Já que comecei a falar dos filmes do Oscar, vou até o fim. Tá bom, sem radicalismos, mas vou falar pelo menos de mais um: Os Infiltrados.
A começar pela tradução do título que, em português, perdeu o tom irônico para dar lugar a uma versão mais literal do roteiro. Não chega a ser uma reclamação, já que uma tradução direta do título original teria apelo comercial duvidoso. “Os que se Foram”? Melhor “Os Infiltrados”, mas fica a observação. Até porque já escrevi e estou com preguiça de deletar.
Não é o melhor filme de Scorcese, mas é realmente possível que seja o melhor filme do ano no quesito entretenimento. Boas atuações, boa trilha sonora, fantástica edição, bom-humor, violência, diálogos interessantes, enfim, é um filme até meio despretensioso e, talvez por isso mesmo, divertido.
Em Os Bons Companheiros, Scorcese contou uma história de máfia moderna que, apesar do humor negro, tinha o pé na realidade. Em Gangues de Nova York, pintou uma fantasia com tons dramáticos. Em Os Inflitrados o diretor realiza uma sátira a ele mesmo. A história claramente descamba para o surreal, a la Pulp Fiction, criando personagens inesquecíveis, como os de Alec Baldwin, Mark Whalberg e do próprio Jack Nicholson (interpretando ele mesmo mais uma vez – e sempre ótimo).
O jeito certo de assistir a Os Inflitrados é sentar na cadeira do cinema achando que o filme não vai ser lá grande coisa – aí você vai adorar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário