segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Águas Paradas

Às vezes me pergunto onde foram parar as coisas que me animavam a escrever para o blog. A pergunta é, obviamente, uma tentativa de fuga, pois nada mudou com o mundo, que continua cheio de coisas estranhas e estapafúrdias.

O problema é obviamente comigo. Especialmente se o leitor atentou para o fato de que, ao me perguntar coisas, estou basicamente falando sozinho, o que nunca é um bom sinal.

Acho que meu cinismo finalmente evoluiu a ponto de criar uma aura protetora e nada mais me impressiona. Ou estou ficando velho e saudosista, achando que não se fazem mais coisas como no meu tempo, mesmo que essas coisas sejam esquisitices a serem comentadas em um blog de segunda categoria.

Por exemplo, filmes. Nada no novo filme do Super-homem me motivou a cutucar o teclado. Tá legal, o Super-homem mata e o filme tem um filtro cinza permanente, mas no meu tempo, o remake do Super-homem era ruim pra valer e tinha uma cota de efeitos especiais dedicada a esconder o pinto do protagonista. Muito mais interessante.

Política: A Dilma faz lá suas trapalhadas, mas eu cresci acostumado a criticar o Lula! O barbudo de caráter impermeável que só falava bobagens e era cercado de escândalos peculiares como o caso do dinheiro na cueca, filme pirata na videoteca do Planalto e contratos milionários com empreiteiras patrocinando a firma de jogos para celular do próprio filho (que, ao que me consta, não sei se chagou a produzir algum jogo).

Até as manchetes sensacionalistas não são mais as mesmas. Legal saber que tem gente pensando em fazer implante de silicone em papagaios, mas no meu tempo tínhamos gatos que ligavam pra polícia e cachorros com diploma universitário.
Música ruim: o funk das poderosas é uma merda, claro. Mas você quer mesmo comparar com a música Colostro, da Marli? E que graça tem em sacanear o One Direction se as próprias adolescentes maníacas pelo grupo concordam que eles são bem viadinhos mesmo?


Mas não me iludo. Sei que por mais cético ou saudosista que eu seja, o ser humano ainda vai conseguir me impressionar novamente. Na arte de fazer merda a gente sempre se supera.

A calmaria antes da tempestade. E pra passar o tempo: você consegue ver o golfinho?

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