terça-feira, 4 de outubro de 2005

A Volta

— Posso saber onde é que o senhor estava?
— Eu... Hn... Quem é você?
— Sou um dos seus leitores e exijo satisfações. Onde o senhor estava?
— Um o quê?
— Um dos seus leitores! Do site Ninguém Perguntou.
— Como você descobriu meu telefone? É trote, é?
— O seu nome está na lista. E não, não é trote. Sou apenas um leitor indignado querendo saber por que o senhor está há uma semana sem escrever. O site não é de crônicas diárias?
— Eu... Olha... Você é algum parente?
— Quer parar de enrolar e responder? Agora que sua coluna é pública, você tem responsabilidades. Não pode parar de escrever quando bem entender. E mais: também não pode mais escrever o que pensa!
— Não?
— Claro que não. Você tem que levar em consideração o perfil do seu leitor. Quando você foi favorável ao Buani, tenho certeza que deixou muitos fãs indignados. Você tem que ter cuidado com essas coisas.
— Eu tenho fãs?
— Bom... Tem eu.
— Isso é trote, certo?
— Não, não é. Eu não estou brincando e é bom você voltar a escrever logo. Amanhã, por exemplo.
— Mas...
— E o tema será o referendo sobre o desarmamento. Não me decepcione. Lembre-se: eu sei onde você mora.

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