Em Busca da Felicidade é um filme bonito, emocionante e repleto de interpretações magistrais - e com uma mensagem mais complicada do que possa aparentar à primeira vista. O óbvio está lá: quem acredita sempre alcança, o amor tudo vence, todo esforço é recompensado e a felicidade pode ser conquistada. Boas mensagens que, muitas vezes, são o que precisamos para ganhar novo ânimo, se não para a vida, pelo menos para o dia seguinte. Mas me desagrada o forte vínculo que o filme faz entre a felicidade e o sucesso financeiro.
Não é culpa do roteiro, pois o filme baseia-se em uma história real e conta, com diversos níveis de liberdade artística, o que provavelmente aconteceu na vida real. Além disso, o que mais esperar de uma sociedade capitalista como a americana? Para eles (e para nós também, infelizmente), felicidade é ter dinheiro e ponto final e, embora o filme resvale em outros aspectos da felicidade e mostra como ela pode ser encontrada nas situações mais improváveis, o recado final é mesmo que a verdadeira realização só pode vir acompanhada de dinheiro. E quanto mais dinheiro, mais realização.
Ou não.
Se você parar de prestar atenção no Will Smith por alguns momentos verá em outros personagens, e principalmente no filho dele, outras formas de buscar a felicidade – e outras maneiras de encarar a adversidade. No filme, pai e filho passam pelas mesmas dificuldades, mas os olhares de um e de outro são diferentes e eles reagem de forma muito diferente a várias situações. Não conto mais para não estragar o filme, mas fico com a impressão de que existe uma outra mensagem por trás da primeira mensagem do filme: a de que a verdadeira felicidade está ao nosso lado o tempo todo e que, ao procurá-la em outros lugares, acabamos adiando nosso encontro com ela
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