Sempre gostei de ler Caras, mas levei um susto quando me disseram que a revista era baseada em fatos reais. Não é possível, exclamei estupefato.
O semanário claramente recria o ambiente de fantasia das novelas, ironizando e criticando o comportamento fútil que é atribuído às pessoas famosas. A Ilha de Caras, por exemplo, não existe. Imaginem, uma ilha paradisíaca onde famosos e pretendentes à fama se encontram para apreciar os prazeres da culinária, bronzear-se e ganhar faqueiros. Trata-se, obviamente, de uma coluna crítica, recheada de sarcasmo e piadas de duplo sentido. E o castelo, então? Computador, gente, computador. É tudo cenário e montagem.
Veja, por exemplo, a entrevista com o KLB que li em uma das edições mais recentes. Nela, os jovens do grupo afirmam que a fazenda onde as fotos foram tiradas é um bom exemplo do sucesso alcançado pelo grupo. O único porém é que a fazenda é do pai deles e já havia sido comprada antes do grupo existir. Eles também afirmam que o fato do pai ser um produtor musical milionário e bem-sucedido não tem nada a ver com o fato de já estarem em seu sétimo disco. Hilário, hilário. O KLB é uma paródia do Menudo, são personagens de ficção e não existem de verdade. Não podem existir.
O dia em que uma revista como Caras for um sucesso não por ser uma caricatura, mas por ser uma espécie de retrato do mundo da fama é o dia em que a humanidade pode se declarar perdida. Ou, pelo menos, confusa. Pobre de um povo que precisa tanto de ídolos que tem que ingerir, em bases semanais, as últimas fofocas e imagens destes astros. É a miséria moral. É a cultura sendo consumida como salgadinho de pacote. Cultura compulsiva e viciada, que não nos dá os nutrientes necessários para alimentar o cérebro.
É o tipo de cultura que aumenta o colesterol ruim. E será que ainda é cultura? Não sei. Chips é alimento? Para quem está há dias sem comer, talvez seja. Será que já chegamos a este ponto? Recuso-me a acreditar que em um país tão rico em inteligência, romance e folclore o que nos resta é consumir a realidade dos outros como se fossem nossos próprios sonhos. Imagine! Caras obviamente não tem nenhuma conexão com a realidade. Que idéia! Só falta agora quererem me convencer que o Big Brother não é programa humorístico.
O semanário claramente recria o ambiente de fantasia das novelas, ironizando e criticando o comportamento fútil que é atribuído às pessoas famosas. A Ilha de Caras, por exemplo, não existe. Imaginem, uma ilha paradisíaca onde famosos e pretendentes à fama se encontram para apreciar os prazeres da culinária, bronzear-se e ganhar faqueiros. Trata-se, obviamente, de uma coluna crítica, recheada de sarcasmo e piadas de duplo sentido. E o castelo, então? Computador, gente, computador. É tudo cenário e montagem.
Veja, por exemplo, a entrevista com o KLB que li em uma das edições mais recentes. Nela, os jovens do grupo afirmam que a fazenda onde as fotos foram tiradas é um bom exemplo do sucesso alcançado pelo grupo. O único porém é que a fazenda é do pai deles e já havia sido comprada antes do grupo existir. Eles também afirmam que o fato do pai ser um produtor musical milionário e bem-sucedido não tem nada a ver com o fato de já estarem em seu sétimo disco. Hilário, hilário. O KLB é uma paródia do Menudo, são personagens de ficção e não existem de verdade. Não podem existir.
O dia em que uma revista como Caras for um sucesso não por ser uma caricatura, mas por ser uma espécie de retrato do mundo da fama é o dia em que a humanidade pode se declarar perdida. Ou, pelo menos, confusa. Pobre de um povo que precisa tanto de ídolos que tem que ingerir, em bases semanais, as últimas fofocas e imagens destes astros. É a miséria moral. É a cultura sendo consumida como salgadinho de pacote. Cultura compulsiva e viciada, que não nos dá os nutrientes necessários para alimentar o cérebro.
É o tipo de cultura que aumenta o colesterol ruim. E será que ainda é cultura? Não sei. Chips é alimento? Para quem está há dias sem comer, talvez seja. Será que já chegamos a este ponto? Recuso-me a acreditar que em um país tão rico em inteligência, romance e folclore o que nos resta é consumir a realidade dos outros como se fossem nossos próprios sonhos. Imagine! Caras obviamente não tem nenhuma conexão com a realidade. Que idéia! Só falta agora quererem me convencer que o Big Brother não é programa humorístico.
É por essas e outras que a população mundial está cada dia mais obesa. Consumindo colesterol puro...
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