terça-feira, 12 de agosto de 2008

Jogos Olímpicos

Olimpíada é um negócio meio exagerado. Juntam um bando de gente que, em tese, é o melhor que a população mundial tem a oferecer, o filé da seleção natural, pessoas que são o exemplo do que pode acontecer se o ser-humano chegar ao limite – em todos os sentidos - e o resultado não poderia ser outro: drama, muito drama.

Começando pela escolha do local, a China. Nada melhor que um ambiente político supercarregado para não falar de outra coisa que não seja paz e união entre os povos. Drama garantido. Quer dizer, se o Galvão Bueno deixar, pois ouvi de soslaio... é possível isso? Bom, se é possível, não sei, mas foi o que eu fiz: ouvi de soslaio ele dizer que esporte não tem nada a ver com política e que os jornalistas estavam lá pra falar só de esporte. Coerente. Quando o Pan-Americano foi no Brasil também fizemos a mesma coisa: fechamos os olhos pra qualquer outra coisa que não fosse esporte.

E tem também a Guerra na Geórgia, com os atletas e jornalistas sem comunicação com suas famílias e a Rússia fazendo ouvidos moucos para os pedidos de cessar fogo. Quer apostar quanto que vai rolar um encontro improvável de um atleta de cada um desses países em alguma modalidade? Mais drama.

Mas esses grandes dramas geopolíticos ganham um destaquezinho e logo somem, eles são bons mesmo é pra virar filme daqui a uns dez anos. O que o povão quer ver mesmo são os dramas pessoais. E esses também não faltam. Tem a da Ketlen, a primeira brasileira a ganhar medalha individual para o Brasil, que precisou vender os móveis da casa pra conseguir ir a Beijing. E, pra permanecer no judô, tem até novela. O português que ganhou do João Derly afirmou que fez questão de humilhar o brasileiro porque o Derly comeu a namorada dele. A medalha que se exploda, o corno português queria era vingança.

E acabou de sair na Internet que a garotinha chinesa que encantou o mundo cantando na abertura era só um dublê. A cantora-mirim real era, de acordo com os organizadores, muito feia para aparecer na televisão. É muito drama.

Pois é, na Olimpíada, o mundo fica concentrado em um lugar só, inclusive com os seus problemas e injustiças. Eventozinho deprimente, hein?

2 comentários:

  1. Quer drama? isto acontecia na Bulgaria: “Já tenho tantos discípulos que você é dispensável”, dizia ele a meninos de 15 anos. “Eu te mato se não perceber progresso até a semana que vem.” Segundo Adela, Abadzhiev ministrava drogas experimentais a seus halterofilistas; horas antes da competição, inseria um cateter na bexiga do atleta, retirava a urina contaminada e devolvia urina limpa que colhera de um funcionário.

    ResponderExcluir
  2. Os chineses mandam no mundo, ou pelo menos nao têm que obedecer niguém. Uma superpotência é isso mesmo. Criticamos a imprensa chinesa, mas quem acredita no Correio Brasiliense ou no New York Times? Os telejornais estao cada vez mais ridiculos de tanta bobagem e pouca noticia. Quebra de promessas? Quem somos nos brasileiros pra criticar quebra de promessas? Mentiras? Quem sao os americanos pra criticar mentirosos?
    A garota foi excluida porque nao era bonita? Deem uma olhadinha no elenco das nossas telenovelas e nos filmes americanos que consumimos com deleite... Esse negocio de esporte é exageradamente apreciado, sempre te disse, e repito. O esporte tem seu valor, claro, mas o valor que colocamos nele é alto demais. Sobretudo com esses atletas drogados...
    Querem protestar contra a China porque os chineses sao tao humanos quanto o resto? Parem de comprar produtos chineses!!! Quero até ver...
    Fred.

    ResponderExcluir