sexta-feira, 13 de abril de 2012

Mario? Que Mario?

Recentemente um amigo que gosta muito de videogames (sim, mais que eu) afirmou que o Super Mario 3 é o melhor videogame de todos os tempos. E completou a afirmação dizendo que isso é um ponto indiscutível entre os entendidos do assunto.

Bom, como não sou entendido, pensei em discutir o ponto. Na verdade, eu nunca nem joguei o Super Mario 3, o que me torna ainda mais qualificado para dissecar o tema sem nenhuma propriedade.

Vários personagens do mundo dos games, especialmente os que nasceram no século passado, antes dessa moda dos gráficos e histórias super-realistas, são definitivamente surreais. Os fãs diriam que são deliciosamente surreais, mas devo confessar que alguns desses personagens (e principalmente os da Nintendo) me assustam um pouco, com seu jeitão infantilizado e subtexto bizarro. E o Mario é um deles.

O bombeiro italiano começou sua carreira de videogame tentando salvar uma mulher de um macaco gigante (confesso que não sei se a mulher que o Donkey Kong capturava já era a princesa Peach). O macaco provou ser um incompreendido, regenerou-se e entrou para o clube dos bonzinhos da Nintendo – e o Mario foi fazer sucesso com o irmão, Luigi, que, pra mim, é uma versão cartoon do Seu Madruga.

Agora, me chamem de maluco, mas pra mim uma cena que começa com um bombeiro italiano chamado Mario é mais adequada pra um filme pornô que pra um videogame. Além disso, o cara fica fortão comendo cogumelos e mata os outros não com um desentupidor (o que seria compreensível dada a profissão do sujeito), mas com a bunda. Já pararam pra pensar nisso? A principal arma do sujeito é a bunda – a notória cuzada de morte.

Bom, dizem que no videogame o que importa não é a história, mas o gameplay, mas eu discordo. Super Mario 3 pode ser considerado o melhor videogame de todos os tempos porque é criativo, original, tem um bom ritmo, níveis inteligentes, gráficos charmosos, uma tremenda trilha sonora e uma curva perfeita de desafio, mas, galera, a história é uma merda.

Os fãs ignoram a esquisitice do Mario por causa do seu ar infantil e cara de bobo-alegre (o que, em minha opinião, só torna ele ainda mais esquisito), mas mesmo se o Mario fosse o Brad Pit e não tivesse o ímpeto de sentar na cabeça dos outros, a história do jogo é algo envolvendo os filhos do Bowser (uma mistura de jacaré com tartaruga) roubando os cetros mágicos do Reino dos Cogumelos (o porquê só Deus sabe), pra distrair o Mario e o Luigi enquanto o Bowser pega a Peach (de novo). Ou seja, uma trama, básica, pobre e lisérgica.

Talvez eu esteja perdendo o foco analisando a trama dessa forma, uma vez que, como dizem, o Diabo está nos detalhes. Ou seja, o que importa não é o “o que”, mas o “como”. Dentro do contexto do Super Mario 3 essa trama não só faz sentido como é até necessária para dar o tom certo do jogo de “mischievous innocence”, ou inocência sacana, na qual o pano de fundo é um contraste para a profundidade e desafio do jogo.

Ou talvez eu esteja só pegando no pé dos fanboys da Nintendo, o que também é sempre divertido. 

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