Está provado que Kaká é um dos mais inteligentes jogadores da seleção brasileira. Não porque tenha estudado mais ou em melhores colégios, mas por ser um dos poucos que entendem exatamente o que significa a Copa do Mundo para os brasileiros.
Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu e vários outros não sabem mais o que é isso e desconfio que Roberto Carlos nunca soube. São ricos demais, vitoriosos demais, famosos demais, velhos demais. Eles entendem muito bem o que a Copa significa para eles próprios. Recordes, mais glória, mais um jogo e a possibilidade de provar que todos estão enganados a respeito deles e que são, na verdade, muito bons, porque se superaram, chegaram aonde pouca gente chegou, etc. Quanta bobagem. A vida é dura para todo mundo e é mais dura ainda para quem, por um motivo ou outro, não atingiu o sucesso. Para quem está do lado de cá, torcendo.
Não quero, com isso, desmerecer as conquistas individuais desses atletas – e muito menos as conquistas coletivas, que me alegraram muito, mas a verdade é que, no seu pedido de desculpas, Kaká foi muito maior que todos eles, mostrando que era o único que entendia que o único recorde que eles deveriam estar preocupados em aumentar era o de mais um título mundial para o Brasil. A seleção é dos brasileiros e, ao entrar em campo, os jogadores estão representando muito mais do que eles próprios. Ali, são embaixadores de uma nação.
Um cético poderia dizer que, se o atleta se dedica, joga bem e dá o melhor de si, não faz diferença se ele o faz por patriotismo ou interesse próprio. Talvez. Mas e quando não joga? Assim como um funcionário que é displicente em suas tarefas, o jogador da seleção que não se esforça tem o direito de ser questionado. Eu, como patrão, posso aceitar um ou outro funcionário eficiente, um Mané qualquer, que nem lembra o nome da empresa, mas ama o que faz. Porém, não tolero quem dorme em serviço.
Tá certo que o futebol corrompe. É dinheiro, prêmios, mulheres e vaidades. E a imprensa que critica é a primeira a lembrar ao jogador de que ele está a segundos de quebrar mais um recorde, contribuindo para tirar o foco do jogador do que interessa. E mais patrocinadores e blogs pessoais e assessores de marketing e a família visitando e a meia que ficou meio desarrumada. Mas nada justifica o futebol desinteressado do Brasil nesta Copa do Mundo. E os jogadores precisam parar de dizer que deram o “melhor de si” – isso não é verdade. Sabemos que o melhor desses caras é muito mais que isso. A Alemanha está dando o seu melhor. Nós... Ficamos vendo o Zidane jogar.
Isento Robinho, Fred, Juninho, Cicinho, Gilberto, Zé Roberto, Ricardinho, Gilberto Silva, Lúcio, Juan e, vá lá, o Dida (olha só, deu um time!). O resto que não me apareça mais lá em casa, com exceção do Kaká, que também ficou devendo – mas pediu desculpas.
Com relação ao Kaká, nada me tira da cabeça que o famoso grupo tão unido do Parreira isolou o rapaz, por causa de sua declaração depois do primeiro jogo, afirmando o óbvio: faltou movimentação no ataque.
Não é desculpa para o futebol pequeno, mas explicaria muita coisa, inclusive a pequenez do futebol.
Parreira fez de tudo para livrar-se de sua responsabilidade. Botou o Juninho para jogar (a escalação dos “especialistas”, inclusive eu) e teve a cara-de-pau de dizer que já sabia que imprensa iria crucificá-lo, dizendo que, se o Brasil ganhasse a copa, seria por causa dos jogadores e, se perdesse, seria por causa do técnico. Bem, perdeu por causa dos jogadores e do técnico. Responsabilidade dupla do técnico, que é quem escolhe os jogadores.
Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu e vários outros não sabem mais o que é isso e desconfio que Roberto Carlos nunca soube. São ricos demais, vitoriosos demais, famosos demais, velhos demais. Eles entendem muito bem o que a Copa significa para eles próprios. Recordes, mais glória, mais um jogo e a possibilidade de provar que todos estão enganados a respeito deles e que são, na verdade, muito bons, porque se superaram, chegaram aonde pouca gente chegou, etc. Quanta bobagem. A vida é dura para todo mundo e é mais dura ainda para quem, por um motivo ou outro, não atingiu o sucesso. Para quem está do lado de cá, torcendo.
Não quero, com isso, desmerecer as conquistas individuais desses atletas – e muito menos as conquistas coletivas, que me alegraram muito, mas a verdade é que, no seu pedido de desculpas, Kaká foi muito maior que todos eles, mostrando que era o único que entendia que o único recorde que eles deveriam estar preocupados em aumentar era o de mais um título mundial para o Brasil. A seleção é dos brasileiros e, ao entrar em campo, os jogadores estão representando muito mais do que eles próprios. Ali, são embaixadores de uma nação.
Um cético poderia dizer que, se o atleta se dedica, joga bem e dá o melhor de si, não faz diferença se ele o faz por patriotismo ou interesse próprio. Talvez. Mas e quando não joga? Assim como um funcionário que é displicente em suas tarefas, o jogador da seleção que não se esforça tem o direito de ser questionado. Eu, como patrão, posso aceitar um ou outro funcionário eficiente, um Mané qualquer, que nem lembra o nome da empresa, mas ama o que faz. Porém, não tolero quem dorme em serviço.
