![]() |
Maria Hill nos quadrinhos... |
![]() |
... E Cobie Smulders, Maria Hill no filme - casting correto (do qual eu gostaria de ter participado). |
![]() |
Maria Hill nos quadrinhos... |
![]() |
... E Cobie Smulders, Maria Hill no filme - casting correto (do qual eu gostaria de ter participado). |
![]() |
Essa mocinha com cara de inocente matou o ex-namorado e deixou o garotão aí chupando o dedo no final de O Pirata do Espaço. |
Bravura Indômita é um excelente filme. Como todo bom western, conta uma história que é grandiosa em sua insignificância: fala da determinação de uma menina de 14 anos em levar à justiça o assassino de seu pai e de seu relacionamento com um Marshall e um Texas Ranger.
A história é boa, mas não é nem de longe a atração principal do filme. A fotografia, a edição, a montagem e a composição dos personagens são trabalhos de mestres.
O fato dos personagens serem interessantes não vai ser surpresa para quem acompanha o trabalho dos irmãos Cohen, mas a narrativa mais estruturada e a utilização parcimoniosa de situações surreais são mais inesperadas. Os filmes dos irmãos Cohen costumam propositadamente segurar a evolução da trama para valorizar os personagens e o “clima” da história. Em True Grit, esse talento é usado em doses mais homeopáticas e o resultado é realmente excepcional - o filme acaba ganhando em ritmo e funciona em vários níveis: como um bom western, como um filme de personagens, como filme autoral. É uma lição de cinema.
Diz a lenda que a produção executiva de Spielberg deu ao filme um tom mais comercial e embora isso possa ser visto como sacrilégio pelos intelectuais de plantão, a verdade é que os filmes de Spielberg são comerciais muito mais pelo fato de serem bons do que por seguirem fórmulas prontas (É a diferença entre Caçadores da Arca Perdida e Transformers). O que eu vi no filme foi qualidade e não babaquice de grupo focal. Um filme autoral demais poderia perder o seu caráter de homenagem ao material de referência (tanto o livro quanto o primeiro filme) e poderia descaracterizar a história.
Jeff Bridges está de novo caricato (e funciona! Quantas vezes ele vai conseguir fazer isso?), Matt Damon faz uma versão texana do seu personagem em 11 Homens e um Segredo e a atriz adolescente Hailee Steinfield prova que, apesar dos Crepúsculos da vida, ainda existem papéis interessantes para jovens em Hollywood.
A química do trio funciona, e os personagens adultos crescem com a evolução da trama (a menina é meio que um samba de uma nota só, mas, pelo menos, é um bom samba).
Enfim, gostei das decisões tomadas e da forma como True Grit foi conduzido. O humor do filme é inteligente, as cenas de ação são cruas e a história é deliciosamente previsível. Você sabe que está assistindo a um grande filme quando o que importa não é o que acontece, mas, sim, como acontece.
E por falar em alterar os filmes do Star Wars (veja post anterior), nada como o bom e velho “engrish” para garantir umas risadas.
Não conheço a história direito. Parece que um cara que morava na coréia comprou uma versão pirata do filme The Revenge of the Sith, que tinha a opção de legenda em inglês. Daí bastou uma postagem na Internet para que o filme virasse o hit cult Backstroke of the West.
Porque alguém ia se dar ao trabalho de fazer uma legenda em inglês para um filme falado em inglês nunca ficou bem explicado, mas isso é detalhe. O importante é que o filme fica dez mil vezes mais divertido com as novas legendas.
Confira. E, se não quiser ver tudo (afinal, é o filme inteiro novamente), assista ao menos a cena final do Darth Vader, a origem do, já famoso nos círculos geeks, “DO NOT WANT!”.
Link:
Vamos ser honestos: a única coisa realmente boa que George Lucas produziu foi a trilogia original de Star Wars. Tá bom, tá bom, ele também participou da série do Indiana Jones, mas não é segredo que o sucesso da série se deve mesmo ao dedinho de ouro do Spielberg.
Caravana da Coragem e Willow – na Terra da Magia são até filmes simpáticos, mas tremendamente infantis e meio bobos – como a nova trilogia (que em alguns momentos não chega nem a ser simpática).
Os três primeiros Star Wars são bem melhores. Só quem não acha isso é, aparentemente, o próprio George Lucas, que vive remendando os filmes, com resultados duvidosos.
Começou atualizando os efeitos especiais. OK, faz até certo sentido. Depois, cenas digitais extras. OK, quem é que não queria ver o Jaba andando ou a cidade das Nuvens em toda a sua glória? Ou os Ewoks piscando? (ai, ai...).
