quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Reuniões

Já disseram que o camelo é o cavalo planejado por um grupo de trabalho. Muita conversa, muito palpite e pouca objetividade. Não sei se gosto muito do exemplo, pois tenho uma certa simpatia pelo camelo e nenhuma pelo grupo de trabalho.
Talvez seja trauma. Na escola, os trabalhos em grupo funcionavam assim: todo mundo queria ficar no grupo do CDF. Aí, ele fazia o trabalho sozinho e o resto da galera tinha uma desculpa para se encontrar e fazer bagunça. De lá para cá, tenho a impressão de que pouca coisa mudou além da ordem das palavras – de “trabalho em grupo” para “grupo de trabalho”.
A democracia, a troca de idéias e uma equipe integrada são ingredientes importantes para uma ação de sucesso. Pra ser sincero, até gosto de uma boa discussão sobre um tema polêmico e de juntar a equipe para, juntos, acharmos a solução para um problema particularmente cabeludo. Poucas coisas são mais gratificantes em um ambiente de trabalho do que atingir um objetivo difícil com um time azeitado. Nem mesmo o chefe dizendo que a gente não fez mais que a obrigação apaga o brilho de uma equipe em sintonia.
Mas os inúmeros bonequinhos cabeçudos desenhados na minha agenda de reuniões mostram que alguma coisa está errada. A maioria das reuniões que participo são desinteressantes, lentas e sem produtividade. Cheguei a considerar se não sou eu que estou no lugar errado, pois algumas pessoas parecem animadíssimas nessas reuniões. Talvez. Mas talvez seja apenas o pessoal exercitando a vaidade.
De qualquer forma, tem horas que eu daria o braço esquerdo pra fugir de uma reunião ou de um grupo de trabalho. Especialmente daqueles que tratam de cavalos. Me chamem para o do camelo, que deve ser bem mais divertido.

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