Manchete do Terra Notícias em 07/10/2005
Toda tragédia que não é com a gente é sempre meio engraçada. Veja só esse caso: um dono de imobiliária de São Paulo aproveitou que seu seqüestrador dormiu, pegou a arma e roubou o carro do sujeito. Na fuga, jogou o veículo contra um carro de polícia e quase foi baleado, o que seria, no mínimo, irônico.
E o que digo a seguir é cruel, mas a mais pura verdade. Se o moço tivesse realmente levado um tiro da polícia, a situação seria ainda mais engraçada – e teria saído em todos os jornais.
Não sei de onde vem essa nossa morbidez, às vezes transformada em curiosidade (quem já não reduziu a marcha ao passar por um acidente?), às vezes em humor negro (quem não se lembra das piadas sobre o Ayrton Senna, que começaram a circular no dia seguinte à sua morte?). Um mecanismo de defesa contra a inevitabilidade do nosso destino e o conseqüente desespero face à pequenez humana? Talvez, talvez. Sem-vergonhice? Pode ser.
Tenho certeza que com um pouco mais de tempo e mais uma dose de uísque chegaria ao fundo dessas questões, mas hoje é sexta-feira e, portanto, um dia inapropriado para a filosofia. Afinal, a boa filosofia requer uma certa dose de depressão e a programação para hoje à noite está campeã. Retomarei o tema, junto com a dieta, na segunda-feira. Não me deixem esquecer.
Toda tragédia que não é com a gente é sempre meio engraçada. Veja só esse caso: um dono de imobiliária de São Paulo aproveitou que seu seqüestrador dormiu, pegou a arma e roubou o carro do sujeito. Na fuga, jogou o veículo contra um carro de polícia e quase foi baleado, o que seria, no mínimo, irônico.
E o que digo a seguir é cruel, mas a mais pura verdade. Se o moço tivesse realmente levado um tiro da polícia, a situação seria ainda mais engraçada – e teria saído em todos os jornais.
Não sei de onde vem essa nossa morbidez, às vezes transformada em curiosidade (quem já não reduziu a marcha ao passar por um acidente?), às vezes em humor negro (quem não se lembra das piadas sobre o Ayrton Senna, que começaram a circular no dia seguinte à sua morte?). Um mecanismo de defesa contra a inevitabilidade do nosso destino e o conseqüente desespero face à pequenez humana? Talvez, talvez. Sem-vergonhice? Pode ser.
Tenho certeza que com um pouco mais de tempo e mais uma dose de uísque chegaria ao fundo dessas questões, mas hoje é sexta-feira e, portanto, um dia inapropriado para a filosofia. Afinal, a boa filosofia requer uma certa dose de depressão e a programação para hoje à noite está campeã. Retomarei o tema, junto com a dieta, na segunda-feira. Não me deixem esquecer.
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