Mas, logo em seguida, veio a mudança mais estranha: ele mexeu no caráter do Han Solo, mudando a cena da cantina fazendo parecer que Greedo tinha atirado primeiro. Afinal, o herói Han Solo jamais atiraria primeiro!
Que cagada!
A transformação de Solo em verdadeiro herói só acontece no final do filme. O charme do personagem é o fato dele ser um contrabandista malandro e, sim, assassino, disposto a qualquer coisa, que se transforma em um dos líderes rebeldes ao longo da saga.
Os nerds foram de archotes e ancinhos para seus teclados, inundaram a Internet de protestos e, em 2005, saiu uma nova versão com os dois atirando juntos e, finalmente, em 2006, uma outra versão com Solo voltando a atirar primeiro. E todo mundo comprou o mesmo filme umas quinhentas vezes. Lucas pode ser um péssimo diretor, mas é o maior gênio do universo quando se trata de vender a mesma coisa várias vezes.
Daí pra frente foi tudo pras picas. Tem uma dessas reedições na qual o Anakin novo (o Christensen) aparece como fantasma no final de O Retorno de Jedi. Mas como pode? O cara não morreu velho? Porque o diabo do fantasma é um moleque de tererê?
E teve ainda uma versão de A New Hope com a voz adicional do Obi Wan dando um grito muito doido pra enxotar o Povo da Areia como se fosse um bando de galinhas que, graças aos céus, teve vida curta.
Mas por que eu estou falando tudo isso? É que, claro, vai sair mais uma versão dos filmes originais e dessa vez a mudança é a mais foda de todas. Lembra do filme O Retorno de Jedi? Lembra da cena final? Aquela na qual o Darth Vader silenciosamente resolve seu conflito interno e finalmente se redime matando o Imperador? Lembra que o bacana da cena é justamente o silêncio de Vader, vendo o próprio filho ser torturado?
Pois é, na próxima versão, Vader não vai ficar em silêncio. Ele vai falar... Preparem-se... Lá vai:
— Não... Nããããããão!
É isso aí. Uma reedição do gritinho ridículo do final da trilogia mais recente. Pode?
Bom, poder, pode. O cara é o dono da bodega e se ele quiser reeditar a porra toda com o Jar Jar Binks no lugar do Luke Skywalker ele pode (não dá ideia, não dá ideia...), mas quando vejo uma coisa dessas fico com sérias dúvidas sobre o verdadeiro papel de Lucas na execução da trilogia original. Ou então o cara tá milionário e de saco cheio e resolveu sacanear a própria obra, só pra provar que, mesmo assim, ele ainda consegue vendê-la pra meio mundo mais uma vez.
Agora, que ficou ridículo, ficou. Veja aí:
Super 8 é um filme que tem uma imensa desvantagem: é extremamente previsível. Até mesmo porque a ideia do diretor JJ Abrahams era “homenagear” os filmes de Spielberg dos anos 80, que tinham crianças como protagonistas e foram grandes sucessos, como ET, Goonies, etc.
A homenagem foi um pouco longe demais e ele copiou não só a fórmula como também o roteiro, principalmente no caso de ET.
A vantagem é que o próprio diretor sabe que fez isso, e acabou utilizando-se de um recurso interessante para disfarçar a falta de criatividade (ou o medo de fugir da fórmula e dar errado): criou uma história paralela sobre a produção de um filme amador feito pelas crianças. O estratagema funciona e a história paralela acabou sendo tão boa que deu até título ao filme.
Apesar de despretensioso e formulaico, o filme acerta onde mais conta. Um primeiro ato muito bem montado, que introduz os personagens de forma decente, e um elenco de atores mirins bem calibrado, com ótima sinergia.
O filme acaba sendo nostalgia pura e, se você já passou dos trinta (e ainda não ultrapassou os 50), é quase certo que vai se sentir transportado no tempo e não vai conseguir evitar o sorriso em algumas cenas. É uma pedida interessante para renovar o espírito e também para ir com a namorada ou esposa – o relacionamento entre o casal mirim é bonitinho e vai deixá-la suspirante, sem dúvida. Ou seja, todo mundo sai ganhando e você não precisou assistir a uma comédia romântica.
Eu poderia viver sem os malucos perigosos, mas os malucos inofensivos são indispensáveis. Por exemplo, veja só o filme que brevemente será lançado no link abaixo.
Um aviso: não assista no trabalho a não ser que seu chefe seja bem liberal (ou que você seja o chefe...).
O que a Marvel está fazendo com suas produções de filmes de super-heróis é algo impressionante. Não apenas porque muitos dos filmes são genuinamente bons (o primeiro homem-aranha, Homem de Ferro), mas porque eles estão tendo sucesso em trazer algo inerente aos quadrinhos para o cinema: continuidade.
