Se ando me informando direito, este é mais ou menos um resumo do que aconteceu até agora: prédios dinamarqueses, principalmente embaixadas, destruídos em vários países, bandeiras da Dinamarca queimadas, agressões, pelo menos cinco mortos, o rompimento das relações comerciais entre o Irã e a Dinamarca, fogo, marchas nas ruas, revolta generalizada.
Tudo porque um jornal dinamarquês, o Jyllands-Posten, publicou uma série de caricaturas cujo protagonista era o profeta Muhammad, no que foi copiado por alguns outros periódicos de outros países.
Que a atitude seja de mau gosto ou desrespeitosa não está em questão. Os muçulmanos têm todo o direito de sentirem-se ofendidos e exigirem retratação de quem publicou a tal charge, assim como quem publicou, se ainda acreditamos que é possível um mundo com liberdade de expressão, tem todo o direito de publicar.
A resposta extremista às charges mostrou ao mundo um islã fanático e intolerante, associando ainda mais a imagem do muçulmano ao terrorismo, à guerra e à violência, o que é uma pena e, quero crer, uma mentira. O estereótipo do muçulmano terrorista mostrado nas charges ainda me parece exagerado e inadequado, apesar das declarações do xeique Abu Sharif, porta-voz do grupo militante Osbet al Ansar tentarem me convencer do contrário. Ele afirma não estar satisfeito com as manifestações e que “A solução é o massacre daqueles que ofenderam o islã e o profeta”.
Outra coisa que me impressionou é como o conceito de nação do Irã – e de boa parte da população muçulmana espalhada pelo globo – é diferente do conceito ocidental. As retaliações, em sua maior parte, foram contra a Dinamarca e não contra os periódicos. Duvido que os editores do jornal tenham consultado o primeiro-ministro antes de publicar as ilustrações. Os jornais têm sua independência, mas essa parece ser outra definição com entendimentos divergentes.
Agora um jornal do Irã resolveu criar um concurso de charges sobre o holocausto. Parece mais uma ofensa, e é claro que é, pois parte do apelo humorístico da charge está mesmo na ofensa, mas foi a melhor idéia até agora. Pelo menos não envolve fogo, pedras e mais violência.
Fico imaginando se algum tipo de provocação poderia me levar a uma reação semelhante e pensei no que faria se eu abrisse o jornal e visse, sei lá, alguma coisa aviltante envolvendo alguém da minha família, alguém que amo muito. Com certeza, deixara de comprar e procuraria processar o jornal. Mas será que chegaria a ir jogar pedras na redação? Se chegasse, estaria errado.
Tudo porque um jornal dinamarquês, o Jyllands-Posten, publicou uma série de caricaturas cujo protagonista era o profeta Muhammad, no que foi copiado por alguns outros periódicos de outros países.
Que a atitude seja de mau gosto ou desrespeitosa não está em questão. Os muçulmanos têm todo o direito de sentirem-se ofendidos e exigirem retratação de quem publicou a tal charge, assim como quem publicou, se ainda acreditamos que é possível um mundo com liberdade de expressão, tem todo o direito de publicar.
A resposta extremista às charges mostrou ao mundo um islã fanático e intolerante, associando ainda mais a imagem do muçulmano ao terrorismo, à guerra e à violência, o que é uma pena e, quero crer, uma mentira. O estereótipo do muçulmano terrorista mostrado nas charges ainda me parece exagerado e inadequado, apesar das declarações do xeique Abu Sharif, porta-voz do grupo militante Osbet al Ansar tentarem me convencer do contrário. Ele afirma não estar satisfeito com as manifestações e que “A solução é o massacre daqueles que ofenderam o islã e o profeta”.
Outra coisa que me impressionou é como o conceito de nação do Irã – e de boa parte da população muçulmana espalhada pelo globo – é diferente do conceito ocidental. As retaliações, em sua maior parte, foram contra a Dinamarca e não contra os periódicos. Duvido que os editores do jornal tenham consultado o primeiro-ministro antes de publicar as ilustrações. Os jornais têm sua independência, mas essa parece ser outra definição com entendimentos divergentes.
Agora um jornal do Irã resolveu criar um concurso de charges sobre o holocausto. Parece mais uma ofensa, e é claro que é, pois parte do apelo humorístico da charge está mesmo na ofensa, mas foi a melhor idéia até agora. Pelo menos não envolve fogo, pedras e mais violência.
Fico imaginando se algum tipo de provocação poderia me levar a uma reação semelhante e pensei no que faria se eu abrisse o jornal e visse, sei lá, alguma coisa aviltante envolvendo alguém da minha família, alguém que amo muito. Com certeza, deixara de comprar e procuraria processar o jornal. Mas será que chegaria a ir jogar pedras na redação? Se chegasse, estaria errado.
Também fiquei, enquanto escrevia sobre o tema, meio incomodado, com uma sensação esquisita, como se estivesse sentado sobre um barril de pólvora.
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