terça-feira, 22 de junho de 2010

Falem mal, mas falem de mim 3

Outro comercial com boa estética e lógica estranha é o do Carrefour. Tem um narrador que fala: "Lá na vila é assim: de 4 em 4 anos a gente se reúne pra ver o jogo..." (até aí tudo bem), "E para decidir quem vai comprar o quê."

E aí, em vez de compras para um animado churrasco, o que seria o normal, vemos o pessoal da vila comprando, comunitariamente, geladeira, televisão e um 3em1!

Que porra de vila é essa? Nunca ouvi falar de uma comunidade que se reunisse pra comprar TV de 4 em 4 anos. Depois a TV fica com quem? Rifa? Se existe um negócio desses, seguramente não é comum. Parece que alguém classe média bem alta (um metro e noventa, pelo menos) tentou fazer um filme sobre uma comunidade mais simples. E falhou miseravelmente.

Todo mundo se acotovelando em um bar ou na casa de alguém? Beleza. Mas fazer vaquinha pra comprar TV de tela plana com os vizinhos é uma barra muito forçada, que não gera nem identificação e nem idealização. E quando um filme publicitário não casa com nenhum desses dois conceitos, acaba namorando um terceiro conceito: fracasso.

A empatia da Ana Maria Braga na assinatura é o que salva o filme (apesar de ser um truque mais velho que andar pra trás). Não funciona com certos tipos de pessoa, claro, mas é uma proposta adequada ao aparente público-alvo do filme.

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