Não estou falando de uma história em sequência ao longo de diversos filmes, coisa relativamente comum, presente nas telas do cinema desde a década de cinquenta com os seriados semanais (conceito que atingiu seu ápice com Harry Porter – uma cacetada de filmes com os atores envelhecendo junto com seus personagens). Estou falando de vários filmes com personagens diferentes ambientados dentro de um mesmo universo.
Isso era exclusividade dos quadrinhos, mas a ousadia da Marvel está trazendo a ideia para o cinema – e com excepcionais resultados.
Primeiro porque, como eu disse, muitos dos filmes são realmente bons. E mesmo os que não são, são bem produzidos, com alguns bons momentos.
Segundo porque eles conseguiram se conter e estão dando vida ao projeto de forma discreta e consistente. A presença de Nick Fury no final dos créditos já é algo esperado pelos fãs, a continuidade dos x-men não atropela a dos vingadores, cada filme funciona perfeitamente bem com um elemento isolado, etc.
Quer um exemplo do funcionamento dessa continuidade? Em Capitão América, o mito dos deuses nórdicos faz parte da trama, mas eles não perdem tempo explicando nada sobre o tema... PORQUE JÁ EXPLICARAM NO FILME DO THOR!
Em que pese o contexto infanto-juvenil de super-heróis e o gosto pessoal de uns e de outros pelo tema, todos têm que reconhecer que essa ferramenta narrativa é simplesmente brilhante. É original, envolvente e está sendo utilizada com absoluta maestria.
Aproveito o assunto para comentar que, ao que tudo indica, o filme do Capitão América vai surpreender e ser excepcional (eu esperava um filme bacaninha, mas os críticos mais ácidos americanos estão tirando o chapéu para o filme dizendo que acertaram em tudo: na caracterização do personagem, na escolha do elenco de apoio, na história e até no tom de patriotismo, que era o coelho mais difícil de tirar dessa cartola).
Enquanto isso, no outro universo, o da DC, só Batman salva. O reboot do Superman a alguns anos atrás foi um dos piores filmes que já vi, o filme do Lanterna Verde é um dos piores filmes já produzidos na história da humanidade, o filme E a série da Mulher Maravilha foram cancelados... Enfim, o melhor filme de heróis da DC dos últimos tempos foi o Watchmen, que afundou nas bilheterias, embora tenha sido esteticamente brilhante e executado dentro do que era possível, dadas as limitações narrativas do cinema (sim, o cinema ainda tem limitações narrativas que os quadrinhos não têm).
Enfim, a Marvel já me convenceu de que Os Vingadores será o maior (e talvez melhor) filme de super-heróis de todos os tempos, simplesmente porque o filme é só a última parte da série composta por todos os filmes de heróis que eles fizeram nos últimos quinze anos.
Excelsior!*
* Se você não entendeu essa referência, sugiro ler mais sobre a pessoa que podemos considerar responsável por essa porra toda (e quando falo porra toda, quero dizer A PORRA TODA!), Stan Lee.
Como prometido, mais do pior de Sean Connery.
Diz a lenda que, na época que foi convidado para fazer Zardoz, Connery estava na pindaíba e chegou até a dispensar o motorista que teria na produção para incluir metade do que seria o salário do cara no seu cachê.
É que Connery só recebia convites para papéis no estilo 007 e, como ele estava querendo se livrar do estigma do personagem, acabou ficando muito tempo sem trabalhar. Porém, Connery continuou sendo convidado a fazer papéis de espião, mesmo depois de Zardoz e até fez outra vez o 007!
Pra se livrar de vez do personagem, Connery teve uma idéia brilhante: fazer um vilão!
Em sua defesa, The Sword of The Valiant – The Legend of Sir Gawain and the Green Knight (1984) prometia ser uma espécie de superprodução de fantasia para a época e vários outros atores de nome foram arrastados para a roubada, como Peter Cushing e John Rhys-Davies. Além disso, o roteiro, baseado em uma das lendas da Távola Redonda, não poderia ser tão ruim, poderia?
Famosas últimas palavras.
O problema é que, por conta do sucesso de Conan, os roteiristas decidiram que tinham que incluir muitos elementos fantásticos na história, e a produção não deu conta de acompanhar essas idéias.
