quinta-feira, 19 de julho de 2007

As Maravilhas e eu

A votação pela Internet das novas sete maravilhas do mundo foi uma maluquice sem tamanho. Alguns dos indicados não eram tão maravilhosos assim – e muitos não eram novos, poderiam estar na mesma lista das maravilhas anteriores.

Minha opinião neste assunto (e em muitos outros) é pouco importante e, se vocês não quiserem saber qual é, eu firmemente desaconselho a leitura deste blog, mas, se dependesse de mim, as novas maravilhas seriam coisas realmente modernas, como a Saturn V (aquela lata velha que levou o homem ao espaço e eventualmente à Lua) e a Internet (talvez você já tenha ouvido falar).

Colocaria também a TV a cabo, não fosse por um detalhe: os intervalos comerciais.

O espírito inicial da TV a cabo era ter uma transmissão temática, sustentada por um formato de assinaturas, diferente do formato comercial das TVs abertas. A idéia durou pouco, pois o marketing, uma espécie de doença infecciosa da comunicação, corrompe tudo que toca.

O que ganhamos foi uma ocasional pérola em um mar de opções medíocres, com um formato comercial misto que provoca uma imensa repetição de comerciais de um mesmo anunciante. Normalmente um grande cliente seduzido pela segmentação e o baixo custo do anúncio (se comparado com o Jornal Nacional ).

Bem, se algum mídia de agência estiver lendo isso aqui, o que eu duvido, aqui vai uma dica: existe uma coisa chamada "overkill". A superexposição de alguns filmes publicitários transforma um bom filme em algo chato e inconveniente. Juro que se ouvir mais uma vez a musiquinha do Mercado Livre (someone is there, waiting for my call...) entro em um surto psicótico.

E por falar no comercial do Mercado Livre (e em surtos), você reparou que o cara vai entregar o beijo sem saber quem comprou? A menina vê a foto dele fazendo beicinho, mas o magrelo do filme sai para entregar o beijo sem saber quem comprou. Poderia ser um lutador de sumô ou uma velha desdentada. E, no entanto, vemos ele no filme com o ar todo sonhador e romântico. E já repararam que a casa da menina no final não tem nenhum móvel dentro? Bem, se eu não tivesse assistido à droga da propaganda umas dez mil vezes, eu jamais teria percebido isso. Maldito Mercado Livre!

Mas do que é que estávamos falando mesmo?

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