quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Cantora preferida

O rock pop americano (mundial, na verdade) tem uma nova bad girl, Katy Perry. Ainda não ouvi nenhuma música dela, mas já sou fã.

Primeiro, por conta do visual pinup, meio anos cinqüenta, com pose de menininha cheia de inocência fingida. Ela diz que Lolita é um dos seus filmes favoritos (e claro que não leu o livro).

Depois, por conta das letras bem-humoradas e que se encaixam perfeitamente dentro do espírito de liberdade de gênero que virou moda: "não sou lésbica, mas beijo umas meninas de vez em quando pra manter os homens em temperatura máxima" e "não sou gay, mas uso camisetinha colada, vou à manicure e falo de forma afetada". Mais do que o amor livre, estamos nos tempos da orientação sexual livre e da diversidade de gênero. A mocinha é moderna.

Mas o que mais me atraiu nela foi sua declaração quando foi criticada por grupos homossexuais por causa da sua música "Ur so gay".

A música tem o seguinte refrão (ou algo parecido):

"Você é tão gay, e nem gosta de meninos!"

E, mais pra frente na letra, ela reclama do fato de ter se apaixonado por um cara que usa mais maquiagem do que ela.

A comunidade homossexual ficou indignada, dizendo que ela está fazendo pouco dos gays.

Katy respondeu: "parece que as pessoas querem ser ofendidas, a música tem só um texto bem-humorado".

A declaração é brilhante. Mesmo que o tom da música fosse preconceituoso (e talvez nem seja), essas reações indignadíssimas, como se todo mundo estivesse conspirando contra as minorias, perderam muito do seu impacto. Fica difícil levar a sério quem se indigna por qualquer coisa e fica, realmente, parecendo que a turma do politicamente correto "quer" se ofender.

Conheço alguns militantes assim, que passam o tempo procurando fio de cabelo em ovo, afastando até os mais bem-intencionados de uma conversa racional, pois qualquer coisa pode ser interpretada como agressão e ofensa.

Mas, enfim, da Katy Perry eu já gostei – agora só falta ouvir a música.

Um comentário:

  1. Ativista pode se dar ao luxo de mudar de ponto de vista? E se não mudar de ponto de vista, como é que vai amadurecer? É contraditório.

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