Entre as coisas mais bizarras estão um unicórnio de chifre flácido (parecia feito de maria-mole), o visual bárbaro-gay de Connery (com maquiagem de purpurina, capacete de chifre de veado e cabelos Elba Ramalho), a cena terrivelmente executada na qual Connery arranca a própria cabeça e põe de volta só pra mostrar que é fodão e uma série de erros de continuidade bizarros, incluindo o cabelo de Morgana Le Fey, que é um nas cenas de longe e outro nas cenas de perto.
Soma-se isso a um herói com cara de bobo (o infame Miles O'Keefe), uma trama desconjuntada, que tenta contar a história toda de Sir Gawain, mas acrescenta umas partes e remove outras e uma trilha sonora das mais infelizes e temos mais um filme bem ruinzinho estrelado pelo nosso Sean Connery.
Para ser justo, enquanto as histórias do Rei Arthur, Sir Tristão e Sir Percival eram carregadas de drama, tensão e tragédia, a história de Sir Gawain, nos contos da Távola Redonda, é mais leve e até bem-humorada, sem maiores complicações. "Desafiado por todos, derrotado por ninguém" era o slogan do nobre cavaleiro, mas, mesmo considerando esse espírito meio Indiana Jones do personagem, o filme é fraco.
Além disso, nada justifica o fato de que o filme não tem nenhuma mulher pelada (fato comum e corriqueiro nas diversas produções de Espada e Fantasia da época), especialmente porque a atriz principal é a lindíssima Ciryelle Clair.
Mas você, é claro, não precisa acreditar em nada disso que estou dizendo. É só seguir o link abaixo e ver o trailer do filme com seus próprios olhos.
A Origem é um Matrix dos pobres.
Note que isso não quer dizer que o filme seja ruim, porque Matrix é um filmaço, o que significa que até uma versão mais pobre dele pode render um bom filme.
Os atores estão bem, as cenas de ação são legais, os efeitos são bacanas, o filme tem ritmo, tem tensão, tem um bom clímax, mas Crsitopher Nolan perdeu uma oportunidade gigantesca ao copiar mais idéias que o necessário.
A maneira como os caras entram no mundo dos sonhos é igualzinho a entrar na Matriz: deitadinho na cadeirinha, os amuletos foram chupados de uma história do Alan Moore sobre viajem em sonhos, mas até aí tudo bem.
Nolan teve inclusive o cuidado de criar personagens anti-heróis: paranóicos, deprimidos, neuróticos, etc. Pra diferenciar dos super-heróis de Matrix, mas falhou ao querer imprimir realismo ao mundo dos sonhos, que ficou parecendo uma Matriz sem graça.
Caramba! Mundo dos Sonhos! Era a hora de soltar a imaginação e estourar o orçamento da computação gráfica! Cadê os peixes de chapéu? As paisagens etéreas? Os diálogos enigmáticos? O mundo dos sonhos de Nolan é tão real que reflete as propriedades físicas do plano físico (se alguém cai enquanto sonha o mundo do sonho fica sem gravidade! WTF?).
Pra ser sincero, Nolan conseguiu criar um universo coerente, com regras bem definidas, que ajudam a envolver o espectador, mas é um universo que me pareceu repetitivo e sem inspiração. Em Matrix, a idéia era apresentar um mundo real para depois desconstruí-lo gradativamente. O mundo de Nolan é desconstruído apenas para atender à trama para, logo em seguida, voltar a ficar realista.
Parece-me até que essa era a intenção, já que uma das idéias centrais do filme é que nem sempre é possível diferenciar o sonho da realidade. Meh. A idéia tinha espaço para mais ousadia e foi pouco aproveitada mesmo.
E Michael Caine deveria ganhar o Oscar de melhor ator subutilizado da história do cinema. Muitas vezes bons atores aparecem pouco em um filme porque seus personagens são importantes e a cena, embora curta, precisa ter impacto. As falas do Michael Caine no filme (todas as duas!) têm impacto zero e, inclusive, o personagem dele poderia ter sido facilmente removido na edição final do filme que faria pouca diferença.
Enfim, eu esperava mais. Ainda não é o filme de ficção moderno que vai substituir Matrix.
Um outro detalhe: O Leonardo DiCaprio não compromete, mas achei todos os outros atores melhores que ele no filme – inclusive o Michael Caine.
Qual a primeira coisa que passa pela sua cabeça quando você ouve o nome Sean Connery? Aventura? 007? Classe? Sofisticação? Pegador?
Do mentor imortal de Christopher Lambert em Highlander ao pai do Indiana Jones, passando pelo espetacular Malone, que lhe rendeu o Oscar em Os Intocáveis, Connery protagonizou papéis memoráveis e emprestou a todos eles uma classe e categoria muito próprias. É quase como se todos os personagens interpretados por ele se apropriassem um pouco do carisma de James Bond.