Tá certo que o futebol corrompe. É dinheiro, prêmios, mulheres e vaidades. E a imprensa que critica é a primeira a lembrar ao jogador de que ele está a segundos de quebrar mais um recorde, contribuindo para tirar o foco do jogador do que interessa. E mais patrocinadores e blogs pessoais e assessores de marketing e a família visitando e a meia que ficou meio desarrumada. Mas nada justifica o futebol desinteressado do Brasil nesta Copa do Mundo. E os jogadores precisam parar de dizer que deram o “melhor de si” – isso não é verdade. Sabemos que o melhor desses caras é muito mais que isso. A Alemanha está dando o seu melhor. Nós... Ficamos vendo o Zidane jogar.
Isento Robinho, Fred, Juninho, Cicinho, Gilberto, Zé Roberto, Ricardinho, Gilberto Silva, Lúcio, Juan e, vá lá, o Dida (olha só, deu um time!). O resto que não me apareça mais lá em casa, com exceção do Kaká, que também ficou devendo – mas pediu desculpas.
Com relação ao Kaká, nada me tira da cabeça que o famoso grupo tão unido do Parreira isolou o rapaz, por causa de sua declaração depois do primeiro jogo, afirmando o óbvio: faltou movimentação no ataque.
Não é desculpa para o futebol pequeno, mas explicaria muita coisa, inclusive a pequenez do futebol.
Parreira fez de tudo para livrar-se de sua responsabilidade. Botou o Juninho para jogar (a escalação dos “especialistas”, inclusive eu) e teve a cara-de-pau de dizer que já sabia que imprensa iria crucificá-lo, dizendo que, se o Brasil ganhasse a copa, seria por causa dos jogadores e, se perdesse, seria por causa do técnico. Bem, perdeu por causa dos jogadores e do técnico. Responsabilidade dupla do técnico, que é quem escolhe os jogadores.
E a imprensa nunca negou a participação do Felipão na vitória de 2002 e até hoje endeusa Telê Santana. Se o técnico faz um bom trabalho, não precisa se esconder atrás do discurso.
Não deve ser difícil para um brasileiro que consegue destaque internacional em sua profissão, especialmente um atleta, pensar que não deve nada ao Brasil. Teve vida difícil, não encontrou apoio, ralou muito, se não fosse o próprio esforço, etc. Mas quem pensa assim está confundindo governo com pátria e uma coisa não tem, necessariamente, que ver com a outra. Inclusive, muitos governos já foram derrubados em nome da pátria.
Pátria é o lugar de onde temos saudade. Onde fomos felizes primeiro, onde amamos primeiro e onde primeiro fomos amados – é por isso que precisa ser defendida. Quando representamos nossa pátria no exterior, não estamos defendendo um ideal político e nem uma localização geográfica, estamos defendendo um povo. Nossos pais, nossos avós, nossos amigos e nossos irmãos.
Ah, o povo brasileiro, com seus heróis milionários que vivem em outras terras (ou aqui mesmo, mas em condomínios fechados). Com seus políticos, seus empresários e seus jogadores de futebol. Quando vamos aprender?
De qualquer maneira, agora temos que encarar algumas verdades: o melhor do mundo é o Zidane, Ronaldo continua gordo (e deve voltar aos 95 bem rápido, agora que pode sair da dieta), Roberto Carlos é louco, Parreira jamais conseguiu transformar nossos jogadores em um time e o Cafu até continua simpático e em forma, mas Copa do Mundo não é concurso de miss.
“Você vai ver como é, Didi, Garrincha e Pelé, dando seu banho de bola. Quando eles pegam no couro...” E por aí vai.
Não deve ser difícil para um brasileiro que consegue destaque internacional em sua profissão, especialmente um atleta, pensar que não deve nada ao Brasil. Teve vida difícil, não encontrou apoio, ralou muito, se não fosse o próprio esforço, etc. Mas quem pensa assim está confundindo governo com pátria e uma coisa não tem, necessariamente, que ver com a outra. Inclusive, muitos governos já foram derrubados em nome da pátria.
Pátria é o lugar de onde temos saudade. Onde fomos felizes primeiro, onde amamos primeiro e onde primeiro fomos amados – é por isso que precisa ser defendida. Quando representamos nossa pátria no exterior, não estamos defendendo um ideal político e nem uma localização geográfica, estamos defendendo um povo. Nossos pais, nossos avós, nossos amigos e nossos irmãos.
Ah, o povo brasileiro, com seus heróis milionários que vivem em outras terras (ou aqui mesmo, mas em condomínios fechados). Com seus políticos, seus empresários e seus jogadores de futebol. Quando vamos aprender?
De qualquer maneira, agora temos que encarar algumas verdades: o melhor do mundo é o Zidane, Ronaldo continua gordo (e deve voltar aos 95 bem rápido, agora que pode sair da dieta), Roberto Carlos é louco, Parreira jamais conseguiu transformar nossos jogadores em um time e o Cafu até continua simpático e em forma, mas Copa do Mundo não é concurso de miss.
“Você vai ver como é, Didi, Garrincha e Pelé, dando seu banho de bola. Quando eles pegam no couro...” E por aí vai.
Pobre a nação que já sabe o resultado do fim do jogo antes mesmo dele acontecer... E o pior é que agora vem a eleição para presidente. Um a zero para ele, o nosso parreira de jogadores um pouco mais pobres, sem casa própria, sem raicas e sem ferrari na garagem.
ResponderExcluirFred,
ResponderExcluirPode assumir aqui, você torceu para a França, não foi?