segunda-feira, 14 de abril de 2008

Distrações

Se houvesse um campeonato mundial de gente distraída, acho que me sairia bem na modalidade “onde diabos está a chave do carro?”. Mas sei que jamais chegaria à final, pois tem gente que é profissional.
Juliana, por exemplo, foi ao Supermercado com o carro do marido. Fez as compras e, na saída, não conseguiu encontrar seu carro. E não conseguiria nunca, já que havia ido com o carro do marido. Mas ela se distraiu e esqueceu.
Chamou a segurança do supermercado e ficou horrorizada quando soube que a instituição não se responsabilizava por carros roubados no estacionamento. “Mas vocês não têm câmeras?”. Eles não tinham.
Uma pequena multidão se juntou ao lado de Juliana, para apoiar moralmente a moça que teve o carro “roubado”.
— Pra você ver como são as coisas... Hoje em dia não temos segurança em lugar nenhum – disse um.
— Minha filha, abra um processo contra o supermercado que você ganha – disse outro.
E, claro, chamaram a polícia, que pediu modelo e a placa do carro. O policial convidou Juliana a ir até a delegacia, para fazer a ocorrência. Mas aí aconteceu o seguinte: prenderam o ladrão do carro!
O marido de Juliana, que estava com o carro dela, passava justamente por uma blitz no momento em que o comunicado do roubo foi feito pelo rádio. E, nesse instante, Juliana pressionou nervosamente o botão do alarme do carro e o veículo apitou, a uns trinta metros de distância.
Juliana caiu em si, explicou a situação e guardou as compras do carro, sob o olhar de censura de todos. A aglomeração, agora, se ocupava de falar mal da Juliana. E o caso quase deu divórcio.

Os personagens da crônica acima são mais ou menos reais e qualquer semelhança com a realidade é pura indiscrição da minha parte.

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