Tive a oportunidade de ler hoje uma entrevista banal. O que obviamente não seria digno de menção se o entrevistado não fosse brilhante – Hideo Kojima, o criador e diretor de uma das séries de videogames mais aclamadas de todos os tempos, Metal Gear Solid, que mistura bom-humor, excelência técnica e roteiros existencialistas.
Digo que a entrevista foi banal porque o jornalista, ele próprio um fã declarado de Kojima, estremeceu diante do japonês e limitou-se a perguntar o óbvio. Kojima é que não desperdiçou a chance de transformar o óbvio em algo interessante.
Ao ser indagado se ele achava que videogames poderiam ser considerados arte, Kojima (considerado por muitos um artista) respondeu sem ficar em cima do muro: não.
Para ele, não importa a quantidade de elementos artísticos que um jogo possa utilizar, são apenas ferramentas. Um game não é arte porque não é perene, ele simplesmente reflete um momento cultural. Ninguém irá olhar para um jogo feito há vinte anos atrás e dizer “UAU”. Algumas qualidades poderão ainda estar em evidência, mas serão tratadas apenas como curiosidades e apreciadas somente pelo seu significado histórico. Videogame é um produto de consumo, como um carro ou uma cadeira – ele toma elementos emprestados da música e do cinema, mas não é nenhum dos dois.
Gostei. E gostei mais ainda porque me ajuda a defender aquela afirmação que lancei aqui há um tempo atrás – a de que futebol poderia ser considerado arte. Era impressionante ver o Pelé jogar em 70 e continua sendo até hoje – e acho que será sempre.
Kojima falou outras coisas interessantes na entrevista, mas nenhuma delas me beneficia tão diretamente quanto essa e, por isso, não as mencionei.
Digo que a entrevista foi banal porque o jornalista, ele próprio um fã declarado de Kojima, estremeceu diante do japonês e limitou-se a perguntar o óbvio. Kojima é que não desperdiçou a chance de transformar o óbvio em algo interessante.
Ao ser indagado se ele achava que videogames poderiam ser considerados arte, Kojima (considerado por muitos um artista) respondeu sem ficar em cima do muro: não.
Para ele, não importa a quantidade de elementos artísticos que um jogo possa utilizar, são apenas ferramentas. Um game não é arte porque não é perene, ele simplesmente reflete um momento cultural. Ninguém irá olhar para um jogo feito há vinte anos atrás e dizer “UAU”. Algumas qualidades poderão ainda estar em evidência, mas serão tratadas apenas como curiosidades e apreciadas somente pelo seu significado histórico. Videogame é um produto de consumo, como um carro ou uma cadeira – ele toma elementos emprestados da música e do cinema, mas não é nenhum dos dois.
Gostei. E gostei mais ainda porque me ajuda a defender aquela afirmação que lancei aqui há um tempo atrás – a de que futebol poderia ser considerado arte. Era impressionante ver o Pelé jogar em 70 e continua sendo até hoje – e acho que será sempre.
Kojima falou outras coisas interessantes na entrevista, mas nenhuma delas me beneficia tão diretamente quanto essa e, por isso, não as mencionei.
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