quarta-feira, 21 de março de 2007

Eu e a humanidade – uma humilde reflexão de aniversário

Hoje faço trinta e quatro anos. Passei um ano a mais que Jesus Cristo na Terra, mas meu currículo não é tão impressionante quanto o dele. Nenhum milagre, nenhum seguidor e é quase certo que a história não será dividida em antes e depois de mim. O lado bom disso é que também não fui crucificado.

De qualquer maneira, comparar minha vida (ou a de qualquer outro) com a de Cristo não é muito justo. Mesmo assim, ainda estou muito longe de ser lembrado pela humanidade pelos meus feitos – apesar de ter feito uma ou outra coisa bem razoáveis. Quem de vocês já comeu dez pedaços de pizza em dez minutos? Quem? Quem?

Contudo, por mais impressionante que isso seja, esse não é o tipo de coisa que atrai a humanidade. A humanidade gosta de pessoas que movem multidões com suas músicas, que derrubam governos, que pintam com sensibilidade e originalidade, que conseguem acertar a trave com uma bola de futebol quatro vezes seguidas (mesmo que seja truque) ou que escrevem de forma comovente e reveladora.

Mas a humanidade também gosta do Paulo Coelho e da Paris Hilton, por isso ainda não descartei por completo minhas chances de impressioná-la de alguma forma.

O problema é que o tempo está passando e algumas coisas já estão fora de questão. Tive meus cinco minutos de fama com a música na minha fase pós-adolescente, mas quinhentas pessoas na platéia estão longe de ser uma multidão. Como executivo, cheguei a sair na Caras (nas fotos pequenas) e na televisão (DFTV), mas essa fase agora parece outra vida. Conheci supermodelos, mas nunca fui filmado na praia com uma delas. O esporte nunca foi realmente uma opção (apesar de ter marcado um gol na seleção brasileira infanto-juvenil de futebol cinco). Nas artes plásticas, o máximo que consegui foi um puxão de orelha de quem realmente sabe o que está fazendo. E no teatro, bem, basta dizer que o desaparecimento da fita gravada com minha última apresentação foi melhor para todo mundo – para mim e para a humanidade.

Minha melhor chance ainda é publicar um livro. É uma das únicas coisas para a qual ainda não estou velho demais. Pelo contrário – estou até novo. Mas que seria bom ter algo publicado mais rapidamente, seria.

Mas tem algo que a humanidade ainda não sabe que conquistei. Algo que, quase inadvertidamente, consegui fazer muito bem feito. Algo que, sem sombra de dúvida, vai deixá-la se roendo de inveja.

Hoje à tarde, apesar de todos os meus problemas, fracassos, crises de meia idade e resultados de exames médicos, ao refletir sobre a minha vida, não consegui conter um sorriso. Um enorme, praticamente pornográfico, sorriso de satisfação.

RÁ! Toma essa, humanidade!

3 comentários:

  1. FELIZ ANIVERSARIO!
    Eu nunca lembro dos aniversarios de ninguem... Uma pena, mas nao lembro. Ja esqueci até o meu. Incrivel, mas acontceu uma vez. Quando me dei conta de que era meu aniversario ja eram tres da tarde... Mas isso nao significa que eu nao me interesso pelos meus amigos e familia. Prova? Estou a ler isso aqui, assiduamente! MDR
    Muitos aboraços, até em breve.
    O primo.

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  2. Zinho, parabéns. 34 eu já tenho. Grandes feitos eu já tenho. Não dividirei a história por que não quero. Abraços. Vamos comemorar hoje?

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  3. Tá bom Zinho.... não fique tão feliz... a humanidade já sabe que você zerou o God of War, ok? Abraço e Feliz Aniversário!

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