quarta-feira, 8 de março de 2006

Progresso

Não é só a Igreja que sofre e é obrigada a rever seus fundamentos à medida que o tempo passa e a ciência evolui. É o caso também de alguns personagens de quadrinhos, como Slade Wilson, o Exterminador.
É claro que tanto os quadrinhos quanto a Igreja sempre se valeram de impossibilidades científicas, mas até aí tudo bem. Longe de mim questionar a água que vira vinho, o caminhar sobre as águas, a combustão do Tocha Humana ou a rigidez do adamantium. Na verdade, fé e fantasia são duas coisas muito parecidas, o que separa uma da outra é apenas a credibilidade do interlocutor.
Mas as coisas ficam chatas é quando fica provado, por A mais B, que uma teoria não é apenas improvável – é errada. Pelo lado da Igreja temos o caso do Giordano Bruno, que foi excomungado porque, entre outras coisas, defendia que a Terra não era o centro de tudo e que o Universo era infinito. Queimaram o cara, que, infelizmente, não virou o Tocha Humana, morreu mesmo. Toca a pedir desculpas, fizeram um filme, etc.
Nos quadrinhos, fica o exemplo do Slade. O Exterminador foi criado para ser inimigo dos Novos Titãs (o grupo que abrigou o Robin depois que ele largou o Batman). Era um mercenário que, ao contrário dos seres humanos normais, usava 100% do cérebro e que havia treinado incansavelmente para ampliar seus reflexos. O problema é que, dos anos 80 para cá, já se descobriu que essa história de que usamos apenas uma parte do nosso cérebro é pura balela. Todo mundo usa 100% do cérebro. Pegou mal pro Slade, hein? Agora, como é que fica?
Além disso, ninguém pode treinar para melhorar o reflexo, pois reflexo é involuntário. Podemos treinar para melhorar o nosso tempo de reação... Mas aí já é ser detalhista, o que pega é o negócio do cérebro.
Em tempo: pode ser que o exemplo do Giordano Bruno não seja dos melhores, pois o filósofo tinha outros pontos de discordância com os dogmas da Igreja, que são polêmicos até hoje, como a virgindade de Maria. Mas o fato é que suas crenças em diversos sistemas solares eram também foco de suas atribulações com a Igreja.
Enfim, o que eu queria demonstrar com isso tudo é que informação demais acaba com a alegria de muita gente. Eu, para citar outro exemplo, adorava ir ao McDonald’s, mas depois que assisti ao Supersize Me, issso mudou. Continuo indo, mas agora isso me deprime.

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