O último filme do Batman quase não tem o Batman, pois o
homem-morcego propriamente dito é quem provavelmente menos aprece. Apesar
disso, e talvez por causa disso, é muito bom.
Melhor que os outros? Talvez sim, mas vai depender muito de
sua perspectiva.
Tecnicamente é praticamente igual. Tem uma montagem de som
levemente superior aos outros dois, fotografia semelhante, cenas de ação um
pouco piores, tomadas mais ambiciosas, edição tão primorosa quanto.
A maior diferença entre os filmes está na trama e na
construção narrativa.
O primeiro tem a vantagem de ser o primeiro. Nolan acertou
no climão gótico sem cair na caricatura com sua visão realista do Batman que os
quadrinhos modernos pregam e que os fãs mais novinhos exigem, como se o Batman
não existisse antes do Frank Miller. Além disso, a história original do Batman
é uma história boa de contar e não é preciso malhar demais o roteiro.
O segundo vai ter sempre a aura da morte do Ledger e isso
torna o filme maior do que o que realmente foi. Não me leve a mal, o segundo é
um filmão e o Coringa de Ledger é ótimo, mas ele nem é o melhor Coringa de
todos os tempos. Esse troféu vai para o Mark Hamil, que interpreta o Coringa
com perfeição nas animações e nos videogames. Ledger fez um ótimo psicopata
inspirado no Coringa, atuou superbem e ganhou impulso com o tom realista que
deu cara nova ao personagem. Show. Aí o cara morreu e tudo isso dobrou de
valor. Fica difícil competir com esse tipo de coisa.
O terceiro tinha a ingrata missão de, mesmo sem a capacidade
de surpreender esteticamente, dar um fim à sequência de filmes, sem manchar o
legado dos dois primeiros. E, apesar do roteiro previsível, acaba fazendo um
pouco mais que isso.
O filme tem fan service, tem uma deliciosa Selina Kyle (não
tem mulher-gato, ninguém a chama de mulher-gato no filme e não, não é a mesma
coisa), tem uma presença maior do elenco de suporte (e tinha que ter mesmo que
os caras são bons pra caralho), tem um vilão interessante na figura do Bane e
tem até o Batman.
Nolan pagou o preço de escolher um arco narrativo longo e
não conseguiu contar toda a história com os detalhes que poderiam ajustar o tom de determinadas cenas e explicar melhor uma ou outra parte. O
filme acabou um pouco sem “gravitas”, mas ficou divertido pra cacete.
Quem não tem um mínimo de criatividade pra preencher um ou outro pedaço que
ficou em branco não deveria nem estar vendo filme do Batman.
Teve gente que reclamou do final, mas vale à pena lembrar
que esse Batman do filme é a versão do Nolan e não é bem o Batman dos
quadrinhos. Acho que é até necessário um pouco de liberdade pra deixar as coisas
interessantes.
Fora isso, o filme é meio idiossincrático, herdando dos dois
primeiros esse contraste entre o realismo que Nolan insiste em imprimir com
cenas piegas, frases de efeito, poses com mãozinha na cintura e a voz meio
ridícula do Christian Bale como Batman, mas acho que é nisso que está uma boa
parte da graça do filme.
Vale à pena ver? Claro.
É melhor que os outros dois? Todo mundo vai dizer que não, mas talvez seja, pois era o que tinha a missão mais difícil e ele segura a onda.
Audrey Hepburn - a Selina dos meus sonhos. |
Michelle Pfeiffer - a Selina do fetiche (MILF e Bondage). |
Anne Hathaway - a Selina melhor resolvida das versões live action do Batman - e delicinha, delicinha. |
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