Fico impressionado de ver como os feriados cristãos são democráticos. O nascimento de Jesus Cristo convive tranquilamente com um velho de barbas brancas vestido de pijama vermelho e o incentivo ao consumo dos presentes. O Carnaval mistura a tradição do jejum e penitência com o povo andando seminu pelas ruas e fazendo sexo com estranhos. Mas nada bate a Páscoa.
A Páscoa, em tese, é a celebração da ressureição de Cristo – o momento máximo da fé cristã. Tudo a ver com coelhos carregando ovos de chocolate, certo? Claro, claro, se você for atrás dos simbolismos, você vai descobrir que o ovo significa vida nova e que o coelho significa fertilidade. Mas não interessa a justificativa, o resultado final é absurdo: ressureição, coelho, chocolate e ovo!
O mais impressionante é que funciona. O que prova que qualquer maluquice é vendável desde que a equipe de marketing tenha o orçamento adequado. Eu podia citar agora alguns exemplos (de presidentes a programas de televisão), que fazem até mais sucesso que a Páscoa e tem ainda menos sentido, mas não quero criar confusão.
Então, sem citar exemplos, eu diria que o Lula, o Big Brother e o Coelhinho da Páscoa dizem muito sobre a nossa credulidade, o poder de convencimento da mídia e a nossa necessidade de construir mitos. O coelhinho, pelo menos, é peludo e fofinho (se bem que tem gente que acha a mesma coisa do Lula).
Enfim, feliz Páscoa.
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