— Muito mais? – eu tinha que perguntar.

Claro! Eu ainda tinha dúvidas? A nova tecnologia do Anion era capaz de eliminar bactérias, aliviar a fadiga, acelerar o metabolismo e fortalecer o sistema imunológico. E o homem que voa gosta muito desse produto!

— O homem que voa? O Super-homem?
— Não, o japonês! O que luta e voa nos filmes... Qualquer coisa Li.
— Jet Li?
— Esse!

Tudo bem que o Jet Li é chinês, mas depois deste argumento a mulher havia me convencido.

— OK, me dê um pacote.
— Sua mulher vai adorar!
— Minha mulher, nada! Esse negócio é muito bom – estou comprando um pra mim!

Os olhos dela brilharam. Um novo mercado se abria e o potencial de faturamento do seu produto tinha acabado de dobrar! Ela saiu correndo, a cabeça fervilhando de idéias para um novo e mais completo discurso de vendas – e nem me cobrou o pacote.

E, não, não estou usando. Embora uma consulta rápida na Internet tenha corroborado uma boa parte do discurso da vendedora – incluindo a parte do Jet Li! Que coisa!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Run for your lives

Revivendo os piores momentos de Sean Connery, resolvi refletir cinco minutos sobre as porcarias que assisti durante minha adolescência. E cheguei à conclusão, com uma mistura de orgulho e consternação, que sou um especialista em filme ruim.

Só o fato de ser fã de filmes de zumbi (e outros monstros em geral) já garantiu um alto grau de exposição a cerca de 70% dos filmes piores filmes já produzidos na história da humanidade.

Resolvi, então, espalhar a miséria e relatar aqui alguns dos piores filmes que já vi. Pra tornar a tarefa mais massacrante e a experiência do leitor mais traumática, não vou pelo caminho fácil de citar filmes ruins famosos como O Ataque dos Tomates Assassinos e Plan 9 From Outher Space. Esses filmes viraram Cult e perderam seu lugar na galeria dos piores. Pois ruim mesmo são aquelas produções que, até quem gosta de filme ruim, acha ruim.

São eles, em nenhuma ordem em particular:

Starcrash – versão italiana de Star Wars. O momento mais bizarro do filme é, sem dúvida, quando uma mulher assassinada aparece vivinha da Silva na cena seguinte, em primeiro plano, por conta do erro de continuidade mais escroto de todos os tempos. Achei a cena no youtube! (veja abaixo).

Não vou fazer nenhum comentário sobre a coroa de minissaia, o bambolê e a perseguição de carros a 10km/h.

Troll 2 – Não vou colocar o link desse aqui porque procurar pelo filme faz parte da diversão. Vá até o Google, clique na barra vídeos e, no campo Pesquisar digite: OH MY GOOOOOOOOOOOOOOOOOOD! Isso mesmo – com 18 “Os”.

The Giant Claw – é claro que os efeitos especiais do final da década de 50, início da década de 60, não são lá grandes coisas, mas não é por isso que esse filme é ruim. É que na ânsia de fazer algo que não fosse nem macaco, nem inseto e nem dinossauro gigante, os caras inventaram um negócio que voa e é uma mistura de abutre, peru e uma vítima de incêndio. Giant Claw é o monstro mais tosco, mais absurdo, mais... Mais kitsch da história do cinema.

Detalhe bizarro: toda vez que alguém pede uma descrição do monstro no filme, as pessoas só dizem que ele é como um porta-aviões! Claro, claro. PUTA QUE P...

Nookie – esse filme é todo errado. Na tentativa de surfar na onda do ET, os produtores acharam que era só criar um alienígena feio e enrugado que o resto se ajeitava.

Eu não sei nem por onde começar. O ET tinha como característica o dedo que brilhava. O tal do Nookie tinha como característica o fato de que, quando chorava, seu nariz escorria torrencialmente. Nojento pra cacete.

Quer mais? No final do filme, quando tá tudo indo pra merda, o superdiretor da agência americana que captura o irmão do Nookie pergunta para o computador, uma das maiores inteligências artificiais já criadas pelo homem (de acordo com o roteiro do filme):

— O que devo fazer agora?

