terça-feira, 22 de novembro de 2005

Erros

Errar é, muitas vezes, desumano. E, se você é torcedor do Internacional, deve concordar comigo.
Neste último final de semana, Corinthians e Internacional, os dois clubes que lideram o campeonato brasileiro disputavam uma partida emocionante. Um a Um e o Inter melhor no jogo, Tinga invade a área e Flávio Costa, goleiro do Coringão, voa com as duas pernas sobre o atacante, que é derrubado. Pênalti!
Não. Na verdade, o juiz Márcio Rezende de Freitas interpreta que Tinga simulou a falta e dá um amarelo para o jogador. Como já tinha levado um amarelinho antes, Tinga é expulso. O Inter perde o jogador e o ímpeto e o jogo fica no empate. Que lambança.
Depois de ver o videoteipe da partida, Márcio confessa ter errado e pediu desculpas ao Internacional. O Clube, além de não ter aceitado a desculpa ainda promete entrar na justiça para arrumar mais confusão.
Conheço muita gente que gosta de futebol justamente por causa dessas coisas. Torcedores que sabem, de cor, ás vezes que seu time ganhou por causa de um erro de arbitragem. Pessoas que lembram do gol de mão do Maradona com um sorriso no rosto. Que não se cansam de ver o riplêi do pênalti que Newton Santos cometeu e botou o pé para fora da área. Tem gente que gosta da encenação, da malandragem e que acha que um futebol mais justo seria um futebol sem graça.
Também já pensei assim, mas confesso que estou um pouco cansado de contribuir para essa moral frouxa do nosso país. Onde bobo não é quem faz errado, mas quem é pego. Onde o Garotinho e a Rosinha reconquistaram o direito de concorrer às eleições porque, afinal, roubaram pouco. Ou eu interpretei mal o veredicto da juíza do TRE? Podia ter riplêi dessas decisões dos tribunais para a gente rever o lance de outro ponto de vista. O do eleitor ultrajado, por exemplo.
Pois é como dizem por aí: intimidade é uma droga. Convivi tempo demais com a malandragem. Enjoei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário