quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O brasiliense e a crise

Brasília na década de sessenta quase não tinha carros. O que acontecia com um carro em um lado da cidade não afetava outro. Assim era a economia mundial no século, sei lá, catorze, antes das grandes navegações. Se faltasse paca na floresta amazônica, o europeu estava pouco se fodendo (desculpe o palavreado, é que falar de economia hoje em dia é coisa de macho!).

Hoje em dia, com um milhão de pessoas em uma área projetada pra duzentos mil, qualquer batidinha pode atrasar a vida de uma porrada de gente. Mais carros circulando no mesmo espaço físico é igual a mais contato, mais interação e mais interferência. A economia mundial hoje também anda congestionada – a velocidade da comunicação e dos transportes eliminou a distância e ampliou o acesso: nunca tivemos tantos carros tão perto um do outro. Nesse ambiente, se um mosquito peida na África, pode vir feder por aqui, no nosso supermercado, subindo o preço do... do... sei lá... do Doritos!

Agora fique com essa imagem do trânsito de Brasília na cabeça e imagine que estamos em Agosto, no meio da seca. E sabe o que acontece? Chove torrencialmente. A chuva começa pontualmente às 17:40 e vai até umas 20:30. Se você mora em Brasília sabe o que isso significa: batidas e carros parados pra tudo quanto é lado.

Pois é. Foi isso que aconteceu com a economia mundial: choveu.

E a solução do Bush foi bem interessante: pegar bastante dinheiro pra comprar bastante guarda-chuva – mas só pra quem não está se molhando.

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