quinta-feira, 17 de maio de 2007

A melhor leitura do ano

Esse ano ainda não tinha lido nada realmente fora do comum. Andei revisitando a Agatha Christie, algumas revistas importadas e, claro, quadrinhos. Mas a terra dos quadrinhos anda meio improdutiva. Depois de um final de ano excepcional, a DC entalou com uma saga que envolve todas as revistas e que não anda e nem desanda. A Marvel anda mais estável, mas o X-Men sem o Joss Wheadon e o Grant Morrison não empolga muito. Impressionante mesmo é a qualidade da linha Max e Ultimate. Os Supremos e Homem-Aranha continuam bons – mas isso já não é mais surpresa: Bragley e Straczynsky bateram o recorde de edições do Homem Aranha. Hoje eles formam a dupla de criação que mais tempo ficou à frente de um título, e não mostram sinais de diminuir o padrão.

Mas a surpresa literária até agora veio de uma fonte inusitada: a revista Super Interessante deste mês.

Sempre gostei de folhear essa revista, mas classificava suas matérias como uma coleção (interessante) de cultura inútil. Como é criado o chulé, quem inventou a calcinha comestível, essas coisas. Como meu interesse no que é inútil é grande, tinha simpatia pela revista. E, meio por acaso, meio atraído pela matéria da capa (A HISTÓRIA SECRETA DA IGREJA), comprei-a.

Os temas não tinham nada de alienados: religião, cotas para negros e aquecimento global, pra começo de conversa. Na seção de cartas, descobri que nas edições anteriores falaram sobre as empresas que controlam a economia mundial e sobre a maioridade legal. Muito correto, mas a pergunta é: as matérias eram boas?

Muito bem pesquisadas e imparciais, dão de dez a zero na coleção de entrevistas desconjuntadas que têm se tornado as matérias das semanais mais prestigiadas (Veja, IstoÉ e Época). Antes da história da Igreja, por exemplo, tem um artigo que explica porque o Papa está certo. Ou, ao menos, que o que ele diz tem uma lógica interna e uma estratégia bem definida. Provocativo, já serve como aquecimento para o assunto principal.

A revista não é nenhum tratado de sociologia, de teologia ou de economia, mas consegue apresentar argumentos inteligentes e pontos de vista diversificados. Pra mim, tá ótimo. Ah! E também descobri que um dos ingredientes da composição química da salsicha é um tipo de besouro.

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