segunda-feira, 8 de agosto de 2005

Lesbian Chic

Dia desses... Peraí. Na verdade, foi ontem. Não sei se ontem conta como um dia desses ou se tem uma categoria específica. Vou no feeling.
Dia desses, me perguntaram o que eu achava sobre o novo seriado da Warner, The L Word. Para quem não sabe, o “L” do seriado é lesbian, ou lésbica, em português. O que me lembra uma piada ótima com um português, duas lésbicas e um estivador russo, que eu só não conto agora para não bagunçar ainda mais o início deste texto. Vamos lá, então. Com fé. Agora começa.Dia desses, um amigo me perguntou o que eu achava do novo seriado da Warner, The L Word. A trama gira em torno de um grupo de lésbicas, a exemplo daquele outro seriado que falava sobre um grupo de homossexuais masculinos do qual não lembro o nome. Pois é, é o lesbianismo em pauta, tratado com sensibilidade, seriedade, poesia e com um porrilhão de mulheres lindas e gostosas.
Honestamente, é a primeira coisa que se nota. As sapatões são bem lindinhas. A segunda coisa que me chamou a atenção foram os beijos e carícias trocados por elas durante o programa e... Ah! Lembrei! Não era nada disso. O seriado foi o começo da conversa, mas o que o meu amigo perguntou foi outra coisa. Gente, onde é que eu estou com a cabeça? Vamos lá, agora tô concentrado. Ignore tudo o que você leu até agora, pois se não estivesse com preguiça, eu mesmo iria apagar. Daqui pra frente vai fazer mais sentido. Não é uma promessa, mas vou fazer o possível. Presta atenção que vai começar.
Dia desses, um amigo meu homossexual me perguntou por que é que nós, heteros, temos essa fixação, esse tesão, por duas mulheres se beijando. E ainda mais fixação e mais tesão se elas estiverem seminuas e na nossa frente. Correndo o risco de me encrencar, pois minha mulher lê tudo o que escrevo, vou tentar responder.
Para mim, o homem consegue separar o sexo da afetividade. A gente não cobra nada da sacanagem. Não exije nada da safadeza. É por isso que eu acho que o gay também é meio promíscuo mesmo, pois é esse mesmo posicionamento nos dois lados do relacionamento.É claro que existem exceções para tudo isso que eu estou falando. Nada impede que a mulher também se comporte assim, mais descompromissada, como nada impede um relacionamento gay mais careta que o... Que o... Que o quê, mesmo?
Distraí, mas já voltei. O homem é praticamente treinado para curtir esse tipo de fantasia. Duas mulheres, enfermeira, dominadora, posição do cachorrinho. É a mulher que curte mais o óleo de massagem, o incenso, a banheira e a unha do dedão do pé cortada. É claro que um pouco de despudor agrada também às mulheres, mas conheci poucas delas que estavam dispostas a entrar no quarto e deixar o romantismo na porta, do lado de fora. Por outro lado, conheço vários homens que deixariam o romantismo algemado no porta-malas, inconsciente.
Para o homem, não há limites quando o assunto é sexo. Alugue qualquer filme explícito que você vai ver (eu recomendo Louras Contra Morenas, com a Sheryl Lynn). Todo fetiche é permitido e, no campo, nem os animais escapam.
Alguns heteros só não assumem que fantasiam com outros homens porque o preconceito é muito grande. Para as mulheres, o contato com o sexo oposto é mais natural, menos complicado do ponto de vista psicológico e, dependendo da turma que você anda, é até chique. E, se você anda mesmo com essa turma, precisamos sair qualquer hora.
Enfim, é como disse alguém cujo nome não vou lembrar agora nem por milagre: sexo é simples, complicadas são as pessoas. E eu, definitivamente, nunca mais escrevo uma crônica enquanto assisto o The L Word – essa mulherada se pegando desconcentra qualquer um.

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