quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Rio, Rio...

Definitivamente a cidade do Rio de Janeiro tem alguma coisa contra mim. Em minha defesa posso dizer, com a consciência tranqüila, que só comecei a reclamar da cidade muito tempo depois dela me agredir, sem provocação ou motivo.
No Rio eu já fui assaltado, baleado, arrastado pela maré, pego em uma tempestade monumental, pisoteado, desidratado, agredido e insultado, isso só para citar os acontecimentos mais marcantes, evitando os pequenos aborrecimentos. Se bem que evitar por quê?
Veja o que aconteceu nesta minha última ida a cidade, por exemplo. Peguei um taxista que, por um motivo desconhecido, fazia questão de andar entre uma pista e outra, com a roda passando por cima daqueles tijolinhos que dividem as faixas. Depois de dez minutos com o carro quicando nesses tijolinhos até a Madre Teresa manda o papa tomar no cu, fácil, fácil. Imagine eu, que de santo não tenho nem a vocação.
Sei que a cidade trata bem outras pessoas e não entendo o que fiz para merecer tamanha desconsideração. Nunca joguei lixo na rua, nunca depredei nenhum dos seus monumentos, sempre elogiei suas belezas naturais. De qualquer forma, desculpa qualquer coisa.
Entendo que a cidade fique irritadiça e estressada, com tudo que tem acontecido nos últimos anos. Se o Garotinho e a Rosinha morassem lá em casa meu humor também não seria dos melhores. Mas tudo tem limite.
Minhas últimas idas à cidade têm sido como visitas ao proctologista – necessárias, mas desconfortáveis. Porém, da minha parte, não guardo ressentimentos e estou disposto a esquecer o passado se a cidade parar de me perturbar.

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