segunda-feira, 17 de abril de 2006

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Há alguns anos atrás, se me perguntassem onde eu preferiria passar as férias, Disney ou Paris, teria respondido, sem pestanejar: Disney!
Hoje, tenho minhas dúvidas. Mas, principalmente, porque já conheci Paris e percebi que se trata de uma cidade ímpar, um lugar que precisamos conhecer nessa nossa excursão pela vida. Não tinha essa noção antes. Mas continuo interessado na Disney. Não pelo Mickey, mas pelas montanhas-russas e atrações em massa. Pelos brinquedos dos estúdios de cinema, pelo universo pop.
Gosto dessas coisas. Dos seriados enlatados (Seinfield, CSI e 24), das produções Hollywoodianas, do Tom Clancy, de Coca-Cola (light) e, meu Deus, do American Idol. Não gosto de ópera, do Guimarães Rosa e nem do cinema iraniano. Assumo que é uma limitação. Não entendo o que os gordos gritam nas óperas, não tenho certeza se o que o Guimarães Rosa escreve é português e o cinema iraniano... Bem, o cinema iraniano eu entendo – só acho chato mesmo.
Mas tem outra coisa que eu não entendo.
Dia desses aluguei o filme Carga Explosiva 2 e chamei a família toda para ver. Morreram de rir e ficaram comentando as cenas depois, mas, se alguém perguntar, vão dizer que o filme é uma merda. Mentiroso, vazio e fútil. O filme só pretendia ser divertido e todos se divertiram (não podem negar - eu estava lá). Contudo, para todos os efeitos, o filme é uma merda. É o preconceito contra o pop, contra o entretenimento pelo entretenimento.
Bobagem. É preciso pegar no pé dos americanos por causa de sua política externa (e conseqüente alienação interna) e não porque eles produzem Máquina Mortífera 4. Esse é o lado bom dos caras. Alguém poderia argumentar que abriria mão da existência do Máquina Mortífera para não ter que vê-los tratando o mundo como a casa da sogra, mas esse alguém é doido, pois essa opção não existe e uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Diversão por diversão não é coisa só de americano, nosso carnaval que o diga. É uma necessidade do homem. Sou o primeiro a dizer que não dá para ficar só na bobagem, que um pouco de conteúdo faz bem à saúde, ao cérebro e à humanidade em geral. Mas uma bobagem pura e simples de vez em quando é bom demais. E você deve concordar comigo, senão não estaria lendo isso aqui.

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