sábado, 4 de março de 2006

Pretextos para não assistir a O Segredo de Brokeback Mountain

Fato: todo machão ou pseudo-machão que se preze não vai assistir ao filme dos cowboys gays. Isso não é problema quando se é preconceituoso assumido, pois basta afirmar que é tudo coisa de veado e pronto. Porém, se a pessoa for moderninha, metrossexual ou tiver uma porção de amigos gays, é preciso ter uma desculpa na ponta da língua, que não seja preconceituosa ou discriminatória. Aqui vão minhas sugestões.
1. Não gosto de romance. Também não estou animado para ver Orgulho e Preconceito, que está no Oscar, tem uma fotografia belíssima e uma loura gostosa no papel principal.
2. Não é o tipo de filme que vai estimular meu lado sensual. Nada contra, mas se fosse alugar um filme de sacanagem, por exemplo, não seria uma produção gay. A Denise Richards nua me atrai, o Ledger, não.
3. O filme me parece que está mais apoiado em sua polêmica que na história em si, que se desenvolve lentamente e, como disse antes, não faz meu estilo.
4. Se achasse que o filme fosse me agradar, não seria um relacionamento gay, com beijo ou sem, que me impediria de assisti-lo. Vi o Relatório Kinsey e não saí do cinema, não virei o rosto com nojo e nem fiquei com tesão. Fiquei surpreso com a cena, mas achei que tinha a ver com o contexto do filme.
Considero essas desculpas, separadas ou em conjunto, ótimas para pôr fim a qualquer discussão sobre preconceito, mas é claro que se a gente não for preconceituoso mesmo não precisa ficar se justificando, certo?

Um comentário:

  1. Até recentemente, um filme que tinha um casal inter-racial (preto/branco - o casal, nao o filme) era um filme sobre o romance entre um branco uma negra (ou vice-versa). Parece-me que enfim chegamos no ponto em que tal filme descreve-se como um filme romantico. Ponto. Seculos de evolução cultural nos separa do dia em que um casal homosexual sera considerado como um casal-ponto.

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