terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

O efeito Peter Parker

Depois do sucesso do filme, praticamente todo mundo já sabe que a identidade secreta do Homem-Aranha é o Peter Parker. Ou seja, de secreta, a identidade não tem nada. Mas, mais que o verdadeiro nome do herói, o grande público pôde conhecer as características que definem o personagem Peter Parker: o azar e a incapacidade de conviver com a rotina por causa de sua vida dupla.
De vez em quando, nossas vidas são invadidas pelo efeito Peter Parker. Estamos sempre atrasados para tudo, não conseguimos nos concentrar nem no trabalho nem nos estudos, nossos relacionamentos pessoais vão ficando meio de lado e o máximo que a gente consegue fazer é ir levando.
Não é que estejamos com preguiça ou deprimidos, é que as coisas simplesmente conspiram para dar errado. É o despertador que não toca, é o pneu que fura, é o Duende Verde que fugiu da prisão de novo. Enfim, o efeito Peter Parker.
Não é a lei de Murphy. A lei de Murphy acontece quando as coisas dão errado, o efeito Peter Parker entra em ação quando as coisas ficam mais ou menos, se agarrando no galho de árvore para não cair no desastre.
O Peter, pelo menos, veste um colã azul e sai se agarrando nas coisas para salvar vidas e combater o crime, o que, apesar de não ser exatamente másculo, é uma excelente desculpa para ter uma rotina atribulada. Não deve ser o que acontece com a maioria de nós. Você, não sei o que anda fazendo com seu tempo livre. Eu, uma vez, cheguei até a vestir um colã rosa-metálico, só que não foi bem para combater o crime e prefiro não tocar mais no assunto.
Mas é por isso que a situação não chama efeito Homem-Aranha. Tropeçar na rotina não é coisa de super-herói, isso é coisa muito nossa, meros mortais.

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