quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tanananananananananananananan - BATMAN!


O último filme do Batman quase não tem o Batman, pois o homem-morcego propriamente dito é quem provavelmente menos aprece. Apesar disso, e talvez por causa disso, é muito bom.

Melhor que os outros? Talvez sim, mas vai depender muito de sua perspectiva. 

Tecnicamente é praticamente igual. Tem uma montagem de som levemente superior aos outros dois, fotografia semelhante, cenas de ação um pouco piores, tomadas mais ambiciosas, edição tão primorosa quanto.

A maior diferença entre os filmes está na trama e na construção narrativa.

O primeiro tem a vantagem de ser o primeiro. Nolan acertou no climão gótico sem cair na caricatura com sua visão realista do Batman que os quadrinhos modernos pregam e que os fãs mais novinhos exigem, como se o Batman não existisse antes do Frank Miller. Além disso, a história original do Batman é uma história boa de contar e não é preciso malhar demais o roteiro.

O segundo vai ter sempre a aura da morte do Ledger e isso torna o filme maior do que o que realmente foi. Não me leve a mal, o segundo é um filmão e o Coringa de Ledger é ótimo, mas ele nem é o melhor Coringa de todos os tempos. Esse troféu vai para o Mark Hamil, que interpreta o Coringa com perfeição nas animações e nos videogames. Ledger fez um ótimo psicopata inspirado no Coringa, atuou superbem e ganhou impulso com o tom realista que deu cara nova ao personagem. Show. Aí o cara morreu e tudo isso dobrou de valor. Fica difícil competir com esse tipo de coisa.

O terceiro tinha a ingrata missão de, mesmo sem a capacidade de surpreender esteticamente, dar um fim à sequência de filmes, sem manchar o legado dos dois primeiros. E, apesar do roteiro previsível, acaba fazendo um pouco mais que isso.

O filme tem fan service, tem uma deliciosa Selina Kyle (não tem mulher-gato, ninguém a chama de mulher-gato no filme e não, não é a mesma coisa), tem uma presença maior do elenco de suporte (e tinha que ter mesmo que os caras são bons pra caralho), tem um vilão interessante na figura do Bane e tem até o Batman.

Nolan pagou o preço de escolher um arco narrativo longo e não conseguiu contar toda a história com os detalhes que poderiam ajustar o tom de determinadas cenas e explicar melhor uma ou outra parte. O filme acabou um pouco sem “gravitas”, mas ficou divertido pra cacete. Quem não tem um mínimo de criatividade pra preencher um ou outro pedaço que ficou em branco não deveria nem estar vendo filme do Batman.

Teve gente que reclamou do final, mas vale à pena lembrar que esse Batman do filme é a versão do Nolan e não é bem o Batman dos quadrinhos. Acho que é até necessário um pouco de liberdade pra deixar as coisas interessantes.

Fora isso, o filme é meio idiossincrático, herdando dos dois primeiros esse contraste entre o realismo que Nolan insiste em imprimir com cenas piegas, frases de efeito, poses com mãozinha na cintura e a voz meio ridícula do Christian Bale como Batman, mas acho que é nisso que está uma boa parte da graça do filme.

Vale à pena ver? Claro.

É melhor que os outros dois? Todo mundo vai dizer que não, mas talvez seja, pois era o que tinha a missão mais difícil e ele segura a onda.

Audrey Hepburn - a Selina dos meus sonhos.

Michelle Pfeiffer - a Selina do fetiche (MILF e Bondage).

Anne Hathaway - a Selina melhor resolvida das versões live action
do Batman - e delicinha, delicinha.


Nenhum comentário:

Postar um comentário