Casado há oito anos com a Claudete, a quem ele chamava de Biscoitinho, o Pascoal achou estranho quando o garçom perguntou para a sua esposa:
— O de sempre?
— Ué, Biscoitinho, que intimidade é essa com o garçom? É a primeira vez que a gente vem a esse restaurante!
— Iiih, Piscuxo – a Claudete chamava o Pascoal de Piscuxo – Venho aqui direto com o pessoal do trabalho.
No caminho pro motel (coisa que eles não faziam há uns dois anos), o Pascoal se perdeu, mas a Claudete socorreu-o a tempo:
— Vira aqui!
Na suíte, Pascoal ficou admirado com a desenvoltura da esposa. Sabia onde ficava tudo: do chinelinho ao bar embutido no armário. Sabia até qual o canal do filminho de sacanagem! Na cama, mais surpresas: sua esposa mostrou uma elasticidade e disposição só equiparáveis à época de namoro, exigindo o máximo do pobre do Pascoal, que sentiu até câimbras e deu um jeito no ombro.
Pascoal não falou nada, mas, por via das dúvidas, parou de chamar a Claudete de Biscoitinho. E ela nem reparou!
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