terça-feira, 31 de agosto de 2010

Licença para ser ruim

Qual a primeira coisa que passa pela sua cabeça quando você ouve o nome Sean Connery? Aventura? 007? Classe? Sofisticação? Pegador?

Do mentor imortal de Christopher Lambert em Highlander ao pai do Indiana Jones, passando pelo espetacular Malone, que lhe rendeu o Oscar em Os Intocáveis, Connery protagonizou papéis memoráveis e emprestou a todos eles uma classe e categoria muito próprias. É quase como se todos os personagens interpretados por ele se apropriassem um pouco do carisma de James Bond.

Todos?



A foto é do filme Zardoz, de 1973, escrito e dirigido por John Boorman, cineasta que já produziu e dirigiu filmes de todos os calibres, mas nada tão ruim quanto esse, eu garanto.

Por onde começar?

Bom, ver o Sean Connery de fraldão vermelho, cinto de bandoleiro, botinha de puta e rabo de cavalo (notem que nem falei nada do bigode) já é dose, mas o roteiro do filme é de lascar. Nos primeiros cinco minutos de filme acontece o seguinte: uma cabeça voadora gigante aparece e fala, sem a menor cerimônia: “A arma é boa. O pênis é ruim”. Daí a cabeça começa a cuspir um bando de armas e a galera que via a cabeça falar pega as referidas armas e se mata.

Sobra o Sean Connery, que se esconde em uma pilha de aveia e vai parar dentro da cabeça (porque a cabeça come aveia). Dentro da cabeça, que é uma nave espacial, moram imortais de pijama que torturam o nosso 007 psicodélico com cenas de sexo e, nas horas vagas, comem pão verde-limão.

O Sean Connery acaba matando os imortais (sim, ele mata os imortais) e descobre, não sei exatamente como, que o culpado de tudo é um computador. O Sean Connery então mergulha dentro do computador (num efeito especial de merda, a la Ed Wood) e rola uma batalha final na qual o interior do computador é representado por uma sala de espelhos.

Puta que pariu! Quem acompanha o blog sabe que raramente escrevo palavras de baixo calão, mas, antes de me censurar, dê novamente uma boa olhada na foto aí de cima.

Puta que pariu é pouco!

E você acha que Connery aprendeu a lição? Tem mais!

No próximo episódio do Ninguém Perguntou.