sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Jobs é o segundo maior inovador de todos os tempos?

No post passado toquei de leve na questão de Steve Jobs ser elevado ao status de ícone, uma espécie de exemplo a ser seguido. Acho isso temerário.

Jobs era um executivo que conseguia resultados, mas era um cara inescrupuloso, autocentrado e agressivo. Ele sabia se vender e vender as idéias dos outros como se fossem dele e acho que deixou lições fantásticas de marketing e administração, mas sem exageros.

Quer ver um exemplo de como essas coisas podem ficar fora de proporção muito rapidamente? O MIT fez uma pesquisa perguntando para seus alunos quem eles consideravam o maior inovador de todos os tempos. Jobs ficou em segundo lugar.
Jobs não era nem inventor e nem inovador. Era um tremendo analista de mercado e um eficientíssimo CEO. Ponto. Gutemberg, Newton, Da Vinci e Tesla, por exemplo, nem estavam na lista que o MIT divulgou.

O primeiro lugar ficou com Thomas Edison que, dizem, também era melhor marketeiro que inventor, registrando royalties de produtos melhor desenvolvidos por terceiros (como a lâmpada, de Tesla).

O que mostra o tanto que essa história de criar ícones – o melhor disso e daquilo – pode ser injusta e equivocada. Quando a gente admira sem ser de forma crítica corre o risco de copiar sem critério. Pode apostar que tem muito chefe escroto por aí se achando o máximo só porque o Steve Jobs também era do tipo carrasco.

Além disso, em quesitos como ciência e tecnologia e até mesmo mercado, o trabalho de um normalmente é conseqüência do trabalho dos outros que vieram antes – ou de uma equipe.

É como diria Newton: Se enxerguei mais longe é porque estava sobre os ombros de gigantes. Pois é: uns conseguem o sucesso subindo nos ombros e outros pisando na cabeça – é importante saber a diferença. 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Os posts que eu não fiz em 2011 - PARTE 2

FILMES HORROROSOS
Na onda de fazer listas sobre filmes, me ocorreu, depois de assistir a Hostel 3 e me divertir um bocado, que poderia ser interessante fazer uma lista de filmes de horror.

Parei pra pensar um instante sobre quais filmes eu poderia considerar os mais assustadores que assisti e, pra minha própria surpresa, um dos filmes mais perturbadores que já vi não era sequer um filme de terror tradicional.
A lista nunca foi propriamente concluída, mas, como estamos falando de posts que quase existiram, esses foram os três filmes que passaram pela minha cabeça quando surgiu a ideia:

O Exorcista – Duh. Óbvio.

Cannibal Holocaust – Apesar do nome horrível, o filme é até razoavelmente inteligente e crítico (além de hipócrita e bizarro). O diretor e produtor foi preso após a exibição de estréia do filme por algo tipo “atentado contra os bons costumes” e depois ainda foi indiciado por assassinato – e teve que provar que os atores do filme estavam vivos e não tinham sido mortos em cena. O ator principal do filme era um astro pornô da época e alguns animais foram mortos de verdade na produção das cenas. Ou seja, uma peça rara.

Saló – Essa foi a surpresa, pois esse não é exatamente um filme de terror. Meu pai gostava muito da fotografia dos filmes de Passolini (achava as histórias uma extensão da mente revoltada do sujeito, mas adorava a fotografia). Na verdade, meu pai era um fã do cinema italiano e isso acabou gerando em mim uma grande curiosidade, que só aumentou depois de conhecer Sophia Loren.

Peitões à parte, todo esse preâmbulo é pra ajudar a justificar o que me levou a assistir Saló na íntegra, um dos filmes mais, bem... Escrotos já produzidos.
O pano de fundo da história é a Itália ocupada pelos nazistas e um observador mais atento vai observar que o filme traz metáforas que falam sobre poder, sexualidade, modernidade e a condição humana.

O problema é que essas metáforas são apresentadas na forma de sodomia, estupro, escatologia, assassinato, surrealismo e, claro, tortura física e psicológica DE ADOLESCENTES! É o único filme que já assisti em toda minha vida que me deu vontade de vomitar. Mas a fotografia é realmente lindíssima...

