Almeidinha, contador, trinta e sete anos. Sua última surpresa na vida foi há doze anos atrás, quando o irmão mais velho revelou, na festa de Natal, que era gay e estava morando com um outro homem há mais de quatro anos. A surpresa não foi porque o irmão declarou-se homossexual, disso ele já sabia, ou pelo menos desconfiava. Mas quem diria que o inconstante do Arthur seria capaz de manter um relacionamento por tanto tempo?
De lá para cá, nenhuma surpresa. Um ou outro sustinho, um imprevisto aqui e ali, mas nada realmente surpreendente. Por isso não é difícil entender porquê ele ficou paralisado por alguns segundos ao abrir a porta de casa naquela manhã de sábado.
Parada em frente à soleira, com a mão ainda estendida próxima à campainha estava uma mulher alta, morena, de seios bem redondos e firmes e rosto angelical, completamente nua. Peladinha, peladinha.
Mas Almeidinha era um homem prático e a paralisia durou apenas alguns segundos:
— Pois não? – Disse ele, em tom cordial.
— Sou um presente do Psicopomp de Sv’ah Ah Akrabshah. Sou sua para atender a todos os seus desejos – e, dizendo isso, curvou-se, reverente.
— Meidinha, quem é... MEU DEUS! O que é isso, Meidinha? O que é isso? – Vociferou a Tereza, esposa do Almeidinha, que tinha acabado de chegar à porta.
A mulher pelada não se alterou e respondeu, ainda de forma doce e humilde:
— Sou um presente do Psicopomp de Sv’ah Ah Akrabshah. Sou do Meidinha para atender a todos os desejos dele.
A Teresa quase desmaiou, mas ficou só no quase. E era sempre assim. Desmaiar mesmo, não desmaiava. À sua maneira, Teresa também era bem prática. Ficou meio enciumada da intimidade da moça com o seu Meidinha, mas fazer o quê? Presente é presente. Ainda mais do Psicopomp de Sv’ah Ah Akrabshah, que ela não sabia quem era, mas, pelo tamanho do título, deveria ser importante.
— Então vamos entrando, vamos entrando – disse Tereza, ainda se abanando.
“Que coisa!”, pensou o Almeidinha enquanto olhava para a bunda da moça, referindo-se, obviamente, não apenas à bunda, mas à toda aquela situação.
As crianças ficaram em polvorosa, especialmente o Luiz Marcelo, de quinze anos, que perguntou ao pai se poderia guardar o presente no seu quarto. Michele, a mais velha, de dezessete, ficou interessada em saber o que o presente fazia para evitar a celulite. A Tereza foi ver se achava alguma roupa para o presente e o Almeidinha coçava a cabeça, tentando lembrar o que poderia ter feito para merecer um presente daqueles.
Só a sogra do Almeidinha, dona Severina, cogitou a hipótese de devolver o presente, pois isso de entregar o presente já aberto, não sei não, não era coisa de gente séria.
E foi quando uma bola de fogo arrebentou a janela e consumiu a dona Severina, transformando-a em cinzas no meio da sala.
— Mamãe! – gritou a Teresa, enquanto se perguntava, em silêncio, se aquilo mancharia o tapete.
De lá para cá, nenhuma surpresa. Um ou outro sustinho, um imprevisto aqui e ali, mas nada realmente surpreendente. Por isso não é difícil entender porquê ele ficou paralisado por alguns segundos ao abrir a porta de casa naquela manhã de sábado.
Parada em frente à soleira, com a mão ainda estendida próxima à campainha estava uma mulher alta, morena, de seios bem redondos e firmes e rosto angelical, completamente nua. Peladinha, peladinha.
Mas Almeidinha era um homem prático e a paralisia durou apenas alguns segundos:
— Pois não? – Disse ele, em tom cordial.
— Sou um presente do Psicopomp de Sv’ah Ah Akrabshah. Sou sua para atender a todos os seus desejos – e, dizendo isso, curvou-se, reverente.
— Meidinha, quem é... MEU DEUS! O que é isso, Meidinha? O que é isso? – Vociferou a Tereza, esposa do Almeidinha, que tinha acabado de chegar à porta.
A mulher pelada não se alterou e respondeu, ainda de forma doce e humilde:
— Sou um presente do Psicopomp de Sv’ah Ah Akrabshah. Sou do Meidinha para atender a todos os desejos dele.
A Teresa quase desmaiou, mas ficou só no quase. E era sempre assim. Desmaiar mesmo, não desmaiava. À sua maneira, Teresa também era bem prática. Ficou meio enciumada da intimidade da moça com o seu Meidinha, mas fazer o quê? Presente é presente. Ainda mais do Psicopomp de Sv’ah Ah Akrabshah, que ela não sabia quem era, mas, pelo tamanho do título, deveria ser importante.
— Então vamos entrando, vamos entrando – disse Tereza, ainda se abanando.
“Que coisa!”, pensou o Almeidinha enquanto olhava para a bunda da moça, referindo-se, obviamente, não apenas à bunda, mas à toda aquela situação.
As crianças ficaram em polvorosa, especialmente o Luiz Marcelo, de quinze anos, que perguntou ao pai se poderia guardar o presente no seu quarto. Michele, a mais velha, de dezessete, ficou interessada em saber o que o presente fazia para evitar a celulite. A Tereza foi ver se achava alguma roupa para o presente e o Almeidinha coçava a cabeça, tentando lembrar o que poderia ter feito para merecer um presente daqueles.
Só a sogra do Almeidinha, dona Severina, cogitou a hipótese de devolver o presente, pois isso de entregar o presente já aberto, não sei não, não era coisa de gente séria.
E foi quando uma bola de fogo arrebentou a janela e consumiu a dona Severina, transformando-a em cinzas no meio da sala.
— Mamãe! – gritou a Teresa, enquanto se perguntava, em silêncio, se aquilo mancharia o tapete.
(continua)
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