Essa é interessante. Imagine o seguinte:
Um milionário te oferece, obviamente, um milhão de dólares se você tiver a intenção de tomar um veneno que o irá deixar terrivelmente doente durante algumas horas. O veneno não vai matá-lo, mas você vai sofrer um pouco.
Além disso, você nem precisa beber o veneno, mas precisa, com toda sinceridade, ter a intenção de tomá-lo, mesmo que depois mude de idéia.
Fica a pergunta: a intenção de uma pessoa pode ser verdadeira mesmo que ela saiba que não vai precisar cumpri-la? Alguém pode querer uma coisa e não querer ao mesmo tempo (quero me envenenar, mas não quero?)?
Meu palpite é que o nosso consciente e o inconsciente brigarão deixando a situação indefinida em algo como 51% para beber (e pegar o milhão) e 49% para não beber (já que tenho a oportunidade de mentir a respeito de minhas intenções). Ou seria o contrário?
De qualquer maneira, o milionário é um sádico da pior espécie.
Em primeiro, isso nao é um paradoxo. Em segundo lugar, o milionário nunca saberá qual foi a intenção do cara se esta não for manifestada por uma ação qualquer. Uma verdadeira teoria da intencionalidade? Dê uma olhada no livro da grande Elizabeth Ascombe, "Intention". Ou se isso é desencorajador, releia Jó. Sem uma ação que mostre, sem garantias de exatidão, qual é a intenção de alguém, nem Deus sabe o que intencionamos. É preciso levantar a mão para imolar Isaac. Mas como colocamos nos programas de televisão, fica avisado: Essa cena bíblica foi feita por profissionais, não tentem isso em casa. O anjo também era um profissional, e pode não estar disponível no seu caso.
ResponderExcluirQuem chamou de paradoxo foi o tal de Kavka. Para ser franco, o autor do livro também disse que não era paradoxo. E você acaba de me dar uma idéia para outro post.
ResponderExcluir