terça-feira, 3 de abril de 2007

300

Até pouco tempo atrás, os efeitos especiais no cinema tinham uma função muito clara: conseguir o impossível e apenas o impossível. O quase impossível ficava por conta de dublês malucos, edições inteligentes e posicionamento de câmeras ousados. A intervenção digital mudou um pouco isso e, em um passo ainda mais ousado, os filmes inspirados na obra de Frank Miller, Sin City e, agora, 300, atribuíram aos efeitos digitais uma nova tarefa: a de contribuir para a estética do filme.
Em 300, dos elefantes aos mamilos do Rodrigo Santoro, tudo é tratado digitalmente. Praticamente tudo é efeito especial, uma verdadeira afronta aos puristas do cinema, uma heresia que seria classificada como inconseqüente se não fosse por um detalhe: o resultado final é belíssimo.
Fiel ao texto e às imagens da graphic novel de Frank Miller, 300 é uma narrativa visual única – e uma das melhores adaptações dos quadrinhos de todos os tempos.
Antigamente, os produtores viam uma boa história em quadrinhos e tentavam adaptar a linguagem para o cinema, com resultados inconsistentes. Sin City e 300 transportam os quadrinhos para o cinema sem fazer concessões: o texto é praticamente o mesmo e a estética é inacreditavelmente preservada.
Se for para ter esse nível, que venham as próximas adaptações.

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