quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Preconceituoso até o fim

Estereótipo é uma palavra que ganhou conotação negativa muito mais por causa da turma que ela anda do que pelo seu significado propriamente dito. Como é sempre vista ao lado de palavras como preconceito e discriminação, fica fácil para o observador casual tirar conclusões apressadas e, por que não dizer? Preconceituosas.
Na minha linha de trabalho (publicidade, se lhe faltava essa informação), o estereótipo é uma necessidade e uma benção. Um atalho que me possibilita estar concentrado apenas na mensagem que quero passar, sabendo que o resto da informação pode ser facilmente captada pelo espectador, por meio do uso judicioso de estereótipos.
Rapaz jovem e descolado? Barba por fazer e camisa fora da calça. Mulher independente e bem-resolvida? Terninho e óculos de aro fino. Como disse, atalhos.
Mas o estereótipo não tem sua utilidade restrita à publicidade, que é outra palavra de má fama (nada a declarar). Ele também pode... Ah... O quê? Quem? Aurélio? Que Aurélio? Ah, o dicionário. Que tem ele? Mandou o quê? Mandou parar a crônica? Como assim?
(intervalo)
Bom, ao que parece, a única outra função do estereótipo, além da publicidade, é para contar piadas, pois o estereótipo nada mais é do que o clichê, um modelo pronto, sem glamour e, sim, bastante preconceituoso. Aparentemente, a palavra que eu estava procurando defender chama-se “arquétipo”, que lembra muito o estereótipo (especialmente o nariz), mas freqüenta outros círculos. Ao que tudo indica o ditado “diga-me com quem andas que te direi quem és” serve também para as palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário