terça-feira, 4 de março de 2008

O Jogo da Vida

Gary Gygax está morto. Longa vida à Gary Gygax.

Para quem não sabe, esse homem de 70 anos e nome engraçado foi um dos inventores do RPG, ou Role Playing Game quando, em meados dos anos setenta, criou um pequeno jogo chamado Dungeons & Dragons (D&D).

A ele é atribuída também a invenção dos dados com mais de seis lados –os D4, D8, D12 e os famosíssimos D20. Graças à Gygax, e ao estrondoso sucesso de D&D principalmente nos Estados Unidos (o jogo aparece até no filme ET), os mundos de fantasia ganharam força em todas as mídias: cinema (Conan), quadrinhos (Conan), desenho animado (Caverna do Dragão, co-produzido por ele próprio) e literatura – muita gente só começou a ler Tolkien e Robert E. Howard graças à visão divertida que Gary deu ao universo de fantasia.

Em meados dos anos oitenta, alguns pais desinformados confundiram D&D e o RPG em geral com uma espécie de adoração ao demônio ou algo alienante. Sem perceber que, muito provavelmente, seus filhos nerds e deslocados socialmente estavam sentando pela primeira vez com um grupo de amigos e se divertindo.

O tempo passou e a influência do D&D atingiu a muito mais gente. A interpretação de papéis foi a base de criação para diversos jogos sociais superpopulares hoje em dia, como Desafino e Imagem e Ação e seu sistema de regras é a base para os modelos matemáticos de vários videogames atuais. Gary é um dos pioneiros da indústria do entretenimento e uma das raras pessoas que conseguiram tornar o mundo um lugar mais divertido.

Ao que parece, as poções de cura e feitiços de ressurreição realmente não duram para sempre. Mas tenho certeza que os elfos, anões e bárbaros estão todos brindando em alguma taverna por aí.

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