quarta-feira, 20 de abril de 2011

Calendário cristão

Fico impressionado de ver como os feriados cristãos são democráticos. O nascimento de Jesus Cristo convive tranquilamente com um velho de barbas brancas vestido de pijama vermelho e o incentivo ao consumo dos presentes. O Carnaval mistura a tradição do jejum e penitência com o povo andando seminu pelas ruas e fazendo sexo com estranhos. Mas nada bate a Páscoa.

A Páscoa, em tese, é a celebração da ressureição de Cristo – o momento máximo da fé cristã. Tudo a ver com coelhos carregando ovos de chocolate, certo? Claro, claro, se você for atrás dos simbolismos, você vai descobrir que o ovo significa vida nova e que o coelho significa fertilidade. Mas não interessa a justificativa, o resultado final é absurdo: ressureição, coelho, chocolate e ovo!

O mais impressionante é que funciona. O que prova que qualquer maluquice é vendável desde que a equipe de marketing tenha o orçamento adequado. Eu podia citar agora alguns exemplos (de presidentes a programas de televisão), que fazem até mais sucesso que a Páscoa e tem ainda menos sentido, mas não quero criar confusão.

Então, sem citar exemplos, eu diria que o Lula, o Big Brother e o Coelhinho da Páscoa dizem muito sobre a nossa credulidade, o poder de convencimento da mídia e a nossa necessidade de construir mitos. O coelhinho, pelo menos, é peludo e fofinho (se bem que tem gente que acha a mesma coisa do Lula).

Enfim, feliz Páscoa.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dicionário

Definição da minha filha de dicionário: é um lugar que explica as palavras que a gente não conhece com uma porção de outras palavras que a gente não conhece.

Achei sensacional!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Relacionamentos virtuais

Vários videogames incluíram relacionamentos em suas narrativas, mas o relacionamento como decisão consciente do jogador é um fenômeno relativamente recente. Alguns exemplos vivenciados pela minha pessoa:

1. Meu primeiro relacionamento gay nos videogames foi no jogo The Sims 2. Tudo começou meio sem querer, eu estava apenas querendo fazer amigos, mas, de repente, apareceu a opção “flertar” no menu radial. Cliquei. Daí para a opção “beijar” foi menos de 5 minutos. Dez minutos depois estávamos na cama, animadamente, em meio a uma nuvem de poeira (sexo no THE SIMS sempre foi uma coisa bem animada, apropriadamente chamada de Uh-Hoo). Dois dias depois, eu e minha parceira (eu estava jogando como mulher) decidimos adotar uma criança e vivemos felizes por alguns minutos. Nosso relacionamento terminou tragicamente quando eu resolvi dar a criança para os vizinhos vampiros, vender todos os banheiros da casa e eliminar todas as portas. Elas ainda conseguiram sobreviver por duas semanas com a comida que ainda havia na geladeira. O próximo passo foi construir uma família bem careta para morar na casa – agora assombrada por um casal lésbico – mas isso é uma outra história.

2. O meu segundo relacionamento digital foi no jogo The King`s Bounty, no qual consegui arrancar um casamento com uma princesa gótica, depois de cumprir uma missão que envolvia matar o tio dela (essa realeza...). Tivemos uma filha (devidamente vestida com roupinhas de bebê pretas) que me dava um bônus de carisma e ocupava um espaço no meu inventário. Por algum motivo do qual não me lembro, minha esposa foi simplesmente embora e me deixou com o bebê – que demorou anos para crescer! Acabei vendendo a criança para comprar uma espada. Ei! Era uma espada raríssima, que tinha o poder de congelar os inimigos!

3. Depois tive uma fase sem envolvimentos sérios, basicamente só pegando as garotas de programa do GTA e visitando os bordéis de NeverWinter.

4. Parti para o meu segundo relacionamento lésbico em Dragon Age. Eu queria pegar mesmo era a feiticeira, mas só depois de já ter jogado um tantão descobri que ela não curtia mulheres – não ia jogar tudo de novo, né? Fiquei então com a ruivinha arqueira que ouvia vozes. Foi ótimo enquanto durou, mas quase no final do jogo a mulher tirou a calcinha pela cabeça quando eu sabotei a urna com as cinzas de um dos santos da religião dela. Foi o maior rebu, baixaria total, acabei arrancando a espada e cortando a cabeça dela fora. Pô, era ela ou eu!

5. Já minha primeira orgia digital foi na segunda vez que joguei Dragon Age. Dessa vez como homem, fui até um bar de péssima reputação onde encontrei uma capitã pirata chamada Isabella. Eu estava acompanhado da ruivinha tantã (a mesma lá de cima) e de um elfo bi. Puxei conversa, uma coisa leva a outra e, para horror da maga coroa que também me acompanhava fomos parar os 4 na cama – eu, Isabella, a ruiva e o elfo. Empolgado, parti pra cima da feiticeira no dia seguinte e, dessa vez, como eu era um garotão malhado, rolou. Porém, para o meu azar, a mulher engravidou e sumiu com a criança entrando num espelho mágico amaldiçoado, sem dar maiores satisfações. E olha que eu tinha acabado de salvar o mundo – só a porra do mundo todo! O que mais a mulher queria? Outra louca.

6. Meu relacionamento mais gratificante – e romântico – foi com a alienígena azul do Mass Effect. Mais uma vez eu joguei como mulher, mas não vou contar essa vez como lésbica porque se tratava, na verdade, de um relacionamento entre espécies. Não tenho culpa se a raça Asari é só de mulheres gostosas. A ceninha de sexo do jogo era até bem ousada e o relacionamento dessa vez só acabou porque eu morri, ressuscitei dois anos depois como homem e ela se envolveu com o mundo do crime. É... Amor no videogame não é fácil...