E o computador responde:

— Seja um palhaço! - (no original: be a clown!).

E continua a desgraça: a porra do Nookie vai a pé da África para os Estados Unidos (carregando um menino pelado e um macaco), e anda balançando os braços parecendo que tá cagado (igual a um teletubie), o filme era pra ser pra criança, mas tem um clima depressivo, sem contar que o irmão do coisinha é cruelmente torturado durante quase todo o filme. NADA, NADA faz sentido no filme.

Tem mais uma porção e todos valem à pena pesquisar no youtube se você estiver meio à toa: Canibal Girls, Kilma – Amazon Queen, Ator, etc.

Mas essa crônica ficaria incompleta sem duas referências: A série Os Bárbaros, dos irmãos gêmeos bombados que me fugiu o nome agora e Yor – o pior filme de que eu me lembro de ter realmente assistido.

A música de abertura do Yor é algo fantástico – a letra é totalmente surreal e sem sentido. O filme também tem uma sequência inacreditável: Yor usa um pterodátilo morto como asa delta dentro de uma caverna para resgatar a peituda do filme. Tudo feito com efeitos especiais de décima categoria – para a época! É uma das cenas mais famosas da história dos filmes ruins.

Tinha mais filmes ruins na lista, mas a verdade é que já adiei demais esse post. Se der tempo e a galera quiser, posto mais depois.

Os links que encontrei:
DeathStalker
http://www.youtube.com/watch?v=jNB9PdNmWrc

DeathStalker 2 – Sim , podem acreditar, essa porqueira teve uma sequência. As mulheres nuas e as cenas de violência praticamente garantiam a audiência – e o sucesso nas locadoras para os adolescentes.
http://www.youtube.com/watch?v=VhgvvOQ-dM8&feature=related

The Viking Queen
http://www.youtube.com/watch?v=BgSaGmNOYKI&feature=related

Troll 2 – OK, aqui vai o link:
http://www.youtube.com/watch?v=3NMGsRmZTFQ&feature=related

Starcrash – versão italiana de star wars
http://www.youtube.com/watch?v=kz1-_LcntNo&feature=related

The Giant Claw
http://www.youtube.com/watch?v=hOj0nXpRqX8

The Green Slime – A musiquinha da abertura é massa. E totalmente inapropriada.
http://www.youtube.com/watch?v=ivULHjlAW-Y&feature=player_embedded

Sword of the valiant – Sean Connery
http://www.youtube.com/watch?v=TW7B-UNWk4s

Ator
http://www.youtube.com/watch?v=s7uCgiB9xfw

The Barbarians – cena fantástica!!!
http://www.youtube.com/watch?v=V6BAd7xJuU0&feature=related

Phoenix – repararam na maluquinha de terno e gravata?????? (o filme é de fantasia)
http://www.youtube.com/watch?v=nki-UZO-YP4&feature=related

Canibal Girls – “Para evitar que pessoas de coração fraco passem mal durante a exibição deste trailer, nós tocaremos um sino na hora das cenas mais chocantes para que você feche seus olhos...” Precisa dizer mais alguma coisa?
http://www.youtube.com/watch?v=IYgIuRI4nTs&feature=related

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sob nova direção

Então... Uma mulher na presidência da República. Pois é.

Quem lê o Blog sabe que não sou lá muito fã do PT, mas quando o Lula assumiu, eu consegui sentir o peso histórico da coisa: um cara vindo das classes trabalhadoras, sem instrução formal, etc.

Mas a Dilma me causou a estranha sensação inversa de que ficamos historicamente menores. Talvez porque antes de ser mulher, ela é a Dilma. E a Dilma é um pacote que inclui o Zé Dirceu e os últimos escândalos da Casa Civil. A Dilma não á apenas uma pessoa – é uma entidade.

Claro que a tendência, e uma das consequências da solidão do poder, é que a Dilma fique, com o passar do tempo, cada vez mais Dilma. Aí vamos ver o que acontece.