Todos?
A foto é do filme Zardoz, de 1973, escrito e dirigido por John Boorman, cineasta que já produziu e dirigiu filmes de todos os calibres, mas nada tão ruim quanto esse, eu garanto.
Por onde começar?
Bom, ver o Sean Connery de fraldão vermelho, cinto de bandoleiro, botinha de puta e rabo de cavalo (notem que nem falei nada do bigode) já é dose, mas o roteiro do filme é de lascar. Nos primeiros cinco minutos de filme acontece o seguinte: uma cabeça voadora gigante aparece e fala, sem a menor cerimônia: “A arma é boa. O pênis é ruim”. Daí a cabeça começa a cuspir um bando de armas e a galera que via a cabeça falar pega as referidas armas e se mata.
Sobra o Sean Connery, que se esconde em uma pilha de aveia e vai parar dentro da cabeça (porque a cabeça come aveia). Dentro da cabeça, que é uma nave espacial, moram imortais de pijama que torturam o nosso 007 psicodélico com cenas de sexo e, nas horas vagas, comem pão verde-limão.
O Sean Connery acaba matando os imortais (sim, ele mata os imortais) e descobre, não sei exatamente como, que o culpado de tudo é um computador. O Sean Connery então mergulha dentro do computador (num efeito especial de merda, a la Ed Wood) e rola uma batalha final na qual o interior do computador é representado por uma sala de espelhos.
Puta que pariu! Quem acompanha o blog sabe que raramente escrevo palavras de baixo calão, mas, antes de me censurar, dê novamente uma boa olhada na foto aí de cima.
Puta que pariu é pouco!
E você acha que Connery aprendeu a lição? Tem mais!
No próximo episódio do Ninguém Perguntou.
Os americanos tem um certo tesão pela Pocahontas. Justificável se ela for mesmo mais ou menos como é mostrada nos filmes e desenhos, mas não é exatamente isso que eu queria dizer. Esclareço: quando Kevin Costner reviveu o conto do soldado estrangeiro que se apaixona pela cultura local (entenda-se por cultura uma índia suspeitamente gostosa) em Dança com Lobos, deu Oscar. Agora, em Avatar, James Cameron conseguiu garantir sua presença no Oscar com o mesmo enredo.
A falta de originalidade de Cameron vai além: reciclando a Sigourney Weaver e a cultura mariner de Aliens, com direito a um mech que lembra pra cacete a empilhadeira do referido filme.
Mas o filme é bom?
Achei o design meio cansativo. Os aliens azuis de Mass Effect (o videogame) são melhores. Além do fato de serem todos mulheres gostosas, em Mass Effect, os elementos culturais são mais criativos. Os N'avi de Cameron emulam em exagero uma cultura indígena, lembrando ainda mais a Pocahontas do primeiro parágrafo. Legal o fato do planeta todo ser uma entidade viva em simbiose com todas as suas criaturas, mas a idéia acaba sendo politicamente correta demais nessa época pós Al Gore pra estimular o meu cérebro Nerd.
Mas o filme é bom?
Não sei se os aparelhos do Cinemark não são lá essas coisas, mas o peido 3D do Shrek no filme que vi na Disney me impressionou mais. Ok, Ok, os efeitos são interessantes, mas, de novo, pouco criativos. A única cena que me arrepiou o cabelo da bunda foi uma tomada menor na qual o cara pega a tela transparente do computador e sai carregando ela pela sala. Muito bom! As naves voando, as explosões e as criaturas não me encantaram. Achei tudo tecnicamente muito bem feito, mas sem alma, sem agressividade, sem ousadia. Os bichos eram basicamente cavalos, lobos, dinossauros e pterodáctilos com mais dentes e a mesma paleta de cor. Os aliens de um Star Wars da vida são até menos coerentes, mas muito mais interessantes.
Mas o filme é bom?
Se tem uma coisa que me surpreendeu foi a atuação dos avatares dos atores, a versão digital dos caras. É uma animação muito bem feita e a gente até esquece que estamos vendo um cara que está interpretando um cara que está interpretando um cara. Entendeu? É um construto de computador simulando um ator que está simulando que está num construto genético. É uma metalinguagem que poderia até ser filosófica se o roteiro estivesse à altura.
Mas o filme é bom?
É, é, pode ir ver... Mas o marketing em torno dele é melhor e colocá-lo para concorrer ao Oscar de melhor filme entrega de cara o estado da indústria cinematográfica americana. Isso e o fato de, neste ano, o Oscar ter 10 indicações para o prêmio máximo. A continuar nesse ritmo, no ano que vem eles vão estar indicando os mais assistidos do Youtube!