Mar Aberto é um daqueles filmes ruins muito bem feitos. Favor não confundir com aqueles filmes tão ruins que chegam a ser bons –são duas coisas diferentes.
Filmes de zumbi, por exemplo, pertencem à segunda categoria. História absurda e previsível, atores de terceira e efeitos especiais questionáveis. É impossível não se divertir assistindo a uma coisa dessas, mas, quando sobem os créditos, não resta dúvidas: você acabou de assistir a uma porcaria. Uma boa porcaria, mas porcaria.
Já o filme ruim bem feito te deixa na dúvida. Você sai do cinema e não sabe se não entendeu a proposta do diretor ou se cochilou em algum pedaço sem perceber. Você sai de um filme desses com a sensação de que deveria vê-lo novamente para formar uma opinião mais balizada, mas, paradoxalmente, você não quer assisti-lo mais uma vez. Se perguntarem, você dirá que é um filme fraco, com boas qualidades ou então que é um filme interessante. Ou ainda: é ótimo, mas não é para qualquer um. Apreciar um filme desses depende mais do seu bom-humor no dia do que de qualquer outra coisa.
Mas achei o filme diferente o suficiente para render uma crônica.
A primeira coisa que me incomodou foi a fotografia. O diretor optou por filmar tudo como se fosse um documentário do Discovery Channel. Iluminação lavada, muitos planos de detalhe e qualidade de câmera portátil. Dá uma cara diferente para a coisa toda, mas diferente nem sempre é bom. Funciona, mas se a intenção era ser genial... Bem, fica para a próxima.
A cara de documentário possivelmente deriva da premissa de que a coisa toda é baseada em fatos reais, mas isso é outro ponto que não soa muito bem. Um fato real pode ter inspirado a história, mas isso seria o mesmo que dizer que Apocalypse Now é baseado em fatos reais pelo fato de que realmente existiu uma guerra do Vietnã. Ou que o primeiro Tubarão é baseado em fatos reais pelo fato de que, em algum momento da história da humanidade, tubarões atacaram banhistas. O filme é bastante ancorado na realidade e usa alguns fatos como base para sua história, mas é uma ficção. O selo de história real está lá para criar um clima.
No final do filme, ápice da história, tentaram fazer uma coisa meio artística, que não combina muito com o clima caseirão da fotografia e isso quase leva tudo por água abaixo, mas a verdade é que os atores desconhecidos (e corajosos) vendem muito bem seus personagens e a porra do tubarão (em filmes ou fora deles) é um bicho verdadeiramente aterrorizante – e isso equilibra as escolhas estranhas do diretor.
Gostei muito de Mar Aberto – mas não é para qualquer um.
Filmes de zumbi, por exemplo, pertencem à segunda categoria. História absurda e previsível, atores de terceira e efeitos especiais questionáveis. É impossível não se divertir assistindo a uma coisa dessas, mas, quando sobem os créditos, não resta dúvidas: você acabou de assistir a uma porcaria. Uma boa porcaria, mas porcaria.
Já o filme ruim bem feito te deixa na dúvida. Você sai do cinema e não sabe se não entendeu a proposta do diretor ou se cochilou em algum pedaço sem perceber. Você sai de um filme desses com a sensação de que deveria vê-lo novamente para formar uma opinião mais balizada, mas, paradoxalmente, você não quer assisti-lo mais uma vez. Se perguntarem, você dirá que é um filme fraco, com boas qualidades ou então que é um filme interessante. Ou ainda: é ótimo, mas não é para qualquer um. Apreciar um filme desses depende mais do seu bom-humor no dia do que de qualquer outra coisa.
Mas achei o filme diferente o suficiente para render uma crônica.
A primeira coisa que me incomodou foi a fotografia. O diretor optou por filmar tudo como se fosse um documentário do Discovery Channel. Iluminação lavada, muitos planos de detalhe e qualidade de câmera portátil. Dá uma cara diferente para a coisa toda, mas diferente nem sempre é bom. Funciona, mas se a intenção era ser genial... Bem, fica para a próxima.
A cara de documentário possivelmente deriva da premissa de que a coisa toda é baseada em fatos reais, mas isso é outro ponto que não soa muito bem. Um fato real pode ter inspirado a história, mas isso seria o mesmo que dizer que Apocalypse Now é baseado em fatos reais pelo fato de que realmente existiu uma guerra do Vietnã. Ou que o primeiro Tubarão é baseado em fatos reais pelo fato de que, em algum momento da história da humanidade, tubarões atacaram banhistas. O filme é bastante ancorado na realidade e usa alguns fatos como base para sua história, mas é uma ficção. O selo de história real está lá para criar um clima.
No final do filme, ápice da história, tentaram fazer uma coisa meio artística, que não combina muito com o clima caseirão da fotografia e isso quase leva tudo por água abaixo, mas a verdade é que os atores desconhecidos (e corajosos) vendem muito bem seus personagens e a porra do tubarão (em filmes ou fora deles) é um bicho verdadeiramente aterrorizante – e isso equilibra as escolhas estranhas do diretor.
Gostei muito de Mar Aberto – mas não é para qualquer um.
O João já ssistiu este filme umas 10 vezes. Não sei se ele gosta ou se ele fica meio hipnotizado. estou esperando passar novamente na TV à cabo para pesquisar.
ResponderExcluirEu acho uma merda.