sexta-feira, 28 de julho de 2006

Super o quê, mesmo?

Não dá para enrolar e nem dizer de outra maneira: Superman, O Retorno é um dos piores filmes que já tive a oportunidade de assistir em toda a minha vida. É tão extraordinariamente ruim que quase chega a ser bom, daquele jeito ridículo, como, por exemplo, O Ataque dos Tomates Assassinos ou um filme do Ed Wood. Mas nem isso ele consegue ser. Trata-se simplesmente de uma experiência desagradável e uma completa perda de tempo. Vamos aos fatos.
A história: completamente desconjuntada e absurda. Está certo que a trama gira em torno de um alienígena invulnerável e tudo o mais, mas não é deste tipo de absurdo que estou falando. Não existe coerência nenhuma, não há o menor respeito pela lógica do personagem e a trama não impressiona, não emociona e não empolga em momento algum.
A direção: pobre e decepcionante. Cenas previsíveis, ritmo lento e Brian Singer usou praticamente todos os clichês do manual.
Os atores: Para você ter uma idéia do tamanho da desgraça, o melhor deles é o cara que faz o Ciclope no filme do X-men. A Lois Lane é bonitinha, mas inexpressiva. O Superman tenta imitar o Cristopher Reeve com resultados constrangedores e Kevin Spacey até emula bem o Luthor do Gene Hackman, mas seus diálogos são imbecis demais. Em uma ou outra cena, se você estiver já de muito bom-humor, pode ser que ele te arranque um sorriso. Tímido. Nem o garotinho bonitinho se salva – o coitado era o próprio clichê ambulante.
Os efeitos: Alguns são bons, mas nenhum é verdadeiramente interessante ou impressionante. Os melhores momentos acontecem quando Singer imita o visual das ilustrações do Alex Ross. Alguns são mal-feitos mesmo.
Trata-se de um filme infantil, que é pior que todos os outros filmes infantis que circulam atualmente. Diverti-me assistindo a A Era do Gelo Dois, com seus personagens surreais, e a Os Sem-Floresta, com seu tom político-light. Ora, até o abobalhado Escola de Heróis, com o Kurt Russel, é mais interessante. De qualquer maneira, acredito que uma criança de até dez anos de idade possa achar o filme divertido – eles assistem Rebeldes, pelo amor de Deus! Não é preciso muita coisa para diverti-los.
O tom inocente do primeiro filme (com o Marlon Brando) condizia com a época e com a incrível novidade dos efeitos especiais que faziam um homem voar. Junte a isso uma história legalzinha e boas interpretações e você tem um clássico. O filme que assisti hoje é uma caricatura tão grande do outro, que, em alguns momentos, chega a parecer um besteirol, tipo Aperte os Cintos, o Piloto Sumiu. Duvida? Então preste atenção na cena em que a Lois Lane encontra as perucas do Luthor, com direito a musiqueta de terror ao fundo. Ou então a cena do capanga tocando piano com o seqüestrado... Mas, o que estou dizendo? É claro que você não vai prestar atenção em cena nenhuma, pois você vai considerar tudo o que estou dizendo aqui e nem vai assistir ao filme, certo?
Certo?

2 comentários:

  1. AI meu Deus! E uma amiga assitiu e disse que AMOU o filme!!! Bem, eu já duvidava da capacidade mental dela mesmo...
    MIlton

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  2. Hi! Just want to say what a nice site. Bye, see you soon.
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