MAÇÃ

Em dezembro, pensei em comentar um pouco sobre a Apple e o foto do Iphone novo ter vendido 4 milhões de unidades em um final de semana e sobre lucro previsto da empresa de 4 bilhões de dólares para o último quadrimestre do ano (eles erraram - foi mais de 6 bilhões e meio de dólares), mas acabei não achando tempo.

Pois é... A morte de Steve Jobs e a extraordinária mídia em torno do fato alavancaram as vendas da Apple e aumentaram o valor das ações da empresa em mais de 30%. Até morto o cara manda bem.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

E, só pra fechar...

O trailer de Red Tails é fenomenal.

Vou chorar, desculpe mas eu vou chorar...

George Lucas disse que está se aposentando.

Ele tem mais um filme pra sair agora (Red Tail), mas disse que depois desse vai deixar de lado essa história de cinema e, especialmente, Star Wars, porque ele acha que os fãs reclamam de tudo o que ele faz e que, portanto, não vale à pena fazer mais.

Acho uma boa ele se afastar do cinema porque, obviamente, o homem já está distanciado da realidade. Claro que algumas reclamações dos fãs são infundadas ou exageradas (fãs não são razoáveis), mas o fato é que os novos filmes da série só tem os efeitos especiais de bom e mais nada – a história é ruim, a edição é ruim, a direção é ruim. Isso não é reclamação de fã, são observações técnicas.

E, cá entre nós, o cara é um multimilionário que criou um dos maiores sucessos de toda a história do cinema e ainda assim precisa da validação dos fãs? Claro, seria legal, mas você não vê nenhum profissional sério passando por isso. Alguns diretores consideram a opinião dos fãs, outros, respeitam... Mas, validação? Só alguém muito inseguro se apóia nesse tipo de coisa, pois aí o processo deixa de ser artístico e passa a ser... Sei lá! Algo para um bom psicólogo resolver.

E só um bom psicólogo conseguiria explicar porque Lucas nunca conseguiu aceitar o sucesso de seus primeiros filmes – o cara passou anos refazendo-os das mais diversas formas. Não sei de nenhum outro diretor que tenha feito algo parecido. Claro, filmes são relançados a todo o momento com extras, comentários do diretor, melhorias de som e de imagem, etc. Mas nenhum filme foi tão mexido e remexido como os três primeiros filmes da saga Star Wars (só a cena da cantina tem quatro versões diferentes!).

Lucas se defende dizendo que só estava deixando os filmes exatamente como ele queria que fossem desde o início. Uma declaração que, se levada ao pé da letra, comprova que ele nunca teve a menor ideia do que queria com a série e que todo o sucesso foi fruto de uma enorme coincidência.

Não acredito nisso. Acho que Lucas é um cara criativo e talentoso que teve tanto sucesso no começo de carreira que ninguém mais ousou criticá-lo ou questioná-lo, fazendo com que ele perdesse a objetividade. O mesmo aconteceu com Spielberg, claro, mas Spielberg continuou a amadurecer e a crescer tanto tecnicamente quanto como artista. Lucas regrediu – e virou um bebê chorão.

A entrevista que vi dele quase me deu pena. Quase.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Os posts que eu não fiz em 2011 - PARTE 1

2011 foi um ano diferente, no qual minhas prioridades não foram escolhidas por mim, mas pelo destino (ou o acaso, que é o primo sacana do destino). Por conta disso, muito do que planejei não aconteceu, inclusive uma série de crônicas, que foram ficando arquivadas na memória (do computador, que a minha já deu pau faz tempo).

COSPLAY
Pra quem não sabe, COSPLAY é a abreviação de Costume Play, que é basicamente se fantasiar de algum personagem famoso (quase sempre de filme ou videogame). Embora a maior parte dos cosplayers seja de adultos barrigudos com mais senso de humor que senso de ridículo, este também é um universo repleto de gatinhas nerds (sim, elas existem).

Uma tal de Konoe causou o maior sassarico na Internet lá pelo começo do ano, por três motivos, em ordem inversa de importância:
1. As fantasias dela são bem feitas.
2. As fotos são razoáveis e imitam bem o clima do videogame.
3. Ela é bonitinha e não se incomoda de pagar peitinho.

ANÚNCIO DA MAZDA