quinta-feira, 15 de março de 2007

Diálogos íntimos 2

— Você está gordo!

Não era uma observação e nem uma constatação; era uma acusação. Palito (apelido que carregava desde a infância, que, de uns tempos para cá, passou a ter uma carga irônica), não deixou por menos:

— Sua vaca escrota!

Mônica nem pensou duas vezes; antes que Palito terminasse a última frase já emendou, partindo para cima do marido com firmeza e determinação:

— Porco imundo. Vê se mexe essa barriga e faz alguma coisa que preste.

— Não me provoca que te quebro no meio – esbravejou o Palito, sacudindo a esposa pelos ombros e jogando ela sobre o sofá.

Atracaram-se, gritando, se arranhando e trocando ofensas do mais baixo calibre no mais alto volume. E, em meio a tudo isso, sem parar com a gritaria, amaram-se furiosamente, várias e várias vezes até o Sol nascer. O amor é mesmo um sentimento sem nenhum pudor.

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