sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Licença para ser ruim 2

Como prometido, mais do pior de Sean Connery.

Diz a lenda que, na época que foi convidado para fazer Zardoz, Connery estava na pindaíba e chegou até a dispensar o motorista que teria na produção para incluir metade do que seria o salário do cara no seu cachê.

É que Connery só recebia convites para papéis no estilo 007 e, como ele estava querendo se livrar do estigma do personagem, acabou ficando muito tempo sem trabalhar. Porém, Connery continuou sendo convidado a fazer papéis de espião, mesmo depois de Zardoz e até fez outra vez o 007!

Pra se livrar de vez do personagem, Connery teve uma idéia brilhante: fazer um vilão!

Em sua defesa, The Sword of The Valiant – The Legend of Sir Gawain and the Green Knight (1984) prometia ser uma espécie de superprodução de fantasia para a época e vários outros atores de nome foram arrastados para a roubada, como Peter Cushing e John Rhys-Davies. Além disso, o roteiro, baseado em uma das lendas da Távola Redonda, não poderia ser tão ruim, poderia?

Famosas últimas palavras.

O problema é que, por conta do sucesso de Conan, os roteiristas decidiram que tinham que incluir muitos elementos fantásticos na história, e a produção não deu conta de acompanhar essas idéias.

Entre as coisas mais bizarras estão um unicórnio de chifre flácido (parecia feito de maria-mole), o visual bárbaro-gay de Connery (com maquiagem de purpurina, capacete de chifre de veado e cabelos Elba Ramalho), a cena terrivelmente executada na qual Connery arranca a própria cabeça e põe de volta só pra mostrar que é fodão e uma série de erros de continuidade bizarros, incluindo o cabelo de Morgana Le Fey, que é um nas cenas de longe e outro nas cenas de perto.

Soma-se isso a um herói com cara de bobo (o infame Miles O'Keefe), uma trama desconjuntada, que tenta contar a história toda de Sir Gawain, mas acrescenta umas partes e remove outras e uma trilha sonora das mais infelizes e temos mais um filme bem ruinzinho estrelado pelo nosso Sean Connery.

Para ser justo, enquanto as histórias do Rei Arthur, Sir Tristão e Sir Percival eram carregadas de drama, tensão e tragédia, a história de Sir Gawain, nos contos da Távola Redonda, é mais leve e até bem-humorada, sem maiores complicações. "Desafiado por todos, derrotado por ninguém" era o slogan do nobre cavaleiro, mas, mesmo considerando esse espírito meio Indiana Jones do personagem, o filme é fraco.

Além disso, nada justifica o fato de que o filme não tem nenhuma mulher pelada (fato comum e corriqueiro nas diversas produções de Espada e Fantasia da época), especialmente porque a atriz principal é a lindíssima Ciryelle Clair.

Mas você, é claro, não precisa acreditar em nada disso que estou dizendo. É só seguir o link abaixo e ver o trailer do filme com seus próprios olhos.

http://www.youtube.com/watch?v=TW7B-UNWk4s

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