Na época da última Copa do Mundo fiz uma série de posts
(procura aí) falando sobre propagandas que não fazem muito sentido.
O que me chamou atenção na época foi o fato de que eram
marcas de muito peso, como Coca-Cola, exibindo comerciais com mensagens de
sentido dúbio e com uma lógica distorcida (além de erros de português).
Salvo engano, uma das propagandas que não fazia muito
sentido era da Visa e, pelo visto, de lá pra cá, eles mantiveram a mesma
agência de publicidade e o mesmo diretor de marketing, porque eles estão
fazendo cagada de novo nas Olimpíadas.
Você já deve ter visto. É uma série engraçadinha que mostra
pessoas sem noção como a família que quer ir pras Olimpíadas de Londrina ou os dois
baixinhos querendo montar uma dupla de vôlei.
O slogan é: às vezes é bom ter um amigo pra avisar, pagar
com Visa é muito melhor.
Pare pra pensar dois segundos no que a propaganda está
realmente dizendo.
Eu te ajudo. A pessoa que aconselha os sem-noção, em vez de
avisar que os caras estão fazendo algo surreal, aconselha-os a pagar com Visa.
Ele deixa de dar um bom conselho. Ele deixa a família ir pra Londrina ver os
Jogos Olímpicos e pega a grana dos baixinhos. Conclusão: quem te aconselha a
pagar com Visa é um filho da puta.
A situação é sutil, mas a mensagem é clara. Quem te
aconselha a pagar com Visa é provavelmente um babaca. O amigo do anúncio é, na
verdade, um amigo da onça.
Eu sei que o objetivo da propaganda é muito mais fazer piada
do que passar uma mensagem concreta, mas não é assim que se faz. Quando um
publicitário expõe um produto, ele tem a responsabilidade de estar atento às
conotações e denotações da mensagem. Meu orgulho profissional sempre morre um
pouco quando vejo marqueteiros super bem pagos errando no básico.
Moçada do VISA, às vezes é bom ter um amigo pra avisar: seu
comercial depõe contra a imagem da marca.